| ANTÓNIO ALEIXO - O POETA CAUTELEIRO | |
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Autor | Mensagem |
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Anarca
Mensagens : 13406 Data de inscrição : 02/06/2009
| Assunto: ANTÓNIO ALEIXO - O POETA CAUTELEIRO Seg Jul 06, 2009 9:19 pm | |
| António Fernandes Aleixo (Vila Real de Santo António, 18 de Fevereiro de 1899 - Loulé, 16 de Novembro de 1949) foi um dos poetas populares algarvios de maior relevo, famoso pela sua ironia e pela crítica social sempre presente em seus versos. Também é recordado por ter sido simples, humilde e semi-analfabeto, e ainda assim ter deixado como legado uma obra poética singular no panorama literário português da primeira metade do século XX.
No emaranhado de uma vida recheada de pobreza, mudanças de emprego, imigração, tragédias familiares e doenças, na sua figura de homem humilde e simples, havia o perfil de uma personalidade rica, vincada e conhecedora das diversas realidades da cultura e sociedade do seu tempo. Do seu percurso de vida fazem parte profissões como tecelão, guarda de polícia, servente de pedreiro, trabalho este, que emigrado, também exerceu em França.
De regresso ao seu país natal, restabeleceu-se novamente em Loulé, onde passou a vender cautelas e a cantar as suas produções pelas feiras portuguesas, actividades que se juntaram às suas muitas profissões e que lhe renderia a alcunha de "poeta-cauteleiro". Faleceu vítima de uma tuberculose, em 16 de Novembro de 1949, doença que tempos antes havia também vitimado uma de suas filhas.
Da sua autoria estão publicadas as seguintes obras:
Quando começo a cantar – (1943); Intencionais – (1945); Auto da vida e da morte – (1948); Auto do curandeiro – (1950); Auto do Ti Jaquim - incompleto; Este livro que vos deixo – (1969) - reunião de toda a obra do poeta; Inéditos – (1979); tendo sido, estes quatro últimos, publicados postumamente.
Levando-se em conta a pouca preparação e instrução que possuía, muitos críticos afiançam ter sido António Aleixo um dos maiores poetas de língua portuguesa. | |
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Anarca
Mensagens : 13406 Data de inscrição : 02/06/2009
| Assunto: Re: ANTÓNIO ALEIXO - O POETA CAUTELEIRO Seg Jul 06, 2009 9:21 pm | |
| A vida é uma ribeira; Caí nela, infelizmente… Hoje vou, queira ou não queira, Aos trambolhões na corrente.
Crês que ser pobre é não ter Pão alvo ou carne na mesa? Mas é pior não saber Suportar essa pobreza!
O luxo valor não tem Nos que nascem p’ra pequenos: Os pobres sentem-se bem Com mais pão e luxo a menos!
A esmola não cura a chaga; Mas quem a dá não percebe Que ela avilta, que ela esmaga O infeliz que a recebe. | |
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Anarca
Mensagens : 13406 Data de inscrição : 02/06/2009
| Assunto: Re: ANTÓNIO ALEIXO - O POETA CAUTELEIRO Ter Jul 07, 2009 2:37 pm | |
| A ninguém faltava o pão, Se este dever se cumprisse: - Ganharmos em relação Com o que se produzisse.
O homem sonha acordado; Sonhando a vida percorre… E desse sonho dourado Só acorda, quando morre!
Quantas, quantas infelizes Deixam de ser virtuosas… E depois são seus juízes Os que as fazem criminosas!...
Sem que o discurso eu pedisse, Ele falou; e eu escutei. Gostei do que ele não disse; Do que disse não gostei. | |
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Anarca
Mensagens : 13406 Data de inscrição : 02/06/2009
| Assunto: Re: ANTÓNIO ALEIXO - O POETA CAUTELEIRO Qua Jul 08, 2009 8:32 pm | |
| Tu, que tanto prometeste Enquanto nada podias, Hoje que podes – esqueceste Tudo quanto prometias…
Chegasses onde pudesses; Mas nunca devias rir Nem fingir que não conheces Quem te ajudou a subir!
Os que bons conselhos dão Às vezes fazem-me rir, - Por ver que eles próprios são Incapazes de os seguir. | |
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Anarca
Mensagens : 13406 Data de inscrição : 02/06/2009
| Assunto: Re: ANTÓNIO ALEIXO - O POETA CAUTELEIRO Qui Jul 09, 2009 12:47 pm | |
| Não me dêem mais desgostos Porque sei raciocinar... Só os burros estão dispostos A sofrer sem protestar
A quem segue teus conselhos Vive pedindo favores Toda a vida de joelhos Aos pés dos seus opressor
Tu que vives na grandeza Se calçasses e vestisses Daquilo que produzisses Andavas nú concerteza
Se cá voltasse Jesus O mártir filho do homem Escorraçava os que comem Á sombra da sua cruz. | |
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Anarca
Mensagens : 13406 Data de inscrição : 02/06/2009
| Assunto: Re: ANTÓNIO ALEIXO - O POETA CAUTELEIRO Qui Jul 09, 2009 2:58 pm | |
| Mesmo que te julguem mouco Esses que são teus iguais, Ouve muito e fala pouco: Nunca darás troco a mais!
Entra sempre com doçura A mentira, pr’a agradar; A verdade entra mais dura, Porque não quer enganar.
Se te censuram, estás bem, P’ra que a sorte te perdure; Mal de ti quando ninguém Te inveje nem te censure! | |
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Anarca
Mensagens : 13406 Data de inscrição : 02/06/2009
| Assunto: Re: ANTÓNIO ALEIXO - O POETA CAUTELEIRO Sáb Jul 11, 2009 11:42 am | |
| Ser Doido-Alegre, que Maior Ventura!
Ser doido-alegre, que maior ventura! Morrer vivendo p'ra além da verdade. É tão feliz quem goza tal loucura Que nem na morte crê, que felicidade!
Encara, rindo, a vida que o tortura, Sem ver na esmola, a falsa caridade, Que bem no fundo é só vaidade pura, Se acaso houver pureza na vaidade.
Já que não tenho, tal como preciso, A felicidade que esse doido tem De ver no purgatório um paraíso...
Direi, ao contemplar o seu sorriso, Ai quem me dera ser doido também P'ra suportar melhor quem tem juízo.
António Aleixo, in "Este Livro que Vos Deixo..." | |
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Anarca
Mensagens : 13406 Data de inscrição : 02/06/2009
| Assunto: Re: ANTÓNIO ALEIXO - O POETA CAUTELEIRO Dom Jul 12, 2009 9:49 pm | |
| A Torpe Sociedade onde Nasci
I
Ao ver um garotito esfarrapado Brincando numa rua da cidade, Senti a nostalgia do passado, Pensando que já fui daquela idade.
II
Que feliz eu era então e que alegria... Que loucura a brincar, santo delírio!... Embora fosse mártir, não sabia Que o mundo me criava p'ra o martírio!
III
Já quando um homenzinho, é que senti O dilema terrível que me impôs A torpe sociedade onde nasci: - De ser vítima humilde ou ser algoz...
IV
E agora é o acaso quem me guia. Sem esperança, sem um fim, sem uma fé, Sou tudo: mas não sou o que seria Se o mundo fosse bom - como não é!
V
Tuberculoso!... Mas que triste sorte! Podia suicidar-me, mas não quero Que o mundo diga que me desespero E que me mato por ter medo à morte...
António Aleixo, in "Este Livro que Vos Deixo..." | |
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Anarca
Mensagens : 13406 Data de inscrição : 02/06/2009
| Assunto: Re: ANTÓNIO ALEIXO - O POETA CAUTELEIRO Seg Jul 13, 2009 12:34 pm | |
| Há luta por mil doutrinas. Se querem que o mundo ande façam das mil pequeninas uma só doutrina grande.
Vós que lá do vosso império prometeis um mundo novo, calai-vos que pode o povo querer um mundo novo a sério.
Contigo em contradição pode estar um grande amigo; duvida mais dos que estão sempre de acordo contigo.
Meu amor, vê se te ajeitas a usar meias modernas, daquelas meias que são feitas da pele das próprias pernas. | |
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Anarca
Mensagens : 13406 Data de inscrição : 02/06/2009
| Assunto: Re: ANTÓNIO ALEIXO - O POETA CAUTELEIRO Ter Jul 14, 2009 1:07 pm | |
| Sei que pareço um ladrão ... Mas há muitos que eu conheço que, sem parecer o que são, são aquilo que eu pareço.
Eu já não sei o que faça p'ra juntar algum dinheiro; se se vendesse a desgraça já hoje eu era banqueiro.
Ser artista é ser alguém ! Que bonito é ser artista, ver as coisas mais além do que alcança a nossa vista ! | |
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Anarca
Mensagens : 13406 Data de inscrição : 02/06/2009
| Assunto: Re: ANTÓNIO ALEIXO - O POETA CAUTELEIRO Sex Jul 17, 2009 7:35 pm | |
| Forçam-me, mesmo velhote, de vez em quando, a beijar a mão que brande o chicote que tanto me faz penar. Porque o mundo me empurrou, caí na lama, e então tomei-lhe a cor, mas não sou a lama que muitos são.
Eu não tenho vistas largas, nem grande sabedoria, mas dão-me as horas amargas lições de filosofia. À guerra não ligues meia, porque alguns grandes da terra, vendo a guerra em terra alheia, não querem que acabe a guerra | |
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Anarca
Mensagens : 13406 Data de inscrição : 02/06/2009
| Assunto: Re: ANTÓNIO ALEIXO - O POETA CAUTELEIRO Ter Jul 21, 2009 5:12 pm | |
| Vós que lá do vosso império prometeis um mundo novo, calai-vos, que pode o povo qu'rer um mundo novo a sério. Que importa perder a vida em luta contra a traição, se a Razão mesmo vencida, não deixa de ser Razão?
P'ra mentira ser segura e atingir profundidade, tem que trazer à mistura qualquer coisa de verdade. Sei que pareço um ladrão... mas há muitos que eu conheço que, não parecendo o que são, são aquilo que eu pareço. | |
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Anarca
Mensagens : 13406 Data de inscrição : 02/06/2009
| Assunto: Re: ANTÓNIO ALEIXO - O POETA CAUTELEIRO Qui Jul 23, 2009 1:32 pm | |
| Enquanto o homem pensar que vale mais que outro homem, são como os cães a ladrar, não deixam comer, nem comem. Eu já não sei o que faça p'ra juntar algum dinheiro; se se vendesse a desgraça já hoje eu era banqueiro.
A vida na grande terra corrompe a humanidade. Entre a cidade e a serra prefiro a serra à cidade. O mundo só pode ser melhor do que até aqui, - quando consigas fazer mais p'los outros que por ti! | |
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Anarca
Mensagens : 13406 Data de inscrição : 02/06/2009
| Assunto: Re: ANTÓNIO ALEIXO - O POETA CAUTELEIRO Sex Jul 24, 2009 1:44 pm | |
| Eu não sei porque razão certos homens, a meu ver, quanto mais pequenos são maiores querem parecer. Bate a fome à porta deles e é lá mais mal recebida do que na casa daqueles que a sofreram toda a vida.
Uma mosca sem valor poisa, c'o a mesma alegria, na careca de um doutor como em qualquer porcaria. Para não fazeres ofensas e teres dias felizes, não digas tudo o que pensas, mas pensa tudo o que dizes. | |
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Anarca
Mensagens : 13406 Data de inscrição : 02/06/2009
| Assunto: Re: ANTÓNIO ALEIXO - O POETA CAUTELEIRO Seg Jul 27, 2009 12:35 pm | |
| Num arranco de loucura, filha desta confusão, vai todo o mundo à procura daquilo que tem à mão. Vinho que vai para vinagre não retrocede o caminho; só por obra de milagre, pode de novo ser vinho.
Entre leigos ou letrados, fala só de vez em quando, que nós, às vezes, calados, dizemos mais que falando. Eu não tenho vistas largas, nem grande sabedoria, mas dão-me as horas amargas lições de filosofia. | |
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Anarca
Mensagens : 13406 Data de inscrição : 02/06/2009
| Assunto: Re: ANTÓNIO ALEIXO - O POETA CAUTELEIRO Ter Jul 28, 2009 11:37 am | |
| Quando te vês mal, e dizes que preferias a morte, pensa que outros menos felizes invejam a tua sorte. Mentiu com habilidade, fez quantas mentiras quis; agora fala verdade ninguém crê no que ele diz. Tem a música o poder de tornar o homem feliz; nem há quem saiba dizer tanto quanto ela nos diz. Quando os homens se convençam que a força nada faz, serão felizes os que pensam num mundo de amor e paz. | |
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Anarca
Mensagens : 13406 Data de inscrição : 02/06/2009
| Assunto: Re: ANTÓNIO ALEIXO - O POETA CAUTELEIRO Qua Jul 29, 2009 12:02 pm | |
| Gosto do preto no branco, como costumam dizer: antes perder por ser franco que ganhar por não ser. Não sou esperto nem bruto, nem bem nem mal educado: sou simplesmente o produto do meio em que fui criado. Queremos ver sempre à distância o que não está descoberto, Sem ligarmos importância ao que está à vista e perto. Porque será que nós temos na frente, aos montes, aos molhos, tantas coisas que não vemos nem mesmo perto dos olhos? | |
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Anarca
Mensagens : 13406 Data de inscrição : 02/06/2009
| Assunto: Re: ANTÓNIO ALEIXO - O POETA CAUTELEIRO Qui Jul 30, 2009 12:16 pm | |
| Sei que umas quadras são conselhos que vos dou de boa fé; outras são finos espelhos onde o leitor vê quem é. Vemos gente bem vestida, no aspecto desassombrada; são tudo ilusões da vida, tudo é miséria dourada. Quantas sedas aí vão, quantos colarinhos, são pedacinhos de pão roubados aos pobrezinhos! Julgam-me mui sabedor; e é tão grande o meu saber que desconheço o valor das quadras que sei fazer. | |
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Anarca
Mensagens : 13406 Data de inscrição : 02/06/2009
| Assunto: Re: ANTÓNIO ALEIXO - O POETA CAUTELEIRO Sex Jul 31, 2009 12:35 pm | |
| Quando não tenhas à mão outro livro mais distinto, lê estes versos que são filhos da mágoa que sinto. Peço às altas competências Perdão, porque mal sei ler, P’ra aquelas deficiências Que os meus versos possam ter.
Quem nada tem, nada come; e ao pé de quem tem de comer, se alguém disser que tem fome, comete um crime, sem querer Julgam-me mui sabedor E é tão grande o meu saber Que desconheço o valor Das quadras que sei fazer! | |
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Anarca
Mensagens : 13406 Data de inscrição : 02/06/2009
| Assunto: Re: ANTÓNIO ALEIXO - O POETA CAUTELEIRO Sáb Ago 01, 2009 11:00 pm | |
| A quadra tem pouco espaço Mas eu fico satisfeito Quando numa quadra faço Alguma coisa com jeito
Nada direi, mas, enfim, Vou ter a grande alegria De a Arte dizer por mim Tudo quanto eu vos diria Nos versos que se improvisem, Os poetas sabem ler, Para além do que eles dizem, Tudo o que querem dizer
Falemos sinceramente, Como p'ra nós mesmos, a sós; Lá longe de toda a gente, Do mundo, e até de nós
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Anarca
Mensagens : 13406 Data de inscrição : 02/06/2009
| Assunto: Re: ANTÓNIO ALEIXO - O POETA CAUTELEIRO Ter Ago 04, 2009 9:35 pm | |
| Após um dia tristonho de mágoas e agonias vem outro alegre e risonho: são assim todos os dias
Mentiu com habilidade, fez quantas mentiras quis; agora fala verdade, ninguém crê no que ele diz São parvos, não rias deles, deixa-os ser, que não são sós; às vezes rimos daqueles que valem mais do que nós
Há luta por mil doutrinas. Se querem que o mundo ande, Façam das mil pequeninas Uma só doutrina grande. | |
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Anarca
Mensagens : 13406 Data de inscrição : 02/06/2009
| Assunto: Re: ANTÓNIO ALEIXO - O POETA CAUTELEIRO Ter Ago 04, 2009 9:38 pm | |
| Quando os Homens se convençam Que à força nada se faz, Serão f’lizes os que pensam Num mundo de amor e paz.
Quem prende a água que corre É por si próprio enganado; O ribeirinho não morre, Vai correr por outro lado.
Julgando um dever cumprir, Sem descer no meu critério, - Digo verdades a rir Aos que me mentem a sério! | |
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Anarca
Mensagens : 13406 Data de inscrição : 02/06/2009
| Assunto: Re: ANTÓNIO ALEIXO - O POETA CAUTELEIRO Ter Ago 04, 2009 9:39 pm | |
| A arte em nós se revela Sempre de forma diferente: Cai no papel ou na tela Conforme o artista sente
Embora os meus olhos sejam Os mais pequenos do mundo, O que importa é que eles sejam O que os Homens são no fundo.
Que importa perder a vida na luta contra a traição se a razão mesmo vencida não deixa de ser razão | |
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Anarca
Mensagens : 13406 Data de inscrição : 02/06/2009
| Assunto: Re: ANTÓNIO ALEIXO - O POETA CAUTELEIRO Ter Ago 04, 2009 9:41 pm | |
| Fui polícia, fui soldado, Estive fora da nação; Vendo jogo, guardei gado, Só me falta ser ladrão. De vender a sorte grande, Confesso, não tenho pena; Que a roda ande ou desande Eu tenho sempre a pequena. Poeta, não, camarada, Eu também sou cauteleiro; Ser poeta não dá nada, Vender jogo dá dinheiro. Não há nenhum milionário Que seja feliz como eu: Tenho como secretário Um professor do liceu.
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Anarca
Mensagens : 13406 Data de inscrição : 02/06/2009
| Assunto: Re: ANTÓNIO ALEIXO - O POETA CAUTELEIRO Ter Ago 04, 2009 9:42 pm | |
| Ser artista é ser alguém! Que bonito é ser artista... Ver as coisas mais além Do que alcança a nossa vista! Não é só na grande terra Que os poetas cantam bem: Os rouxinóis são da serra E cantam como ninguém. Da música a melodia Diz, pela alma falando, Mais do que a boca diria Muitas horas conversando Embora os meus olhos sejam Os mais pequenos do mundo, O que importa é que eles vejam O que os homens são no fundo. | |
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| Assunto: Re: ANTÓNIO ALEIXO - O POETA CAUTELEIRO | |
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