| | FERNANDO PESSOA - COMPRE 1 LEVE 5 | |
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Autor | Mensagem |
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Anarca
Mensagens : 13406 Data de inscrição : 02/06/2009
| Assunto: Re: FERNANDO PESSOA - COMPRE 1 LEVE 5 Ter Mar 16, 2010 5:58 pm | |
| Breves São os Anos
No breve número de doze meses O ano passa, e breves são os anos, Poucos a vida dura. Que são doze ou sessenta na floresta Dos números, e quanto pouco falta Para o fim do futuro! Dois terços já, tão rápido, do curso Que me é imposto correr descendo, passo. Apresso, e breve acabo. Dado em declive deixo, e invito apresso O moribundo passo.
Ricardo Reis, in "Odes" Heterónimo de Fernando Pessoa | |
| | | Anarca
Mensagens : 13406 Data de inscrição : 02/06/2009
| Assunto: Re: FERNANDO PESSOA - COMPRE 1 LEVE 5 Qui Mar 18, 2010 5:54 pm | |
| O Passado é o Presente na Lembrança
Se recordo quem fui, outrem me vejo, E o passado é o presente na lembrança. Quem fui é alguém que amo Porém somente em sonho. E a saudade que me aflige a mente Não é de mim nem do passado visto, Senão de quem habito Por trás dos olhos cegos. Nada, senão o instante, me conhece. Minha mesma lembrança é nada, e sinto Que quem sou e quem fui São sonhos diferentes.
Ricardo Reis, in "Odes" Heterónimo de Fernando Pessoa | |
| | | Anarca
Mensagens : 13406 Data de inscrição : 02/06/2009
| Assunto: Re: FERNANDO PESSOA - COMPRE 1 LEVE 5 Seg Mar 22, 2010 1:55 pm | |
| Nada é Prémio: Sucede o que Acontece
A cada qual, como a 'statura, é dada A justiça: uns faz altos O fado, outros felizes.
Nada é prêmio: sucede o que acontece. Nada, Lídia, devemos Ao fado, senão tê-lo.
Ricardo Reis, in "Odes" Heterónimo de Fernando Pessoa | |
| | | Anarca
Mensagens : 13406 Data de inscrição : 02/06/2009
| Assunto: Re: FERNANDO PESSOA - COMPRE 1 LEVE 5 Ter Mar 23, 2010 2:14 pm | |
| Não quero nada
Não: Não quero nada. Já disse que não quero nada
Não me venham com conclusões! A única conclusão é morrer.
Não me tragam estéticas! Não me falem em moral!
Tirem-me daqui a metafísica! Não me apregoem sistemas completos, não me enfileirem conquistas Das ciências (das ciências, Deus meu, das ciências!) Das ciências, das artes, da civilização moderna!
Que mal fiz eu aos deuses todos?
Se têm a verdade, guardem-na!
Sou um técnico, mas tenho técnica só dentro da técnica. Fora disso sou doido, com todo o direito a sê-lo. Com todo o direito a sê-lo, ouviram?
Não me macem, por amor de Deus!
Queriam-me casado, fútil, quotidiano e tributável? Queriam-me o contrário disto, o contrário de qualquer coisa? Se eu fosse outra pessoa, fazia-lhes, a todos, a vontade. Assim, como sou, tenham paciência! Vão para o diabo sem mim, Ou deixem-me ir sozinho para o diabo! Para que havemos de ir juntos?
Não me peguem no braço! Não gosto que me peguem no braço. Quero ser sozinho. Já disse que sou sozinho! Ah, que maçada quererem que eu seja da companhia!
Ó céu azul - o mesmo da minha infância Eterna verdade vazia e perfeita! Ó macio Tejo ancestral e mudo, Pequena verdade onde o céu se reflete! Ó mágoa revisitada, Lisboa de outrora de hoje! Nada me dais, nada me tirais, nada sois que eu me sinta.
Deixem-me em paz! Não tardo, que eu nunca tardo... E enquanto tarda o Abismo e o Silêncio quero estar sozinho.
(Álvaro de Campos) | |
| | | Anarca
Mensagens : 13406 Data de inscrição : 02/06/2009
| Assunto: Re: FERNANDO PESSOA - COMPRE 1 LEVE 5 Seg Abr 05, 2010 1:20 pm | |
| Nada Tem Sentido
Nos altos ramos de árvores frondosas O vento faz um rumor frio e alto, Nesta floresta, em este som me perco E sozinho medito.
Assim no mundo, acima do que sinto, Um vento faz a vida, e a deixa, e a toma, E nada tem sentido — nem a alma Com que penso sozinho.
Ricardo Reis, in "Odes" Heterónimo de Fernando Pessoa | |
| | | Anarca
Mensagens : 13406 Data de inscrição : 02/06/2009
| Assunto: Re: FERNANDO PESSOA - COMPRE 1 LEVE 5 Ter Abr 06, 2010 4:49 pm | |
| Se a Ciência é Vida, Sábio é só o Néscio
Pesa o decreto atroz do fim certeiro. Pesa a sentença igual do juiz ignoto Em cada cerviz néscia. É entrudo e riem. Felizes, porque neles pensa e sente A vida, que não eles!
Se a ciência é vida, sábio é só o néscio. Quão pouca diferença a mente interna Do homem da dos brutos! Sus! Deixai Brincar os moribundos!
De rosas, inda que de falsas teçam Capelas veras. Breve e vão é o tempo Que lhes é dado, e por misericórdia Breve nem vão sentido.
Ricardo Reis, in "Odes" Heterónimo de Fernando Pessoa | |
| | | Anarca
Mensagens : 13406 Data de inscrição : 02/06/2009
| Assunto: Re: FERNANDO PESSOA - COMPRE 1 LEVE 5 Qua Abr 07, 2010 11:50 am | |
| A Vida Mais Vil Antes que a Morte
O sono é bom pois despertamos dele Para saber que é bom. Se a morte é sono Despertaremos dela; Se não, e não é sono,
Conquanto em nós é nosso a refusemos Enquanto em nossos corpos condenados Dura, do carcereiro, A licença indecisa.
Lídia, a vida mais vil antes que a morte, Que desconheço, quero; e as flores colho Que te entrego, votivas De um pequeno destino.
Ricardo Reis, in "Odes" Heterónimo de Fernando Pessoa | |
| | | Anarca
Mensagens : 13406 Data de inscrição : 02/06/2009
| Assunto: Re: FERNANDO PESSOA - COMPRE 1 LEVE 5 Qui Abr 08, 2010 5:12 pm | |
| A Nada Imploram Tuas Mãos já Coisas
A nada imploram tuas mãos já coisas, Nem convencem teus lábios já parados, No abafo subterrâneo Da úmida imposta terra.
Só talvez o sorriso com que amavas Te embalsama remota, e nas memórias Te ergue qual eras, hoje Cortiço apodrecido.
E o nome inútil que teu corpo morto Usou, vivo, na terra, como uma alma, Não lembra. A ode grava, Anônimo, um sorriso.
Ricardo Reis, in "Odes" Heterónimo de Fernando Pessoa | |
| | | Anarca
Mensagens : 13406 Data de inscrição : 02/06/2009
| Assunto: Re: FERNANDO PESSOA - COMPRE 1 LEVE 5 Seg Abr 19, 2010 1:44 pm | |
| Abdica e Sê Rei de Ti Mesmo
Frutos, dão-os as árvores que vivem, Não a iludida mente, que só se orna Das flores lívidas Do íntimo abismo.
Quantos reinos nos seres e nas cousas Te não talhaste imaginário! Quantos, Com a charrua, Sonhos, cidades!
Ah, não consegues contra o adverso muito Criar mais que propósitos frustrados! Abdica e sê Rei de ti mesmo.
Ricardo Reis, in "Odes" Heterónimo de Fernando Pessoa | |
| | | Anarca
Mensagens : 13406 Data de inscrição : 02/06/2009
| Assunto: Re: FERNANDO PESSOA - COMPRE 1 LEVE 5 Qua Abr 21, 2010 1:27 pm | |
| Se me Ainda Amas, por Amor não Ames
Já sobre a fronte vã se me acinzenta O cabelo do jovem que perdi. Meus olhos brilham menos. Já não tem jus a beijos minha boca. Se me ainda amas, por amor não ames: Traíras-me comigo.
Ricardo Reis, in "Odes" Heterónimo de Fernando Pessoa | |
| | | Anarca
Mensagens : 13406 Data de inscrição : 02/06/2009
| Assunto: Re: FERNANDO PESSOA - COMPRE 1 LEVE 5 Ter Abr 27, 2010 5:15 pm | |
| Prazer, mas Devagar
Prazer, Mas devagar, Lídia, que a sorte àqueles não é grata Que lhe das mãos arrancam. Furtivos retiremos do horto mundo Os depredandos pomos. Não despertemos, onde dorme, a Erínis Que cada gozo trava. Corno um regato, mudos passageiros, Gozemos escondidos. A sorte inveja, Lídia. Emudeçamos.
Ricardo Reis, in "Odes" Heterónimo de Fernando Pessoa | |
| | | Anarca
Mensagens : 13406 Data de inscrição : 02/06/2009
| Assunto: Re: FERNANDO PESSOA - COMPRE 1 LEVE 5 Qui Abr 29, 2010 1:00 pm | |
| Porque me Negas o que te não Peço
A flor que és, não a que dás, eu quero. Porque me negas o que te não peço. Tempo há para negares Depois de teres dado.
Flor, sê-me flor! Se te colher avaro A mão da infausta esfinge, tu perene Sombra errarás absurda, Buscando o que não deste.
Ricardo Reis, in "Odes" Heterónimo de Fernando Pessoa | |
| | | Anarca
Mensagens : 13406 Data de inscrição : 02/06/2009
| Assunto: Re: FERNANDO PESSOA - COMPRE 1 LEVE 5 Qua maio 05, 2010 12:20 pm | |
| Segue o Teu Destino
Segue o teu destino, Rega as tuas plantas, Ama as tuas rosas. O resto é a sombra De árvores alheias.
A realidade Sempre é mais ou menos Do que nos queremos. Só nós somos sempre Iguais a nós-proprios.
Suave é viver só. Grande e nobre é sempre Viver simplesmente. Deixa a dor nas aras Como ex-voto aos deuses.
Vê de longe a vida. Nunca a interrogues. Ela nada pode Dizer-te. A resposta Está além dos deuses.
Mas serenamente Imita o Olimpo No teu coração. Os deuses são deuses Porque não se pensam.
Ricardo Reis, in "Odes" Heterónimo de Fernando Pessoa | |
| | | Anarca
Mensagens : 13406 Data de inscrição : 02/06/2009
| Assunto: Re: FERNANDO PESSOA - COMPRE 1 LEVE 5 Ter maio 25, 2010 1:42 pm | |
| Prefiro Rosas, meu Amor, à Pátria
Prefiro rosas, meu amor, à pátria, E antes magnólias amo Que a glória e a virtude.
Logo que a vida me não canse, deixo Que a vida por mim passe Logo que eu fique o mesmo.
Que importa àquele a quem já nada importa Que um perca e outro vença, Se a aurora raia sempre,
Se cada ano com a primavera As folhas aparecem E com o outono cessam?
E o resto, as outras coisas que os humanos Acrescentam à vida, Que me aumentam na alma?
Nada, salvo o desejo de indiferença E a confiança mole Na hora fugitiva.
Ricardo Reis, in "Odes" Heterónimo de Fernando Pessoa | |
| | | Anarca
Mensagens : 13406 Data de inscrição : 02/06/2009
| Assunto: Re: FERNANDO PESSOA - COMPRE 1 LEVE 5 Sex maio 28, 2010 11:49 am | |
| Sê Rei de Ti Próprio
Não tenhas nada nas mãos Nem uma memória na alma, Que quando te puserem Nas mãos o óbolo último, Ao abrirem-te as mãos Nada te cairá. Que trono te querem dar Que Átropos to não tire? Que louros que não fanem Nos arbítrios de Minos? Que horas que te não tornem Da estatura da sombra Que serás quando fores Na noite e ao fim da estrada. Colhe as flores mas larga-as, Das mãos mal as olhaste. Senta-te ao sol. Abdica E sê rei de ti próprio.
Ricardo Reis, in "Odes" Heterónimo de Fernando Pessoa | |
| | | Anarca
Mensagens : 13406 Data de inscrição : 02/06/2009
| Assunto: Re: FERNANDO PESSOA - COMPRE 1 LEVE 5 Seg Jun 28, 2010 6:36 pm | |
| Vem Sentar-te Comigo, Lídia, à Beira do Rio
Vem sentar-te comigo, Lídia, à beira do rio. Sossegadamente fitemos o seu curso e aprendamos Que a vida passa, e não estamos de mãos enlaçadas. (Enlacemos as mãos.)
Depois pensemos, crianças adultas, que a vida Passa e não fica, nada deixa e nunca regressa, Vai para um mar muito longe, para ao pé do Fado, Mais longe que os deuses.
Desenlacemos as mãos, porque não vale a pena cansarmo-nos. Quer gozemos, quer não gozemos, passamos como o rio. Mais vale saber passar silenciosamente E sem desassosegos grandes.
Sem amores, nem ódios, nem paixões que levantam a voz, Nem invejas que dão movimento demais aos olhos, Nem cuidados, porque se os tivesse o rio sempre correria, E sempre iria ter ao mar.
Amemo-nos tranquilamente, pensando que podiamos, Se quiséssemos, trocar beijos e abraços e carícias, Mas que mais vale estarmos sentados ao pé um do outro Ouvindo correr o rio e vendo-o.
Colhamos flores, pega tu nelas e deixa-as No colo, e que o seu perfume suavize o momento — Este momento em que sossegadamente não cremos em nada, Pagãos inocentes da decadência.
Ao menos, se for sombra antes, lembrar-te-ás de mim depois Sem que a minha lembrança te arda ou te fira ou te mova, Porque nunca enlaçamos as mãos, nem nos beijamos Nem fomos mais do que crianças.
E se antes do que eu levares o óbolo ao barqueiro sombrio, Eu nada terei que sofrer ao lembrar-me de ti. Ser-me-ás suave à memória lembrando-te assim — à beira-rio, Pagã triste e com flores no regaço.
Ricardo Reis, in "Odes" Heterónimo de Fernando Pessoa | |
| | | Anarca
Mensagens : 13406 Data de inscrição : 02/06/2009
| Assunto: Re: FERNANDO PESSOA - COMPRE 1 LEVE 5 Ter Jun 29, 2010 7:24 pm | |
| São Plácidas Todas as Horas que Nós Perdemos
Mestre, são plácidas Todas as horas Que nós perdemos, Se no perdê-las, Qual numa jarra, Nós pomos flores.
Não há tristezas Nem alegrias Na nossa vida. Assim saibamos, Sábios incautos, Não a viver,
Mas decorrê-la, Tranquilos, plácidos, Lendo as crianças Por nossas mestras, E os olhos cheios De Natureza...
À beira-rio, À beira-estrada, Conforme calha, Sempre no mesmo Leve descanso De estar vivendo.
O tempo passa, Não nos diz nada. Envelhecemos. Saibamos, quase Maliciosos, Sentir-nos ir.
Não vale a pena Fazer um gesto. Não se resiste Ao deus atroz Que os próprios filhos Devora sempre.
Colhamos flores. Molhemos leves As nossas mãos Nos rios calmos, Para aprendermos Calma também.
Girassóis sempre Fitando o sol, Da vida iremos Tranqüilos, tendo Nem o remorso De ter vivido.
Ricardo Reis, in "Odes" Heterónimo de Fernando Pessoa | |
| | | Anarca
Mensagens : 13406 Data de inscrição : 02/06/2009
| Assunto: Re: FERNANDO PESSOA - COMPRE 1 LEVE 5 Qua Out 06, 2010 4:03 pm | |
| Ouvi contar que outrora
"Ouvi contar que outrora, quando a Pérsia Tinha não sei qual guerra, Quando a invasão ardia na Cidade E as mulheres gritavam, Dois jogadores de xadrez jogavam O seu jogo contínuo. À sombra de ampla árvore fitavam O tabuleiro antigo, E, ao lado de cada um, esperando os seus Momentos mais folgados, Quando havia movido a pedra, e agora Esperava o adversário. Um púcaro com vinho refrescava Sobriamente a sua sede. Ardiam casas, saqueadas eram As arcas e as paredes, Violadas, as mulheres eram postas Contra os muros caídos, Trespassadas de lanças, as crianças Eram sangue nas ruas... Mas onde estavam, perto da cidade, E longe do seu ruído, Os jogadores de xadrez jogavam O jogo de xadrez. Inda que nas mensagens do ermo vento Lhes viessem os gritos, E, ao reflectir, soubessem desde a alma Que por certo as mulheres E as tenras filhas violadas eram Nessa distância próxima, Inda que, no momento que o pensavam, Uma sombra ligeira Lhes passasse na fronte alheada e vaga, Breve seus olhos calmos Volviam sua atenta confiança Ao tabuleiro velho. Quando o rei de marfim está em perigo, Que importa a carne e o osso Das irmãs e das mães e das crianças? Quando a torre não cobre A retirada da rainha branca, O saque pouco importa. E quando a mão confiada leva o xeque Ao rei do adversário, Pouco pesa na alma que lá longe Estejam morrendo filhos. Mesmo que, de repente, sobre o muro Surja a sanhuda face Dum guerreiro invasor, e breve deva Em sangue ali cair O jogador solene de xadrez, O momento antes desse (É ainda dado ao cálculo dum lance Para a efeito horas depois) É ainda entregue ao jogo predilecto Dos grandes indif'rentes. Caiam cidades, sofram povos, cesse A liberdade e a vida. Os haveres tranquilos e avitos Ardem e que se arranquem, Mas quando a guerra os jogos interrompa, Esteja o rei sem xeque, E o de marfim peão mais avançado Pronto a comprar a torre. Meus irmãos em amarmos Epicuro E o entendermos mais De acordo com nós-próprios que com ele, Aprendamos na história Dos calmos jogadores de xadrez Como passar a vida. Tudo o que é sério pouco nos importe, O grave pouco pese, O natural impulso dos instintos Que ceda ao inútil gozo (Sob a sombra tranqüila do arvoredo) De jogar um bom jogo. O que levamos desta vida inútil Tanto vale se é A glória, a fama, o amor, a ciência, a vida, Como se fosse apenas A memória de um jogo bem jogado E uma partida ganha A um jogador melhor. A glória pesa como um fardo rico, A fama como a febre, O amor cansa, porque é a sério e busca, A ciência nunca encontra, E a vida passa e dói porque o conhece... O jogo do xadrez Prende a alma toda, mas, perdido, pouco Pesa, pois não é nada. Ah! sob as sombras que sem qu'rer nos amam, Com um púcaro de vinho Ao lado, e atentos só à inútil faina Do jogo do xadrez Mesmo que o jogo seja apenas sonho E não haja parceiro, Imitemos os persas desta história, E, enquanto lá fora, Ou perto ou longe, a guerra e a pátria e a vida Chamam por nós, deixemos Que em vão nos chamem, cada um de nós Sob as sombras amigas Sonhando, ele os parceiros, e o xadrez A sua indiferença."
(Ricardo Reis) | |
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