A LIBERDADE É AMORAL
Gostaria de reagir a esta mensagem? Crie uma conta em poucos cliques ou inicie sessão para continuar.
A LIBERDADE É AMORAL

Local de discussão livre sobre todos os temas sociais.
 
InícioInício  Últimas imagensÚltimas imagens  RegistarRegistar  EntrarEntrar  

 

 PABLO NERUDA - O POETA HUMANISTA

Ir para baixo 
Ir à página : Anterior  1, 2
AutorMensagem
Anarca

Anarca


Mensagens : 13406
Data de inscrição : 02/06/2009

PABLO NERUDA - O POETA HUMANISTA - Página 2 Empty
MensagemAssunto: Re: PABLO NERUDA - O POETA HUMANISTA   PABLO NERUDA - O POETA HUMANISTA - Página 2 EmptySeg Jan 25, 2010 6:12 pm

Os teus pés

Quando não te posso contemplar
Contemplo os teus pés.

Teus pés de osso arqueado,
Teus pequenos pés duros,

Eu sei que te sustentam
E que teu doce peso
Sobre eles se ergue.

Tua cintura e teus seios,
A duplicada purpura
Dos teus mamilos,
A caixa dos teus olhos
Que há pouco levantaram voo,
A larga boca de fruta,
Tua rubra cabeleira,
Pequena torre minha.

Mas se amo os teus pés
É só porque andaram
Sobre a terra e sobre
O vento e sobre a água,
Até me encontrarem.

(Pablo Neruda)
Ir para o topo Ir para baixo
Anarca

Anarca


Mensagens : 13406
Data de inscrição : 02/06/2009

PABLO NERUDA - O POETA HUMANISTA - Página 2 Empty
MensagemAssunto: Re: PABLO NERUDA - O POETA HUMANISTA   PABLO NERUDA - O POETA HUMANISTA - Página 2 EmptyTer Jan 26, 2010 5:33 pm

Angela Adonica

Hoje deitei-me junto a uma jovem pura
como se na margem de um oceano branco,
como se no centro de uma ardente estrela
de lento espaço.

Do seu olhar largamente verde
a luz caía como uma água seca,
em transparentes e profundos círculos
de fresca força.

Seu peito como um fogo de duas chamas
ardía em duas regiões levantado,
e num duplo rio chegava a seus pés,
grandes e claros.

Um clima de ouro madrugava apenas
as diurnas longitudes do seu corpo
enchendo-o de frutas extendidas
e oculto fogo..

(Pablo Neruda)
Ir para o topo Ir para baixo
Anarca

Anarca


Mensagens : 13406
Data de inscrição : 02/06/2009

PABLO NERUDA - O POETA HUMANISTA - Página 2 Empty
MensagemAssunto: Re: PABLO NERUDA - O POETA HUMANISTA   PABLO NERUDA - O POETA HUMANISTA - Página 2 EmptySex Abr 09, 2010 11:42 am

Morre lentamente...

Morre lentamente quem não viaja,
quem não lê,
quem não ouve música,
quem não encontra graça em si mesmo.

Morre lentamente quem destrói o seu amor-próprio,
quem não se deixa ajudar.

Morre lentamente quem se transforma em escravo do hábito,
repetindo todos os dias os mesmos trajectos,
quem não muda de marca,
não se arrisca a vestir uma nova cor ou não conversa com quem não conhece.

Morre lentamente quem faz da televisão o seu guru.

Morre lentamente quem evita uma paixão,
quem prefere o negro sobre o branco e os pontos sobre os "is" em detrimento de um redemoinho de emoções justamente as que resgatam o brilho dos olhos,
sorrisos dos bocejos,
corações aos tropeços e sentimentos.

Morre lentamente quem não vira a mesa quando está infeliz com o seu trabalho,
quem não arrisca o certo pelo incerto para ir atrás de um sonho,
quem não se permite pelo menos uma vez na vida fugir dos conselhos sensatos.

Morre lentamente, quem passa os dias queixando-se da sua má sorte ou da chuva incessante.

Morre lentamente, quem abandona um projecto antes de iniciá-lo,
não pergunta sobre um assunto que desconhece ou não responde quando lhe indagam sobre algo que sabe.

Evitemos a morte em doses suaves,
recordando sempre que estar vivo exige um esforço muito maior que o simples facto de respirar.
Somente a perseverança fará com que conquistemos um estágio esplêndido de felicidade.

(PABLO NERUDA)
Ir para o topo Ir para baixo
Conteúdo patrocinado





PABLO NERUDA - O POETA HUMANISTA - Página 2 Empty
MensagemAssunto: Re: PABLO NERUDA - O POETA HUMANISTA   PABLO NERUDA - O POETA HUMANISTA - Página 2 Empty

Ir para o topo Ir para baixo
 
PABLO NERUDA - O POETA HUMANISTA
Ir para o topo 
Página 2 de 2Ir à página : Anterior  1, 2
 Tópicos semelhantes
-
» ABADE DE JAZENDE - O POETA PADRE
» MIGUEL TORGA - O POETA AUTÊNTICO
» JÚLIO DANTAS - O POETA RETRÓGRADO
» EUGÉNIO DE ANDRADE - O POETA DO CORPO
» MÁRIO DE SÁ-CARNEIRO - O POETA DA ANGÚSTIA

Permissões neste sub-fórumNão podes responder a tópicos
A LIBERDADE É AMORAL :: MOMENTOS DE POESIA-
Ir para: