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 CRISTIANO WOLFF - Vida, época, pensamento e obras

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MensagemAssunto: CRISTIANO WOLFF - Vida, época, pensamento e obras    CRISTIANO WOLFF - Vida, época, pensamento e obras   EmptyDom Ago 29, 2010 10:10 pm

O racionalismo moderno toma uma sistematização rígida, formal, com Cristiano Wolff, vulgarizador do pensamento de Leibniz. Em Wolff, o racionalismo moderno manifesta explicitamente o seu caráter fenomenista abstrato. A filosofia, a metafísica deveria ser construída a priori, partindo dedutivamente, analiticamente, da idéia inata de ser.

Compreende-se, portanto, a reação kantiana e a acusação de dogmatismo movida contra essa orientação filosófica, que pretendia ser válido para a realidade concreta um sistema construído a priori: um mundo de idéias para um mundo de coisas, sem uma relação real entre as duas ordens. A reação é facilmente compreensível, se se considerar que os manuais de Wolff invadiram a cultura alemã da época, e Kant lecionava na universidade servindo-se da Metaphysica de Baumgarten, que tinha condensado e ordenado em mil parágrafos o prolixo sistema de Wolff.

Dado esse caráter apriorístico, racionalista-matemático, do pensamento de Wolff, compreende-se como ele se diferencia profundamente da escolástica clássica, aristotélico-tomista, a qual concebe, sim, a ciência como uma dedução necessária de elementos e princípios primeiros, mas estes se baseiam no terreno sólido da experiência. Se é que Wolff teve algum conhecimento particular da escolástica aristotélico-tomista, certamente não compreendeu o espírito íntimo desse sistema.
Vida

Cristiano Wolff nasceu em Breslau em 1679. Dedicou-se aos problemas morais e religiosos, estudando também matemática. Formou-se em filosofia em Leipzig em 1703. Entrou, desde logo, em relações com Leibniz, graças ao qual teve em 1707 uma cátedra de matemática e filosofia na Universidade de Halle. O seu ensino claro e metódico, racionalista, sistemático teve um êxito imenso. No entanto, em 1723, foi demitido sob acusação de ateísmo em religião e determinismo em moral. A primeira acusação tem um fundamento na afirmação de Wolff de que a moral estaria de pé igualmente, mesmo prescindindo da existência de Deus. A segunda explica-se pela sua adesão ao determinismo racionalista de Leibniz, em que a liberdade de Deus e do homem vêm fornecer, porquanto ambos atuam necessariamente, do modo melhor. Wolff retirou-se então para a Universidade de Marburgo, voltando, em seguida, para a Universidade de Halle, aí ensinando até à morte (1754).
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MensagemAssunto: Re: CRISTIANO WOLFF - Vida, época, pensamento e obras    CRISTIANO WOLFF - Vida, época, pensamento e obras   EmptySeg Ago 30, 2010 1:07 pm

Obras

As obras filosóficas de Wolff são constituídas por duas séries de manuais, uma em latim, e a outra em alemão. A série dos manuais em latim, compreende precisamente: Philosophia rationalis sive logica; Philosophia prima seu ontologia; Cosmologia generalis; Psychologia empirica; Psychologia rationalis; Psychologia practica universalis; Jus naturae; Jus gentium; Philosophia moralis seu ethica; Oeconomia. Tais manuais tiveram um grande êxito.

O Pensamento

Wolff divide a filosofia em lógica, especulativa e prática. A filosofia especulativa é, fundamentalmente, a metafísica, abrangendo a ontologia, a cosmologia geral, a psicologia, a teologia natural. A filosofia prática abrange, antes de tudo, a filosofia prática geral e o direito natural e, logo, a ética, a política, a economia. É notável o critério de verdade segundo Wolff: a verdade consiste exclusivamente na coerência entre as idéias. É a revelação completa so fenomenismo racionalista, pelo qual não há relação entre pensamento e ser. É bem diverso o critério de verdade do sistema aristotélico-tomista, pelo qual a verdade é, ao contrário, a adequação especulativa da mente com a coisa.

Quanto à idéia de ética, Wolff diz justamente que a lei moral não pode depender ao arbítrio divino; mas é absoluta, necessária, primitiva (isto é, diríamos, tomisticamente, derivante da própria natureza de Deus e das coisas por ele criadas). Diversamente, admite a obrigação absoluta da lei moral, mesmo no caso do ateísmo (como se a negação de Deus não implicasse necessariamente na negação de todos os valores).

Em todo caso, Wolff não nega Deus, nem a religião natural. Separa, porém, a filosofia que conhece a religião natural, da religião positiva, ou revelada. Desta o filósofo prescinde.

Wolff é o pai do Aufklärung, do iluminismo racionalista alemão, que sustenta o divórcio entre a religião natural e a religião positiva, e finaliza na negação desta última.
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