A LIBERDADE É AMORAL
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 ALLAN KARDEC - O LIVRO DOS ESPÍRITOS

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MensagemAssunto: Re: ALLAN KARDEC - O LIVRO DOS ESPÍRITOS   ALLAN KARDEC - O LIVRO DOS ESPÍRITOS - Página 7 EmptySáb Dez 04, 2010 11:16 pm

Capitulo IX

VIII — Lei de Igualdade

I — Igualdade Natural


803. Todos os homens são iguais perante Deus?
— Sim, todos tendem para o mesmo fim e Deus fez as suas leis para todos. Dizeis freqüentemente: "O sol brilha para todos", e com isso dizeis uma verdade maior e mais geral do que pensais.
Todos os homens são submetidos às mesmas leis naturais; todos nascem com a mesma fragilidade, estão sujeitos às mesmas dores e o corpo do rico se destrói como o do pobre. Deus não concedeu, portanto, superioridade natural a nenhum homem, nem pelo nascimento, nem pela morte: todos são iguais diante dEle.
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MensagemAssunto: Re: ALLAN KARDEC - O LIVRO DOS ESPÍRITOS   ALLAN KARDEC - O LIVRO DOS ESPÍRITOS - Página 7 EmptySáb Dez 11, 2010 3:39 pm

II — Desigualdade de Aptidões


804. Por que Deus não deu as mesmas aptidões a todos os homens?
— Deus criou todos os Espíritos iguais, mas cada um deles viveu mais ou menos tempo e por conseguinte realizou mais ou menos aquisições; a diferença está no grau de experiência e na vontade, que é o livre arbítrio: daí decorre que uns se aperfeiçoam mais rapidamente, o que lhes dá aptidões diversas. A mistura de aptidões é necessária a fim de que cada um possa contribuir para os desígnios da Providência; nos limites do desenvolvimento de suas forças físicas e intelectuais: o que um não faz, o outro faz, e é assim que cada um tem a sua função útil. Além disso, todos os mundos sendo solidários entre si, é necessário que os habitantes dos mundos superiores, na sua maioria criados antes do vosso, venham habitar aqui para vos dar exemplo. (Ver item 361).

805. Passando de um mundo superior para um inferior o Espírito conserva integralmente as faculdades adquiridas?
— Sim, já o dissemos, o Espírito que progrediu não regride mais. Ele pode escolher, no estado de Espírito, um envoltório mais rude ou uma situação mais precária que a anterior, mas sempre para lhe servir de lição e ajudá-lo a progredir. (Ver item 180).
Assim, a diversidade das aptidões do homem não se relaciona com a natureza íntima de sua criação, mas com o grau de aperfeiçoamento a que ele tenha chegado como Espírito. Deus não criou, portanto, a desigualdade das faculdades, mas permitiu que os diferentes graus de desenvolvimento se mantivessem em contato a fim de que os mais adiantados pudessem ajudar os mais atrasados a progredir. E também a fim de que os homens, necessitando uns dos outros, compreendam a lei de caridade que os deve unir.
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MensagemAssunto: Re: ALLAN KARDEC - O LIVRO DOS ESPÍRITOS   ALLAN KARDEC - O LIVRO DOS ESPÍRITOS - Página 7 EmptySeg Dez 13, 2010 9:41 pm

III — Desigualdades Sociais


806. A desigualdade das condições sociais é uma lei natural?
— Não; é obra do homem e não de Deus.

806-a. Essa desigualdade desaparecerá um dia?
— Só as leis de Deus são eternas. Não a vês desaparecer pouco a pouco, todos os dias? Essa desigualdade desaparecerá juntamente com a predominância do orgulho e do egoísmo, restando tão somente a desigualdade do mérito. Chegará um dia em que os membros da grande famlia dos filhos de Deus não mais se olharão como de sangue mais ou menos puro, pois somente o Espírito é mais puro ou menos puro, e isso não depende da posição social.

807. Que pensar dos que abusam da superioridade de sua posição social para oprimir o fraco em seu proveito?
— Esses merecem o anátema; infelizes que são! Serão oprimidos por sua vez e renascerão numa existéncia em que sofrerão tudo o que fizeram sofrer. (Ver item 684).
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MensagemAssunto: Re: ALLAN KARDEC - O LIVRO DOS ESPÍRITOS   ALLAN KARDEC - O LIVRO DOS ESPÍRITOS - Página 7 EmptyTer Dez 21, 2010 10:48 pm

IV — Desigualdade das Riquezas


808. A desigualdade das riquezas não tem sua origem na desigualdade das faculdades, que dão a uns mais meios de adquirir do que a outros?
— Sim e não. Que dizes da astúcia e do roubo.

808-a. A riqueza hereditária, entretanto, seria fruto das más paixões?
— Que sabes disso? Remonta à origem e verás se é sempre pura. Sabes se no princípio não foi o fruto de uma espoliação ou de uma injustiça? Mas, sem falar da origem, que pode ser má, crês que a cobiça de bens, mesmo os melhores adquiridos, e os desejos secretamente alimentados, de possuí-los o mais cedo possível, sejam sentimentos louváveis? Isto é o que Deus julga, e te asseguro que o seu julgamento é mais severo que o dos homens.

809. Se uma fortuna foi mal adquirida, os herdeiros serão responsáveis por isso?
— Sem dúvida eles não são responsáveis pelo mal que outros tenham feito, tanto mais que o podem ignorar, mas fica sabendo que muitas vezes uma fortuna se destina a um homem para lhe dar ocasião de reparar uma injustiça. Feliz dele se o compreender! E se o fizer em nome daquele que cometeu a injustiça a reparação será levada em conta para ambos, pois esse mesmo quase sempre é quem a provoca.

810. Sem fraudar a legalidade, podemos dispor dos nossos bens de maneira mais ou menos eqüitativa. Quem assim faz é responsável, depois da morte, pelas disposições testamentárias?
— Toda ação traz os seus frutos; os das boas ações são doces e os das outras são sempre amargos; sempre, entendei bem isso.

811. A igualdade absoluta das riquezas é possível e existiu alguma vez?
— Não, não é possível. A diversidade das faculdades e dos caracteres se opõe a isso.

811-a. Há homens, entretanto, que crêem estar nisso o remédio para os males sociais; que pensais a respeito?
— São sistemáticos ou ambiciosos e invejosos. Não compreendem que a igualdade seria logo rompida pela própria força das circunstâncias. Combatei o egoísmo, pois essa é a vossa chaga social, e não correi atrás de quimeras.

812. Se a igualdade das riquezas não é possível, acontece o mesmo com o bem-estar?
— Não; mas o bem-estar é relativo e cada um poderia gozá-lo, se todos se entendessem bem... Porque o verdadeiro bem-estar consiste no emprego do tempo de acordo com a vontade e não em trabalhos pelos quais não se tem nenhum gosto. Como cada um tem aptidões diferentes, nenhum trabalho útil ficaria por fazer. O equilíbrio existe em tudo e é o homem quem o perturba.

812-a. E possível que todos se entendam?
— Os homens se entenderão quando praticarem a lei da justiça.

813. Há pessoas que caem nas privações e na miséria por sua própria culpa; a sociedade pode ser responsabilizada por isso?
— Sim, já o dissemos, ela é sempre a causa primeira dessas faltas; pois não lhe cabe velar pela educação moral dos seus membros? É freqüentemente a má educação que falseia o critério dessas pessoas, em lugar de asfixiar-lhes as tendências perniciosas. (Ver item 685).
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MensagemAssunto: Re: ALLAN KARDEC - O LIVRO DOS ESPÍRITOS   ALLAN KARDEC - O LIVRO DOS ESPÍRITOS - Página 7 EmptyQua Dez 22, 2010 10:46 pm

V — Provas da Riqueza e da Miséria


814. Por que Deus concedeu a uns a riqueza e o poder e a outros a miséria?
— Para provar a cada um de uma maneira diferente. Aliás, vós o sabeis, essas provas são escolhidas pelos próprios Espíritos, que muitas vezes sucumbem ao realizá-las.

815. Qual dessas duas provas é a mais perigosa para o homem, a da desgraça ou a da riqueza?
— Tanto uma quanto a outra. A miséria provoca a lamentação contra a Providência, a riqueza leva a todos os excessos.

816. Se o rico sofre mais tentações, não dispõe também de mais meios para fazer o bem?
— É justamente o que nem sempre faz; torna-se egoísta, orgulhoso e insaciável; suas necessidades aumentam com a fortuna e julga não ter o bastante para si mesmo.
A posição elevada no mundo e a autoridade sobre os semelhantes são provas tão grandes e arriscadas quanto a miséria; porque, quanto mais o homem for rico e poderoso mais obrigações tem a cumprir, maiores são os meios de que dispõe para fazer o bem e o mal. Deus experimenta o pobre pela resignação e o rico pelo uso que faz de seus bens e do seu poder. A riqueza e o poder despertam todas as paixões que nos prendem à matéria e nos distanciam da perfeição espiritual. Foi por isso que Jesus disse: "Em verdade vos digo, é mais fácil um camelo passar pelo fundo de uma agulha do que um rico entrar no reino dos céus". (Ver item 266).
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MensagemAssunto: Re: ALLAN KARDEC - O LIVRO DOS ESPÍRITOS   ALLAN KARDEC - O LIVRO DOS ESPÍRITOS - Página 7 EmptyQui Dez 23, 2010 8:48 pm

VI — Igualdade dos Direitos do Homem e da Mulher


817. O homem e a mulher são iguais perante Deus e têm os mesmos direitos?
— Deus não deu a ambos a inteligência do bem e do mal e a faculdade de progredir?

818. De onde procede a inferioridade moral da mulher em certas regiões?
— Do domínio injusto e cruel que o homem exerceu sobre ela. Uma conseqüência das instituições sociais e do abuso da força sobre a debilidade. Entre os homens pouco adiantados do ponto de vista moral a força é o direito.

819. Com que fim a mulher é fisicamente mais fraca do que o homem?
— Para lhe assinalar funções particulares. O homem se destina aos trabalhos rudes, por ser o mais forte; a mulher aos trabalhos suaves; e ambos a se ajudarem mutuamente nas provas de uma vida cheia de amarguras.

820. A debilidade física da mulher não a coloca naturalmente na dependência do homem?
— Deus deu a força a uns para proteger o fraco e não para o escravizar.
Deus apropriou a organização de cada ser às funções que ele deve desempenhar. Se deu menor força física à mulher, deu-lhe ao mesmo tempo maior sensibilidade, em relação com a delicadeza das funções maternais e à debilidade dos seres confiados aos seus cuidados.

821. As funçôes a que a mulher foi destinada pela Natureza têm tanta importância quanto as conferidas ao homem?
— Sim, e até maior; é ela quem lhe dá as primeiras noções da vida.

822. Os homens, sendo iguais perante a lei de Deus, devem sê-lo igualmente perante a lei humana?
— Este é o primeiro princípio de justiça: "Não façais aos outros o que não quereis que os outros vos façam".

822-a , De acordo com isso, para uma legislação ser perfeitamente justa deve consagrar a igualdade de direitos entre a homem e a mulher?
— De direitos, sim; de funções, não. E necessário que cada um tenha um lugar determinado; que o homem se ocupe de fora e a mulher do lar, cada um segundo a sua aptidão. A lei humana, para ser justa, deve consagrar a igualdade de direitos entre o homem e a mulher; todo privilégio concedido a um ou a outro é contrário à justiça. A emancipação da mulher segue o processo da civilização, sua escravização marcha com a barbárie. Os sexos, aliás, só existem na organização física, pois os Espíritos podem tomar um e outro, não havendo diferenças entre eles a esse respeito. Por conseguinte, devem gozar dos mesmos direitos.
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MensagemAssunto: Re: ALLAN KARDEC - O LIVRO DOS ESPÍRITOS   ALLAN KARDEC - O LIVRO DOS ESPÍRITOS - Página 7 EmptyTer Dez 28, 2010 12:59 am

VII — Igualdade Perante o Túmulo


823. De onde vem o desejo de perpetuar a própria memória nos monumentos fúnebres?
— Derradeiro ato de orgulho.

823-a. Mas a suntuosidade dos monumentos fúnebres não é, na maioria das vezes, determinada pelos parentes que desejam honrar a memória do falecido, e não por este?
— Orgulho dos parentes, que querem honrar-se a si mesmos. Oh, sim, nem sempre é pelo morto que se fazem todas essas demonstrações, mas por amor-próprio, por consideração ao mundo e para exibição de riqueza. Crês que a lembrança de um ser querido seja menos durável no coração do pobre, porque ele só pode colocar uma flor sobre a sua tumba? Crês que o mármore salva do esquecimento aquele que foi inútil na Terra?

824. Reprovais de maneira absoluta as pompas fúnebres?
— Não. Quando homenageiam a memória de um homem de bem, são justas e de bom exemplo.
A tumba é o lugar de encontro de todos os homens e nela se findam impiedosamente todas as distinçôes humanas. É em vão que o rico tenta perpetuar a sua memória por meio de faustosos monumentos. O tempo os destruirá, como aos seus proprios corpos. Assim o quer a natureza. A lembrança das suas boas e más ações será menos perecível que o seu túmulo. A pompa dos funerais não o lavará de suas torpezas e não o fará subir sequer um degrau na hierarquia espiritual. (Ver item 320 e seguintes).
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MensagemAssunto: Re: ALLAN KARDEC - O LIVRO DOS ESPÍRITOS   ALLAN KARDEC - O LIVRO DOS ESPÍRITOS - Página 7 EmptyTer Dez 28, 2010 10:20 pm

Capítulo X

IX — Lei de Liberdade

I — Liberdade natural


825. Há posições no mundo em que o homem possa gabar-se de gozar de uma liberdade absoluta?
— Não, porque vós todos necessitais uns dos outros, os pequenos como os grandes.

826. Qual seria a condição em que o homem pudesse gozar de liberdade absoluta?
— A do eremita no deserto. Desde que haja dois homens juntos, há direitos a respeitar e não terão eles, portanto, liberdade absoluta.

827. A obrigação de respeitar os direitos alheios tira ao homem o direito de ser senhor de si?
— Absolutamente, pois esse é um direito que lhe vem da Natureza.

828. Como conciliar as opiniões liberais de certos homens com o seu freqüente despotismo no lar e com os seus subordinados?
— São os que possuem a compreensão da lei natural, mas contra-balançada pelo orgulho e pelo egoísmo. Sabem o que devem fazer, quando não transformam os seus princípios numa comédia bem calculada, mas não o fazem.

828-a Os princípios que professaram nesta vida lhes serão levados em conta na outra?
— Quanto mais inteligência tenha o homem para compreender um princípio, menos escusável será de não o aplicar a si mesmo. Na verdade vos digo que o homem símples, mas sincero, está mais adiantado no caminho de Deus do que aquele que aparenta o que não é.
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MensagemAssunto: Re: ALLAN KARDEC - O LIVRO DOS ESPÍRITOS   ALLAN KARDEC - O LIVRO DOS ESPÍRITOS - Página 7 EmptyQua Jan 05, 2011 8:50 pm

II — Escravidão


829. Há homens naturalmente destinados a ser propriedade de outros homens?
— Toda sujeição absoluta de um homem a outro é contrária à lei de Deus. A escravidão é um abuso da força e desaparecerá com o progresso, como pouco a pouco desaparecerão todos os abusos.
A lei humana que estabelece a escravidão é uma lei contra a Natureza, pois assemelha o homem ao bruto e o degrada moral e fisicamente.

830. Quando a escravidão pertence aos costumes de um povo, são repreensíveis os que a praticam nada mais fazendo do que seguir um uso que lhes parece natural?
— O mal é sempre o mal. Todos os vossos sofismas não farão que uma ação má se torne boa. Mas a responsabilidade do mal é relativa aos meios de que se dispõem para o compreender. Aquele que se serve da lei da escravidão é sempre culpável de uma violação da lei natural; mas nisso, como em todas as coisas, a culpabilidade é relativa. Sendo a escravidão um costume entre certos povos, o homem pode praticá-la de boa-fé, como um coisa que Ihe parece natural. Mas desde que a sua razão, mais desenvolvida e sobretudo esclarecida pelas luzes do Cristianismo, lhe mostrou no escravo um seu igual perante Deus, ele não tem mais desculpas.

831. A desigualdade natural das aptidões não coloca certas raças humanas sob a dependência das raças inteligentes?
— Sim, para as elevar, e não para as embrutecer ainda mais na escravidão. Os homens têm considerado, há muito, certas raças humanas como animais domesticáveis, munidos de braços e de mãos, e se julgaram no direito de vender os seus membros como bestas de carga. Consideram-se de sangue maís puro. Insensatos, que não enxergam além da matéria Não é o sangue que deve ser mais ou menos puro, mas o Espírito. (Ver itens 361-803).

832. Há homens que tratam os seus escravos com humanidade, que nada Ihes deixam faltar e pensam que a liberdade os exporia a mais privações. Que dizer disso?
— Digo que compreendem melhor os seus interesses. Eles têm também muito cuidado com os seus bois e os seus cavalos, a fim de tirarem mais proveito no mercado. Não são culpados como os que os maltratam, mas nem por isso deixam de usá-los como mercadorias, privando-os do direíto de serem senhores de si mesmos.
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MensagemAssunto: Re: ALLAN KARDEC - O LIVRO DOS ESPÍRITOS   ALLAN KARDEC - O LIVRO DOS ESPÍRITOS - Página 7 EmptyQua Jan 12, 2011 8:40 pm

III — Liberdade de Pensamento


833. Há no homem qualquer coisa que escape a todo constrangitnento, e pela qual ele goze de uma liberdade absoluta?
— É pelo pensamento que o homem goza de uma liberdade sem limites, porque o pensamento não conhece entraves. Pode-se impedir a sua manifestação, mas não aníqüilá-lo.

834. O homem é responsável pelo seu pensamento?
— Ele é responsável perante Deus. Só Deus, podendo conhecê-lo, condena-o ou absolve-o, segundo a sua justiça.
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MensagemAssunto: Re: ALLAN KARDEC - O LIVRO DOS ESPÍRITOS   ALLAN KARDEC - O LIVRO DOS ESPÍRITOS - Página 7 EmptyDom Jan 16, 2011 4:30 pm

IV — Liberdade de Consciência


835. A liberdade de consciência é uma conseqüência da liberdade de pensar?
— A consciência é um pensamento íntimo, que pertence ao homem como todos os outros pensamentos.

836. O homem tem o direito de opor entraves à liberdade de consciência?
— Não mais do que à liberdade de pensar, porque somente a Deus pertence o direito de julgar a consciência. Se o homem regula pelas suas leis as relações de homem para homem, Deus, por suas leis naturais, regula as relações do homem com Deus.

837. Qual é o resultado dos entraves à liberdade de consciência?
— Constranger os homens a agir de maneira diversa ao seu modo de pensar, o que os tornará hipócritas. A liberdade de consciência é uma das características da verdadeira civilização e do progresso.

838. Toda crença é respeitável, ainda mesmo quando notoriamente falsa?
— Toda crença é respeitável quando é sincera e conduz à prática do bem. As crenças reprováveis são as que conduzem ao mal.

839. Somos repreensíveis por escandalizar em sua crença aquele que não pensa como nós?
— Isso é faltar com a caridade e atentar contra a liberdade de pensamento.

840. Será atentar contra a liberdade de consciência opor entraves às crenças que podem perturbar a sociedade?
— Podem reprimir-se os atos, mas a crença íntima é inacessível.
Reprimir os atos externos de uma crença, quando esses atos acarretam qualquer prejuízo aos outros, não é atentar contra a liberdadede consciência, porque essa repressão deixa à crença sua inteira liberdade.

841. Devemos, por respeito à liberdade de consciência, deixar que se propaguem as doutrinas perniciosas, ou podemos, sem atentar contra essa liberdade, procurar conduzir para o caminho da verdade os que se desviaram para falsos princípios?
— Certamente se pode e mesmo se deve; mas ensinai, a exemplo de Jesus, pela doçura e a persuasão, e não pela força, o que seria pior que a crença daquele a quem desejásseis convencer. Se há alguma coisa que possa ser imposta é o bem e a fraternidade; mas não acreditamos que o meio de fazê-lo seja a violência: a convicção não se impõe.

842. Como todas as doutrinas têm a pretensão de ser a única expressão da verdade, por que sinais podemos reconhecer a que tem o direito de se apresentar como tal?
— Essa será a que produza mais homens de bem e menos hipócritas, quer dizer, que pratiquem a lei de amor e caridade na sua maior pureza e na sua aplicação mais ampla. Por esse sinal reconhecereis que uma doutrina é boa, pois toda doutrina que tiver por conseqüência semear a desunião e estabelecer divisóes entre os filhos de Deus só pode ser falsa e perniciosa.
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MensagemAssunto: Re: ALLAN KARDEC - O LIVRO DOS ESPÍRITOS   ALLAN KARDEC - O LIVRO DOS ESPÍRITOS - Página 7 EmptyQui Jan 20, 2011 1:17 pm

V — Livre Arbítrio


843. O homem tem livre arbítrio nos seus atos?
— Pois se tem a liberdade de pensar, tem a de agir. Sem o livre arbítrio o homem seria uma máquina.

844. O homem goza do livre arbítrio desde o nascimento?
— Ele tem a liberdade de agir, desde que tenha a vontade de o fazer. Nas primeiras fases da vida a liberdade é quase nula; ela se desenvolve e muda de objeto com as faculdades. Estando os pensamentos da criança em relação com as necessidades da sua idade, ela aplica o seu livre arbítrio às coisas que lhe são necessárias.

845. As predisposições instintivas que o homem traz ao nascer não são um obstáculo ao exercício do seu livre arbítrio?
— As predisposições ínstintivas são as do Espírito antes da encarnação; conforme for ele mais ou menos adiantado, elas podem impeli-lo a atos repreensíveis, no que ele será secundado por Espíritos que simpatizem com essas disposições; mas não há arrastamento irresistível, quando se tem a vontade de resistir. Lembrai-vos de que querer é poder. (Ver item 361).

846. O organismo não influi nos atos da vida? E se influi, não o faz com prejuízo do livre arbítrio?
— O Espírito é certamente influenciado pela matéria, que pode entravar as suas manifestações. Eis porque, nos mundos em que os corpos são menos materiais do que na Terra, as faculdades se desenvolvem com mais liberdade. Mas o instrumento não dá faculdades ao Espírito. De resto, é necessário distinguir neste caso as faculdades morais das faculdades intelectuais. Se um homem tem o instinto do assassínio, é seguramente o seu próprio Espírito que o possui e que lho transmite, mas nunca os seus órgãos. Aquele que aniqüila o seu pensamento para se ocupar apenas da matéria faz-se semelhante ao bruto, e ainda pior, porque não pensa mais em se premunir contra o mal. E nisso que ele se torna faltoso, pois assim age pela própria vontade. (Ver item 367 e seguintes, Influência do organismo).

847. A alteração das faculdades tira ao homem o livre arbítrio?
— Aquele cuja inteligência está perturbada por uma causa qualquer perde o domínio do seu pensamento, e desde então não tem mais liberdade. Essa alteração é freqüentemente uma punição para o Espírito que, numa existência, pode ter sido vão e orgulhoso, fazendo mau uso de suas faculdades. Ele pode renascer no corpo de um idiota, como o déspota no corpo de um escravo e o mau rico no de um mendigo. Mas o Espírito sofre esse constrangimento, do qual tem perfeita consciência: é nisso que está a ação da matéria. (Ver item 371 e seguintes).

848. A alteração das faculdades intelectuais pela embriaguez desculpa os atos repreensíveis?
— Não, pois o ébrio voluntariamente se priva da razão para satisfazer paixões brutais: em lugar de uma falta, comete duas.

849. Qual é, no homem em estado selvagem, a faculdade dominante: o instinto ou o livre arbítrio?
— O instinto, o que não o impede de agir com inteira liberdade em certas coisas. Mas, como a criança, ele aplica essa liberdade às suas necessidades e ela se desenvolve com a inteligência. Por conseguinte, tu, que és mais esclarecido que um selvagem, és também mais responsável que ele pelo que fazes.

850. A posição social não é às vezes um obstáculo à inteira liberdade de ação?
— O mundo tem, sem dúvida, as suas exigências. Deus é justo e tudo leva em conta, mas vos deixa a responsabilidade dos poucos esforços que fazeis para superar os obstáculos.
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MensagemAssunto: Re: ALLAN KARDEC - O LIVRO DOS ESPÍRITOS   ALLAN KARDEC - O LIVRO DOS ESPÍRITOS - Página 7 EmptySáb Jan 22, 2011 2:46 pm

VI — Fatalidade


851. Há uma fatalidade nos acontecimentos da vida, segundo o sentido ligado a essa palavra; quer dizer, todos os acontecimentos são predeterminados, e nesse caso em que se torna o livre arbítrio?
— A fatalidade não existe senão para a escolha feita pelo Espírito, ao encarnar-se, de sofrer esta ou aquela rova; ao escolhê-la, ele traça para si mesmo uma espécie de destino, que é a própria conseqüência da posição em que se encontra. Falo das provas de natureza física, porque, no tocante às provas morais e às tentações, o Espírito, conservando o seu livre arbítrio sobre o bem e o mal, é sempre senhor de ceder ou resistir. Um bom Espírito, ao vê-lo fraquejar, pode correr em seu auxílio mas não pode influir sobre ele a ponto de subjugar-lhe a vontade. Um Espírito mau, ou seja, inferior, ao lhe mostrar ou exagerar um perigo físico pode abalá-lo e assustá-lo, mas a vontade do Espírito encarnado não fica por isso menos livre de qualquer entrave.

852. Há pessoas que parecem perseguidas por uma fatalidade, independentemente de sua maneira de agir; a desgraça está no seu destino?
— São, talvez, provas que devem sofrer e que elas mesmas escolheram. Ainda uma vez levais à conta do destino o que é, quase sempre, a conseqüência de vossa própria falta. Em meio dos males que te afligem, cuida que a tua consciência esteja pura e te sentirás mais ou menos consolado.
As idéias justas ou falsas que fazemos das coisas nos levam a vencer ou fracassar, segundo o nosso caráter e a nossa posição social. Achamos mais simples e menos humilhante para o nosso amor-próprio atribuir os nossos fracassos à sorte ou ao destino, do que a nós mesmos. Se a influência dos Espíritos contribui algumas vezes para isso, podemos sempre nos subtrair a ela, repelindo as idéias más que nos forem sugeridas.

853. Certas pessoas escapam a um perigo mortal para cair em outro; parece que não podem escapar à morte. Não há nisso fatalidade?
— Fatal, no verdadeiro sentido da palavra, só o instante da morte. Chegado esse momento, de uma forma ou de outra, a ele não podeis furtar-vos.

853-a. Assim, qualquer que seja o perigo que nos ameace, não morreremos se a nossa hora não chegou?
— Não. não morrerás, e tens disso milhares de exemplos. Mas quando chegar a tua hora de partir, nada te livrará. Deus sabe com antecedência qual o gênero de morte por que partirás daqui, e freqüentemente teu Espírito também o sabe, pois isso lhe foi revelado quando fez a escolha desta ou daquela existência.

854. Da infalibilidade da hora da morte segue-se que as precauções que se tomam para evitá-la são inúteis?
— Não, porque as precauções que tomais vos são sugeridas com o fim de evitar a morte que vos ameaça; são um dos meios para que ela não se verifique.

855. Qual o fito da Providência, ao fazer-nos correr perigos que não devem ter conseqüências?
— Quando tua vida se encontra em perigo é essa uma advertência que tu mesmo desejaste, a fim de te desviar do mal e te tornar melhor. Quando escapas a esse perigo, ainda sob a influência do risco por que passaste, pensas com maior ou menor intensidade, sob a ação mais ou menos forte dos bons Espíritos, em te tornares melhor. O mau Espírito retornando (digo mau, subentendendo o mal que ainda nele existe), pensas que escaparás da mesma maneira a outros perigos e deixas que as tuas paixões se desencadeiem de novo. Pelos perigos que correis, Deus vos recorda a vossa fraqueza e a fragilidade de vossa existência. Se examinarmos a causa e a natureza do perigo, veremos que, na maioria das vezes, as conseqüências foram a punição de uma falta cometida ou de um dever negligenciado. Deus vos adverte para refletirdes sobre vós mesmos e vos emendardes. (Ver os itens 526 a 532).

856. O Espírito sabe, por antecipação, qual o gênero de morte que deve sofrer?
— Sabe que o gênero de vida por ele escolhido o expõe a morrer mais de uma maneira que de outra. Mas sabe também quais as lutas que terá de sustentar para o evitar, e que, se Deus o permitir, não sucumbirá.

857. Há homens que enfrentam os perigos dos combates com uma certa convicção de que a sua hora não chegou; há algum fundamento nessa confiança?
— Com muita freqüência o homem tem o pressentimento do seu fim, como o pode ter o de que ainda não morrerá. Esse pressentimento lhe é dado pelos seus Espíritos protetores, que desejam adverti-lo para que esteja pronto a partir ou reerguem a sua coragem nos momentos em que se faz mais necessário. Também lhe pode vir da intuição da existência por ele escolhida, ou da missão que aceitou e sabe que deve cumprir. (Ver itens 411 a 522).

858. Os que pressentem a morte geralmente a temem menos do que os outros? Por quê?
— É o homem que teme a morte, não o Espírito. Aquele que a pressente pensa mais como Espírito do que como homem: compreende a sua libertação e a espera.

859. Se a morte não pode ser evitada quando chega a sua hora, acontece o mesmo com todos os acidentes no curso da nossa vida?
— São, em geral, coisas demasiado pequenas, das quais podemos prevenir-vos dirigindo o vosso pensamento no sentido de as evitardes, porque não gostamos do sofrimento material. Mas isso é de pouca importância para o curso da vida que escolhestes. A fatalidade só consiste nestas duas horas: aquelas em que deveis aparecer e desaparecer neste mundo.

859-a. Há fatos que devem ocorrer forçosamente e que a vontade dos Espíritos não pode conjurar?
— Sim, mas que tu, quando no estado de Espírito, viste e pressentiste, ao fazer a tua escolha. Não acredites, porém, que tudo o que acontece esteja escrito, como se diz. Um acontecimento é quase sempre a conseqüência de uma coisa que fizeste por um ato de tua livre vontade, de tal maneira que, se não tivesses praticado aquele ato, o acontecimento não se verificaria. Se queimas o dedo, isso é apenas a conseqüência de tua imprudéncia e da condição da matéria. Somente as grandes dores, os acontecimentos importantes e capazes de influir na tua evolução moral são previstos por Deus, porque são úteis à tua purificação e à tua instrução.

860. Pode o homem, por sua vontade e pelos seus atos, evitar acontecimentos que deviam realizar-se e vice-versa?
— Pode, desde que esse desvio aparente possa caber na ordem geral da vida que ele escolheu. Além disso, para fazer o bem, como é do seu dever e único objetivo da vida, ele pode impedir o mal, sobretudo aquele que possa contribuir para um mal ainda maior.

861. O homem que comete um assassinato sabe, ao escolher a sua existência que se tornará assassino?
— Não. Sabe apenas que, ao escolher uma vida de lutas terá a probabilidade de matar um de seus semelhantes, mas ignora se o fará ou não, porque depende quase sempre dele tomar a deliberação de cometer o crime. Ora, aquele que delibera sobre uma coisa é sempre livre de a fazer ou não. Se o Espírito soubesse com antecedência que, como homem, devia cometer um assassínio, estaria predestinado a isso. Sabei, então, que não há ninguém predestinado ao crime e que todo crime, como todo e qualquer ato, é sempre o resultado da vontade e do livre arbítrio. De resto, sempre confundis duas coisas bastante distintas: os acontecimentos materiais da existência e os atos da vida moral. Se há fatalidade, às vezes, é apenas no tocante aos acontecimentos materiais, cuja causa está fora de vós e que são independentes da vossa vontade. Quanto aos atos da vida moral, emanam sempre do próprio homem, que tem sempre, por conseguinte, a liberdade de escolha: para os seus atos não existe jamais a fatalidade.

862. Há pessoas que nunca conseguem êxito na vida e que um mau gênio parece perseguir em todos os seus empreendimentos. Não é isso o que podemos chamar fatalidade?
— Pode ser fatalidade, se assim o quiserdes, mas decorrente da escolha do gênero de existência, porque essas pessoas quiseram ser experimentadas por uma vida de decepções, a fim de exercitarem a sus paciência e a sua resignação. Não creias, entretanto, que seja isso o que fatalmente acontece; muitas vezes é apenas o resultado de haverem elas tomado um caminho errado, que não está de acordo com a sua inteligência e as suas aptidões. Aquele que quer atravessar um rio a nado, sem saber nadar, tem grande probabilidade de morrer afogado. Assim acontece na maioria das ocorrências da vida. Se o homem não empreendesse mais do que aquilo que está de acordo com as suas faculdades, triunfaria quase sempre; o que o perde é o seu amor próprio e a sua ambição, que o desviam do caminho para tomar por vocação o simples desejo de satisfazer certas paixões. Então fracassa e a culpa é sua, mas em vez de reconhecer o erro prefere acusar a sua estrela. Há o que teria sido um bom operário, ganhando honradamente a vida, mas se fez mau poeta e morre de fome. Haveria lugar para todos, se cada um soubesse ocupar o seu lugar.

863. Os costumes sociais não obrigam muitas vezes o homem a seguir um caminho errado? E não está ele submetido à influência das opiniões na escolha de suas ocupações? Isso a que chamamos respeito humano não é um obstáculo ao exercicio do livre arbítrio?
— São os homens que fazem os costumes sociais e não Deus; se a eles se submetem, é que lhes convém. Isso também é um ato de livre arbítrio, pois se quisessem poderiam rejeitá-los. Então, por que se lamentam? Não são os costumes sociais que eles devem acusar, mas o seu tolo amor-próprio, que os leva a preferir morrer de fome a infringi-los. Ninguém lhes toma conta desse sacrifício à opinião geral, enquanto Deus lhes pedirá conta do sacrifício feito à própria vaidade. Isso não quer dizer que se deva afrontar a opinião sem necessidade, como certas pessoas que têm mais de originalidade do que de verdadeira filosofia. Tanto é desarrazoado exibir-se como um animal curioso, quanto é sensato descer voluntariamente e sem reclamações, se não se pode permanecer no alto da escala.

864. Se há pessoas para as quais a sorte é contrária, outras parecem favorecidas por ela, pois tudo lhes sai bem; a que se deve isso?
— Em geral, porque sabem orientar-se melhor. Mas isso pode ser, também, um gênero de prova: o sucesso as embriaga, elas se fiam no seu destino e freqüentemente vão pagar mais tarde esse sucesso com revezes cruéis, que poderiam ter evitado com um pouco de prudência.

865. Como explicar a sorte que favorece certas pessoas em circunstâncias que não dependem da vontade nem da inteligência, como no jogo, por exemplo?
— Certos Espíritos escolheram antecipadamente determinadas espécies de prazer, e a sorte que os favorece é uma tentação. Aquele que ganha como homem, perde como Espírito: é uma prova para o seu orgulha e a sua cupidez.

866. Então, a fatalidade que parece presidir aos destinos do homem na vida material seria também resultado do nosso livre arbítrio?
— Tu mesmo escolheste a tua prova: quanto mais rude ela for, se melhor a suportas, mais te elevas. Os que passam a vida na abundância e no bem-estar são Espíritos covardes, que permanecem estacionários. Assim, o número de infortunados ultrapassa de muito o dos felizes do mundo, visto que os Espíritos procuram, na sua maioria, as provas que lhes sejam mais frutuosas. Eles vêem muito bem a futilidade das vossas grandezas e dos vossos prazeres. Aliás, a vida mais feliz é sempre agitada, sempre perturbada: não é somente a dor que produz contrariedades. (Ver itens 525 e seguintes).

867. De onde procede a expressão: Nascido sob uma boa estrela?
— Velha superstição, segundo a qual as estrelas estariam ligadas ao destino de cada homem; alegoria que certas pessoas fazem a tolice de tomar ao pé da letra.
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MensagemAssunto: Re: ALLAN KARDEC - O LIVRO DOS ESPÍRITOS   ALLAN KARDEC - O LIVRO DOS ESPÍRITOS - Página 7 EmptySex Jan 28, 2011 11:05 pm

VII — Conhecimento do Futuro


868. O futuro pode ser revelado ao homem?
— Em princípio, o futuro lhe é oculto e só em casos raros eexcepcionais Deus lhe permite a sua revelação.

869. Com que fim o futuro é oculto ao homem?
— Se o homem conhecesse o futuro, negligenciaria o presente e não agiria com a mesma liberdade de agora, pois seria dominado pelo pensamento de que se uma coisa deve acontecer não adianta ocupar-se dela, ou então procuraria impedi-la. Deus não quis que assim fosse, a fim de que cada um pudesse concorrer para a realização das coisas, mesmo daquelas a que desejaria opor-se. Assim é que tu mesmo, sem o saber, quase sempre preparas os acontecimentos que sobrevirão no curso da tua vida.

870. Mas se é útil que o futuro permaneça oculto, por que Deus permite, às vezes, a sua revelação?
— E quando esse conhecimento antecipado deve facilitar o cumprimento das coisas, em vez de embaraçá-lo, levando o homem a agir de maneira diferente do que o faria se não o tivesse. Além disso, muitas vezes é uma prova. A perspectiva de um acontecimento pode despertar pensamentos que sejam mais ou menos bons: se um homem souber, por exemplo, que obterá uma fortuna com a qual não contava, poderá ser tomado pelo sentimento de cupidez, pela alegria de aumentar os seus gozos terrenos, pelo desejo de a obter mais cedo, desejando a morte daqueles que lha deve deixar, ou então essa perspectiva despertará nele bons sentimentos e pensamentos generosos. Se a previsão não se realizar, será outra prova: a da maneira por que suportará a decepção. Mas não deixará por isso de ter o mérito ou o demérito dos pensamentos bons ou maus que a crença na previsão lhe provocou.

871. Desde que Deus tudo sabe, também sabe se um homem deve ou não sucumbir numa prova. Nesse caso, qual a necessidade da prova, que nada pode revelar a Deus sobre aquele homem?
— Tanto valeria perguntar por que Deus não fez o homem perfeito e realizado (item 119), por que o homem passa pela infância, antes de chegar à idade madura (item 379). A prova não tem por fim esclarecer a Deus sobre o mérito do homem, porque Deus sabe perfeitamente o que ele vale, mas deixar ao homem toda a responsabilidade da sua ação, uma vez que ele tem a liberdade de fazer ou não fazer. Podendo o homem escolher entre o bem e o mal, a prova tem por fim colocá-lo ante a tentação do mal, deixando-lhe todo o mérito da resistência. Ora, não obstante Deus saiba muito bem, com antecedência, se ele vencerá ou fracassará, não pode puni-lo nem recompensá-lo, na sua justiça, por um ato que ele não tenha praticado. (Ver item 258).
É assim entre os homens. Por mais capaz que seja um aspirante, por mais certeza que se tenha do seu triunfo, não se lhe concede nenhum grau sem o exame, o que quer dizer sem prova. Da mesma maneira, um juiz não condena um acusado senão pela prova de um ato consumado e não pela previsão de que ele pode ou deve praticar esse ato.
Quanto mais se reflete sobre as conseqüências que teria para o homem o conhecimento do futuro, mais se vê como a Providência foi sábia ao ocultá-lo. A certeza de um acontecimento feliz o atiraria na inação; a de um acontecimento desgraçado, no desânimo; e num caso como no outro suas forças seriam paralisadas. Eis por que o futuro não é mostrado ao homem senão como um alvo que ele deve atingir pelos seus esforços, mas sem conhecer as vicissitudes por que deve passar para atingi-lo. O conhecimento de todos os incidentes da rota lhe tiraria a iniciativa e o uso do livre arbitrio; ele se deixaria arrastar pelo declive fatal dos acontecimentos sem exercltar as suas faculdades. Quando o sucesso de uma coisa está assegurado, ninguém mais se preocupa com ela.
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MensagemAssunto: Re: ALLAN KARDEC - O LIVRO DOS ESPÍRITOS   ALLAN KARDEC - O LIVRO DOS ESPÍRITOS - Página 7 EmptySeg Fev 07, 2011 10:37 pm

VIII — Resumo Teórico do Móvel das Ações Humanas


872. A questão do livre arbítrio pode resumir-se assim: O homem não é fatalmente conduzido ao mal; os atos que pratica não "estavam escritos"; os crimes que comete não são o resultado de um decreto do destino. Ele pode, como prova e como expiação, escolher uma existência em que se sentirá arrastado para o crime, seja pelo meio em que estiver situado, seja pelas circunstáncias supervenientes. Mas será sempre livre de agir camo quiser. Assim, o livre arbítrio existe no estado de Espírito, com a escolha da existência e das provas; e no estado corpóreo, com a faculdade de ceder ou resistir aos arrastamentos a que voluntariamente estamos submetidos. Cabe à educação combater as más tendências, e ela o fará de maneira eficiente quando se basear no estudo aprofundado da natureza moral do homem. Pelo conhecimento das leis que regem essa natureza moral chegar-se-á a modificá-la, como se modificam a inteligência pela instrução e as condições. físicas pela higiene.
O Espiríto desligado da matéria, no estado errante, faz a escolha de suas futuras existências corpóreas segundo o grau de perfeição que tenha atingido. E nisso, como já dissemos, que consiste sobretudo o seu livre arbítrio. Essa liberdade não é anulada pela encarnação. Se ele cede à influência da matéria, é então que sucumbe nas provas por ele mesmo escolhidas. E é para o ajudar a superá-las que pode invocar a assistência de Deus e dos bons Espíritos. (Ver item 337).
Sem o livre arbítrio o homem não tem culpa no mal, nem mérito no bem; e isso é de tal modo reconhecido que no mundo se proporciona sempre a censura ou o elogio à intenção, o que quer dizer à vontade; ora, quem diz vontade, diz liberdade. O homem não poderia, portanto, procurar desculpas no seu organismo para as suas faltas sem com isso abdicar da razão e da própria condição humana, para se assemelhar aos animais. Se assim é para o mal, assim mesmo devia ser para o bem. Mas, quando o homem pratica o bem, tem grande cuidado em consignar o mérito a seu favor e não trata de o atribuir aos seus órgãos, prova de que instintivamente ele não renuncia, malgrado a opinião de alguns sistemáticos, ao mais belo privilégio da sua espécie: a liberdade de pensar.
A fatalidade, como vulgarmente é entendida, supõe a decisão prévia e irrevogável de todos os acontecimentos da vida, qualquer que seja a sua importância. Sé assim fosse, o homem seria uma máquina destituída de vontade. Para que lhe serviria a inteligência, se ele fosse invariavelmente dominado, em todos os seus atos, pelo poder do destino? Semelhante doutrina, se verdadeira, representaria a destruição de toda liberdade moral; não haveria mais responsabilidade para o homem, nem mal, nem crime, nem virtude. Deus, soberanamente justo, não poderia castigar as suas criaturas por faltas que não dependiam delas, nem recompensá-las por virtudes de que não teriam o mérito. Semelhante lei seria ainda a negação da lei do progresso, porque o homem que tudo esperasse da sorte nada tentaria fazer para melhorar a sua posição, desde que não poderia torná-la melhor nem pior.
A fatalidade não é, entretanto, uma palavra vã; ela existe no tocante à posição do homem na Terra e às funçôes que nela desempenha, como conseqüência do gênero de existência que o seu Espírito escolheu, como prova, expiação ou missão. Sofre ele, de maneira fatal, todas as vicissitudes dessa existência e todas as tendências boas ou más que lhes são inerentes. Mas a isso se reduz a fatalidade, porque depende da sua vontade ceder ou não a essas tendências. Os detalhes dos acontecimentos estão na dependência das circunstâncias que ele mesmo provoque, com os seu atos, e sobre os quais podem influir os Espíritos, através dos pensamentos que lhe sugerem. (Ver item 459).
A fatalidade está, portanto, nos acontecimentos que se apresentam ao homem como conseqüência da escolha de existência feita pelo Espírito; mas pode não estar no resultado desses acontecimentos, pois pode depender do homem a modificação do curso das coisas, pela sua prudência; e jamais se encontra nos atos da vida moral.
É na morte que o homem é submetido, de uma maneira absoluta, à inexorável lei da fatalidade, porque ele não pode fugir ao decreto que fixa o termo de sua existência, nem ao gênero de morte que deve interromper-lhe o curso.
Segundo a doutrina comum, o homem tiraria de si mesmo todos os seus instintos; estes procederiam seja da sua organização física, pela qual ele não seria responsável, seja da sua própria natureza, na qual pode procurar uma escusa para si mesmo, dizendo que não é sua a culpa de ter sido criado daquela forma.
O doutrina espírita é evidentemente mais moral: ela admite para o homem o livre arbítrio em toda a sua plenitude; e ao lhe dizer que, se pratica o mal, cede a uma sugestão má que lhe vem de fora, deixa-lhe toda a responsabilidade, pois lhe reconhece o poder de resistir, coisa evidentemente mais fácil do que se tivesse de lutar contra a sua própria natureza. Assim, segundo a doutrina espírita, não existem arrastamentos irresistiveis: o homem pode sempre fechar os ouvidos à voz oculta que o solicita para o mal no seu foro intimo, como o pode fechar à voz material de alguém que lhe fale; ele o pode pela sua vontade, pedindo a Deus a força necessária e reclamando para esse fim a assistência dos bons Espíritos. E isso que Jesus ensina na sublime forma da oração dominical, quando nos manda dizer: "Não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do mal".
Essa teoria da causa excitante dos nossos atos ressalta evidentemente de todos os ensinamentos dados pelos Espíritos. E não somente é sublime de moralidade, mas acrescentaremos que eleva o homem aos seus próprios olhos, mostrando-o capaz de sacudir um jugo obsessor, como é capaz de fechar sua porta aos importuno. Dessa maneira, ele não é mais uma máquina agindo por impulsão estranha a sua vontade, mas um ser dotado de razão, que ouve, julga e escolhe livremente entre dois conselhos. Acrescentemos que, malgrado isso, o homem não fica privado de iniciativa, não age menos pelo seu próprio impulso, pois em definitivo ele não passa de um Espírito encarnado que conserva, sob o invólucro corpóreo, as qualidades e os defeitos que tinha como Espírito.
As faltas que cometemos têm, portanto, sua origem primeira nas imperfeições do nosso próprio Espírito, que ainda não atingiu a superioridade moral a que se destina, mas nem por isso tem menos livre arbítrio. A vida corpórea lhe é dada para purgar-se de suas imperfeições, que o tornam mais fraco e mais acessível às sugestões de outros Espíritos imperfeitos, que se aproveitam do fato para fazê-lo sucumbir na luta que empreendeu: Se ele sai vitorioso dessa luta, se eleva; se fracassa, continua a ser o que era, nem pior, nem melhor: é uma prova que terá de recomeçar e para o que ainda poderá demorar muito tempo na condição em que se encontra. Quanto mais ele se depura, mais diminuem as suas fraquezas e menos acessível se torna aos que o solicitam para o mal. Sua força moral cresce na razão da sua elevação, e os maus Espíritos se distanciam dele.
Todos os Espíritos mais ou menos bons, quando encarnados, constituem a espécie humana. E como a nossa Terra é um dos mundos menos adiantados, nela se encontram mais Espíritos maus do que bons; eis porque nela vemos tanta perversidade. Façamos, pois, todos os esforços para não regressar a este mundo após esta passagem e para merecermos repousar num mundo melhor, num desses mundos privilegiados onde o bem reina inteiramente e onde nos lembraremos de nossa permanência neste planeta como de um tempo de exilio.
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MensagemAssunto: Re: ALLAN KARDEC - O LIVRO DOS ESPÍRITOS   ALLAN KARDEC - O LIVRO DOS ESPÍRITOS - Página 7 EmptyTer Fev 15, 2011 2:42 pm

Capítulo XI

X — Lei de Justiça, Amor e Caridade

I — Justiça e Direito Natural


873. O sentimento de justiça é natural ou resulta de idéias adquiridas?
— E de tal modo natural que vos revoltais ao pensamento de uma injustiça. O progresso moral desenvolve sem dúvida esse sentimento, mas não o dá: Deus o pôs no coração do homem. Eis porque encontrais freqüentemente, entre os homens simples e primitivos, noções mais exatas de justiça do que entre pessoas de muito saber.

874. Se a justiça é uma lei natural, como se explica que os homens a entendam de maneiras tão diferentes, que um considere justo o que a outro parece injusto?
— É que em geral se misturam paixôes ao julgamento, alterando esse sentimento, como acontece com a maioria dos outros sentimentos naturais, e fazendo ver as coisas sob um falso ponto de vista.

875. Como se pode definir a justiça?
— A justiça consiste no respeito aos direitos de cada um.

875-a. O que determina esses direitos?
— São determinados por duas coisas: a lei humana e a lei natural. Como os homens fizeram leis apropriadas aos seus costumes e ao seu caráter, essas leis estabeleceram direitos que podem variar com o progresso. Vede se as vossas leis de hoje, sem serem perfeitas, consagram os mesmos direitos que as da Idade Média. Esses direitos superados, que vos parecem monstruosos, pareciam justos e naturais naquela época. O direito dos homens, portanto, nem sempre é conforme à justiça. Só regula algumas relações sociais, enquanto na vida privada há uma infinidade de atos que são de competência exclusiva do tribunal de consciência.

876. Fora do direito consagrado pela lei humana, qual a base da justìça fundada sobre a lei natural?
— O Cristo vos disse: "Querer para os outros o que quereis para vós mesmos". Deus pôs no coração do homem a regra de toda a verdadeira justiça, pelo desejo que tem cada um de ver os seus direitos respeitados. Na incerteza do que deve fazer para o semelhante, em dada circunstância, que o homem pergunte a si mesmo como desejaria que agissem com ele. Deus não lhe poderia dar um guia mais seguro que a sua própria consciência.
O critério da verdadeira justiça é de fato o de se querer para os outros aquilo que se quer para si mesmo, e não de querer para si o que se deseja para os outros, o que não é a mesma coisa. Como não é natural que se queira o proprio mal, se tomarmos o desejo pessoal por norma ou ponto de partida, podemos estar certos de jamais desejar para o proximo senão o bem. Desde todos os tempos e em todas as crenças o homem procurou sempre fazer prevalecer o seu direito pessoal. O sublime da religião cristã foi tomar o direito pessoal por base do direito do próximo.

877. A necessidade de viver em sociedade acarreta para o homem obrigações particulares?
— Sim, e a primeira de todas é a de respeitar os direitos dos semelhantes; aquele que respeitar esses direitos será sempre justo. No vosso mundo, onde tantos homens não praticam a lei de justiça, cada um usa de represálias e vém daí a perturbação e a confusão da vossa sociedade. A vida social dá direitos e impõe deveres recíprocos.

878. Podendo o homem iludir-se quanto à extensão do seu direito, o que o deve levar a conhecer-lhe os limites?
— Os limites do direito que reconhece para o seu semelhante em relação a ele, na mesma circunstância e de maneira recíproca.

878-a. Mas se cada um se atribui a si mesmo os direitos do semelhante, em que se transforma a subordinação aos superiores? Não será isso a anarquia de todos os poderes?
— Os direitos naturais são os mesmos para todos os hamens, desde o menor até o maior. Deus não fez uns de limo mais puro que outros e todos são iguais perante ele. Esses direitos são eternos; os estabelecidos pelos homens perecem com as suas instituições. De resto, cada qual sente bem a sua força ou a sua fraqueza, e saberá ter sempre uma certa deferência para aquele que o merecer por sua virtude e seu saber. E importante assinalar isto para que os que se julgam superiores conheçam os seus deveres e possam merecer essas deferências. A subordinação não estará comprometida quando a autoridade for conferida à sabedoria.

879. Qual seria o caráter do homem que praticasse a justiça em toda a sua pureza?
— O verdadeiro justo, a exemplo de Jesus; porque praticaria também o amor do próximo e a caridade, sem os quais não há verdadeira justiça.
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MensagemAssunto: Re: ALLAN KARDEC - O LIVRO DOS ESPÍRITOS   ALLAN KARDEC - O LIVRO DOS ESPÍRITOS - Página 7 EmptySáb Mar 26, 2011 1:57 pm

II — Direito de Propriedade. Roubo


880. Qual é o primeiro de todos os direitos naturais do homem?
— O de viver. E por isso que ninguém tem o direito de atentar contra a vida do semelhante ou fazer qualquer coisa que possa comprometer a sua existência corpórea.

881. O direito de viver confere ao homem o direito de ajuntar o que necessita para viver e repousar, quando não mais puder trabalhar?
— Sim, mas deve fazê-lo em comum, como a abelha, através de um trabalho honesto, e não ajuntar como um egoísta. Alguns animais lhe dão o exemplo dessa prudência.

882. O homem tem o direito de defender aquilo que ajuntou pelo trabalho?
— Deus não disse: "Não roubarás"? E Jesus: "Dai a César o que é de César"?
Aquilo que o homem ajunta por um trabalho honesto é uma propriedade legítima, que ele tem o direito de defender. Porque a propriedade que é fruto do trabalho constitui um direito natural, tão sagrada como o de trabalho e viver.

883. O desejo de possuir é natural?
— Sim, mas quando o homem só deseja para si e para sua satisfação pessoal, é egoísmo.

883-a. Entretanto não será legítimo o desejo de possuir, pois o que tem com o que viver não se torná carga para ninguém?
— Há homens insaciáveis, que acumulam sem proveito para ninguém ou apenas para satisfazer as suas paixôes. Acreditas que isso seja aprovado por Deus? Aquele que ajunta pelo seu trabalho, com a intenção de auxiliar o semelhante pratica a lei de amor e caridade e seu trabalho é abençoado por Deus.

884. Qual é o caráter da propriedade legítima?
— Só há uma propriedade legítima, a que foi adquirida sem prejuízo para os outros. (Ver item 808).
A lei de amor e de justiça proíbe que se faça a outrem o que não queremos que nos seja feito, e condena, por esse mesmo princípio, todo meio de adquirir que o contrarie.

885. O direito de propriedade é sem limites?
— Sem dúvida, tudo o que é legitimamente adquirido é uma propriedade, mas, como já dissemos, a legislação humana é imperfeita e consagra freqüentemente direitos convencionais que a justiça natural reprova. E por isso que os homens reformam suas leis à medida que o progresso se realiza e que eles compreendem melhor a justiça, O que num século parece perfeito, no século seguinte se apresenta como bárbaro. (Ver item 795).
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MensagemAssunto: Re: ALLAN KARDEC - O LIVRO DOS ESPÍRITOS   ALLAN KARDEC - O LIVRO DOS ESPÍRITOS - Página 7 EmptyTer Jun 21, 2011 12:25 am

III — Caridade e Amor ao Próximo


886. Qual é o verdadeiro sentido da palavra caridade, como a entende Jesus?
— Benevolência para com todos, indulgência para com as imperfeições alheias, perdão das ofensas.
O amor e a caridade são o complemento da lei de justiça, porque amar ao próximo é fazer-lhe todo o bem possível, que desejaríamos que nos fosse feito. Tal é o sentido das palavras de Jesus: "Amai vos uns aos outros, como irmãos".
A caridade, segundo Jesus, não se restringe à esmola, mas abrange todas as relações com os nossos semelhantes, quer se trate de nossos inferiores, iguais ou superiores. Ela nos manda ser indulgentes porque temos necessidade de indulgência, e nos proíbe humilhar o infortúnio, ao contrário do que comumente se pratica. Se um rico nos procura, atendemo-lo com excesso de consideração e atenção, mas se é um pobre, parece que não nos devemos incomodar com ele. Quanto mais, entretanto, sua posição é lastimável, mais devemos temer aumentar-lhe a desgraça pela humilhação. O homem verdadeiramente bom procura elevar o inferior aos seus próprios olhos, diminuindo a distância entre ambos.

887. Jesus ensinou ainda: "Amai aos vossos inimigos". Ora, o amor pelos nossos inimigos não é contrário às nossas tendências naturais, e a inimizade não provém de uma falta de simpatia entre os Espíritos?
— Sem dúvida não se pode ter, para com os inimigos, um amor terno e apaixonado. E não foi isso que ele quis dizer. Amar aos inimigos é perdoá-los e pagar-lhes o mal com o bem. E assim que nos tornamos superiores; pela vingança nos colocamos abaixo deles.

888. Que pensar da esmola?
— O homem reduzido a pedir esmolas se degrada moral e fisicamente: se embrutece. Numa sociedade baseada na lei de Deus e na justiça deve-se prover à vida do fraco sem humilhação para ele. Deve-se assegurar a existência dos que não podem trabalhar, sem deixá-los à mercê do acaso e da boa vontade.

888-a. Então condenais a esmola?
— Não, pois não é a esmola que é censurável, mas quase sempre a maneira por que ela é dada. O homem de bem, que compreende a caridade segundo Jesus, vai ao encontro do desgraçado sem esperar que ele lhe estenda a mão.
— A verdadeira caridade é sempre boa e benevolente; tanto está no ato quanto na maneira de fazê-la. Um serviço prestado com delicadeza tem duplo valor; se o for com altivez, a necessidade pode fazê-lo aceito mas o coração mal será tocado.
— Lembrai-vos ainda de que a ostentação apaga aos olhos de Deus o mérito do benefício. jesus disse: "Que a vossa mão esquerda ignore o que faz a direita". Com isso ele vos ensina a não manchar a caridade pelo orgulho.
— E necessário distinguir a esmola propriamente dita da beneficência. O mais necessitado nem sempre é o que pede; o temor da humilhação retém o verdadeiro pobre, que quase sempre sofre sem se queixar. E a esse que o homem verdadeiramente humano sabe assistir sem ostentação.
— Amai-vos uns aos outros, eis toda a lei, divina lei pela qual Deus governa os mundos. O amor é a lei de atração para os seres vivos e organizados, e a atração é a lei de amor para a matéria inorgânica.
— Não olvideis jamais que o Espírito, qualquer que seja o seu grau de adiantamento, sua situação como reencarnado ou na erraticidade, está sempre colocado entre um superior que o guia e aperfeiçoa e um inferior perante o qual tem deveres iguais a cumprir. Sede portanto caridosos, não somente dessa caridade que vos leva a tirar do bolso o óbolo que friamente atirais ao que ousa pedir-vos, mas ide ao encontro das misérias ocultas. Sede indulgentes para com os erros dos vossos semelhantes. Em lugar de desprezar a ignorância e o vício, instruí-os e moralizai-os. Sede afáveis e benevolentes para com todos os que vos são inferiores; sede-o mesmo para com os mais ínfimos seres da Criação, e tereis obedecido à lei de Deus.
(São Vicente de Paulo.)

889. Não há homens reduzidos à mendicidade por sua própria culpa?
— Sem dúvida. Mas se uma boa educação moral lhes tivesse ensinado a praticar a lei de Deus, não teriam caído nos excessos que os levaram à perda. E é disso, sobretudo, que depende o melhoramento do vosso globo. (Ver item 707).
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MensagemAssunto: Re: ALLAN KARDEC - O LIVRO DOS ESPÍRITOS   ALLAN KARDEC - O LIVRO DOS ESPÍRITOS - Página 7 EmptyQua Fev 01, 2012 4:24 pm

IV — Amor Maternal e Filial


890. O amor maternal é uma virtude ou um sentimento instin tivo, comum aos homens e aos animais?
— É uma coisa e outra. A Natureza deu à mãe o amor pelos filhos, no interesse de sua conservação; mas no animal esse amor é limitado às necessidades materiais: cessa quando os cuidados se tornam inúteis. No homem ele persiste por toda a vida e comporta um devotamento e uma abnegação que constituem virtudes; sobrevive mesmo à própria morte, acompanhando o filho além da tumba. Vedes que há nele alguma coisa mais do que no animal. (Ver item 205-385).

891. Se o amor materno é uma lei natural, porque existem mães que odeiam os filhos e freqüentemente desde o nascimento?
— E às vezes uma prova escolhida pelo Espírito do filho ou uma expiação, se ele tiver sido um mau pai, mãe ruim ou mau filho em outra existência. (Ver item 392). Em todos esses casos a mãe ruim não pode ser animada senão por um mau Espírito, que procura criar dificuldades ao do filho para que ele fracasse na prova desejada. Mas essa violação das leis naturais não ficará impune e o Espírito do filho será recompensado pelos obstáculos que tiver superado.

892. Quando os pais têm filhos que lhes causam desgostos, não são escusáveis de não terem por eles a ternura que teriam em caso contrário?
— Não, porque se trata de um encargo que lhes foi confiado e sua missão é a de fazer todos os esforços para os conduzir ao bem. (Ver itens 582-583). Por outro lado, esses desgostos são quase sempre a conseqüência dos maus costumes que os pais deixaram os filhos seguir desde o berço. Colhem, portanto, o que semerram.
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MensagemAssunto: Re: ALLAN KARDEC - O LIVRO DOS ESPÍRITOS   ALLAN KARDEC - O LIVRO DOS ESPÍRITOS - Página 7 EmptyQui Fev 02, 2012 10:53 pm

Capítulo XII

I — As Virtudes e os Vícios


893. Qual a mais meritória de todas as virtudes?
— Todas as virtudes têm o seu mérito, porque todas são indícios de progresso no caminho do bem. Há virtude sempre que há resistência voluntária ao arrastamento das tendências; mas a sublimidade da virtude consiste no sacrifício do interesse pessoal para o bem do próximo, sem segunda intenção. A mais meritória é aquele que se baseia na caridade mais desinteressada.

894. Há pessoas que fazem o bem por um impulso espontâneo, sem que tenham de lutar com nenhum sentimento contrário. Têm elas o mesmo mérito daquelas que têm de lutar contra a sua própria natureza e conseguem superá-la?
— Os que não têm de lutar é porque já realizaram o progresso: lutaram anteriormente e venceram; é por isso que os bons sentimentos não lhes custam nenhum esforço e suas acões lhes parecem tão fáceis: o bem tornou-se para eles um hábito. Deve-se honrá-los como a velhos guerreiros que conquistaram suas posições. Como estais ainda longe da perfeição, esses exemplos vos espantam pelo contraste e os admirais tanto mais porque são raros. Mas sabei que nos mundos mais avançados que o vosso, isso que entre vós é exceção se torna regra. O sentimento do bem se encontra por toda parte e de maneira espontânea, porque são mundos habitados somente por bons Espíritos e uma única intenção má seria neles uma exceção monstruosa. Eis porque os homens ali são felizes. E assim será também na Terra, quando a Humanidade se houver transformado e começar a praticar a caridade na sua verdadeira acepção.

895. A parte os defeitos e os vícios sobre os quais ninguém se enganaria, qual é o indício mais característico da imperfeição?
— O interesse pessoal. As qualidades morais são geralmente como a douração de um objeto de cobre, que não resiste à pedra de toque, Um homem pode possuir qualidades reais que o fazem para o mundo um homem de bem; mas essas qualidades, embora representem um progresso, não suportam em geral a certas provas e basta ferir a tecla do interesse pessoal para se descobrir o fundo. O verdadeiro desinteresse é de fato tão raro na Terra que se pode admirá-lo como a um fenômeno, quando ele se apresenta. O apego às coisas materiais é um indício notório de inferioridade, pois quanto mais o homem se apega aos bens deste mundo, menos compreende o seu destino. Pelo desinteresse, ao contrário, ele prova que vê o futuro de um ponto de vista mais elevado.

896. Há pessoas desinteressadas mas sem discernimento, que prodigalizam os seus haveres sem proveito real, por não saberem empregá-los de maneira razoável. Terão por isso algum mérito?
— Têm o mérito do desinteresse mas não o do bem que poderiam fazer. Se o desinteresse é uma virtude, a prodigalidade irrefletida é sempre, pelo menos, uma falta de juízo. A fortuna não é dada a alguns para ser lançada ao vento, como não o é a outros para ser encerrada num cofre. É um depósito de que terão de prestar contas, porque terão de responder por todo o bem que poderiam ter feito e não o fizeram; por todas as lágrimas que poderiam ter enxugado com o dinheiro dado aos que na verdade não estavam necessitados.

897. Aquele que faz o bem sem visar a uma recompensa na Terra, mas na esperança de que lhe seja levado em conta na outra vida, e que nessa a sua posição seja melhor, é repreensível, e esse pensamento prejudica o seu adiantamento?
— É necessário fazer o bem por caridade, ou seja, com desinteresse.

897-a. Mas cada um tem o desejo muito natural de progredir para sair da situação penosa desta vida. Os Espíritos nos ensinam a praticar o bem com esse fim. Será, pois, um mal, pensar que pela prática do bem se pode esperar uma situação melhor?
— Não, por certo. Mas aquele que faz o bem sem segunda intenção, pelo prazer único de ser agradável a Deus e ao seu próximo sofredor, já se encontra num grau de adiantamento que lhe permitirá chegar mais rapidamente à felicidade do que o seu irmão que, mais positivo, faz o bem por cálculo e não pelo impulso do ardor natural do coração. (Ver item 894).

897-b. Não há aqui uma distinção entre fazer o bem ao próximo e cuidar de se corrigir dos próprios defeitos? Concebemos que fazer o bem com o pensamento de que nos seja levado em conta na outra vida é pouco meritório; mas emendar-se, vencer as paixões, corrigir o caráter, visando a se aproximar dos bons Espíritos e progredir, será igualmente um sinal de inferioridade?
— Não, não; por fazer o bem queremos dizer ser caridoso. Aquele que calcula o que lhe pode render cada uma de suas boas ações, na outra vida ou mesmo na vida terrera, procede de maneira egoísta. Mas não há nenhum egoísmo em se melhorar com a intenção de se aproximar de Deus, pois esse é o objetivo que todos devem ter em vista.

898. Desde que a vida corpórea é apenas uma efêmera passagem por este mundo, e que o nosso futuro deve ser a nossa principal preocupação, é útil esforçar-nos por adquirir conhecimentos científicos que se referem somente às coisas e necessidades materiais?
— Sem dúvida. Primeiro, isso vos torna capazes de aliviar os vossos irmãos; depois, vosso Espírito se elevará mais depressa se houver progredido intelectualmente. No intervalo das encarnações aprendereis em uma hora aquilo que na Terra demandaria anos. Nenhum conhecimento é inútil; todos contribuem mais ou menos para o adiantamento, porque o Espírito perfeito deve saber tudo e devendo o progresso realizar-se em todos os sentidos, todas as idéias adquiridas ajudam o desenvolvimento do Espírito.

899. De dois homens ricos, um nasceu na opulência e jamais conheceu a necessidade; o outro deve sua fortuna ao seu próprio trabalho; e todos os dois a empregam exclusivamente em sua satisfação pessoal. Qual deles o mais culpado?
— O que conheceu o sofrimento. Ele sabe o que é sofrer, conhece a dor que não alivia, mas como geralmente acontece, nem se lembra mais dela.

900. Aquele que acumula sem cessar e sem beneficiar a ninguém terá uma desculpa válida ao dizer que ajunta para deixar aos herdeiros?
— É um compromisso de má consciência.

901. De dois avarentos, o primeiro se priva do necessário e morre de necessidade sobre o seu tesouro; o segundo é avaro só para os demais e pródigo para consigo mesmo; enquanto recua diante do mais ligeiro sacrifício para prestar um serviço ou fazer uma coisa útil, nada lhe parece muito para satisfazer aos seus gostos e às suas paixões. Peçam-lhe um favor, e estará sempre de má vontade; ocorralhe, porém, uma fantasia, e estará sempre pronto a satisfazê-la. Qual deles é o mais culpável e qual terá o pior lugar no mundo dos Espíritos?
— Aquele que goza. É mais egoísta do que avarento. O outro já recebeu uma parte de sua punição.

902. É repreensível cobiçar a riqueza com o desejo de praticar o bem?
— O sentimento é louvável, sem dúvida, quando puro. Mas esse desejo é sempre bastante desinteressado? Não trará oculta uma segunda intenção pessoal? A primeira pessoa a quem se deseja fazer o bem não será muitas vezes a nossa?

903. Há culpa em estudar os defeitos alheios?
— Se é com o fito de criticar e divulgar, há muita culpa, porque isso é faltar com a caridade. Se é com intenção de proveito pessoal, evitando-se aqueles defeitos, pode ser útil. Mas não se deve esquecer que a indulgência para com os defeitos alheios é uma das virtudes compreendidas na caridade. Antes de censurar as imperfeições dos outros, vede se não podem fazer o mesmo a vosso respeito. Tratai, pois, de possuir as qualidades contrárias aos defeitos que criticais nos outros. Esse é um meio de vos tornardes superior. Se os censurais por serem avarentos, sede generosos; por serem orgulhosos, sede humildes e modestos; por serem duros, sede dóceis; por agirem com mesquinhez, sede grandes em todas as vossas ações. Em uma palavra, fazei de maneira que não vos possam aplicar aquelas palavras de Jesus: "Vedes um argueiro no olho do vizinho e não vedes uma trave no vosso"

904 É culpado o que sonda os males da sociedade e os desvenda?
— Isso depende do sentimento que o leva a fazê-lo. Se o escritor só quer fazer escândalo, é um prazer pessoal que se proporciona, apresentando quadros que são, em geral, antes um mau do que um bom exemplo. O Espírito faz uma apreciação, mas pode ser punido por essa espécie de prazer que sente em revelar o mal.

904-a. Como julgar, nesse caso, a pureza das intenções e a sinceridade do escritor?
— Isso nem sempre é útil. Se ele escreve boas coisas, procura aproveitá-las; se escreve más, é uma questão de consciência que a ele diz respeito. De resto, se ele quer provar a sua sinceridade, cabe-lhe reforçar os preceitos com o seu próprio exemplo.

905. Alguns autores publicaram obras muito belas e moralmente elevadas, que ajudam o progresso da Humanidade, mas das quais eles mesmo não tiraram proveito. Como Espíritos lhes será levado em conta o bem que fizeram através de suas obras?
— A moral sem ações é como a semente sem o trabalho. De que vos serve a semente se não a fizerdes frutificar para vos alimentar? Esses homens são mais culpáveis porque tinham inteligência para compreender; não praticando as máximas que ofereciam aos outros, renunciaram a colher os seus frutos.

906. E repreensível aquele que, fazendo conscientemente o bem, reconhece que o faz?
— Desde que pode ter consciência do mal que fizer, deve tê-la igualmente do bem, a fim de saber se age bem ou mal. E pesando todas as suas ações na balança da lei de Deus, e sobretudo na da lei da justiça, do amor e da caridade, que ele poderá dizer a si mesmo se as suas açôes são boas ou más e aprová-las ou desaprová-las. Não pode, pois, ser responsabilizado por reconhecer que triunfou das más tendências e de estar satisfeito por isso, desde que não se envaideça, com o que cairia em outra falta. (Ver item 919).
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MensagemAssunto: Re: ALLAN KARDEC - O LIVRO DOS ESPÍRITOS   ALLAN KARDEC - O LIVRO DOS ESPÍRITOS - Página 7 EmptySex Fev 03, 2012 1:33 pm

II — Das Paixões


907. O princípio das paixões sendo natural, é mau em si mesmo?
— Não. A paixão está na excesso provocado pela vontade, pois o princípio foi dado ao homem para o bem e as paixões podem conduzi-lo a grandes coisas. O abuso a que ele se entrega é que causa o mal.

908. Como definir o limite em que as paixões deixam de ser boas ou más?
— As paixões são como um cavalo que é útil quando governado e perigoso quando governa. Reconhecei, pois, que uma paixão se torna perniciosa no momento em que a deixais de governar e quando resulta num prejuízo qualquer para vós ou para outro.
As paixões são alavancas que decuplicam as forças do homem e o ajudam a cumprir os desígnios da Providência. Mas, se em vez de as dirigir, o homem se deixa dirigir por elas, cai no excesso e a própria força que em suas mãos poderia fazer o bem, recai sobre ele e o esmaga.
Todas as paixões têm seu princípio num sentimento ou uma necessidade da Natureza. O princípio das paixões não é portanto um mal, pois repousa sobre uma das condições providenciais da nossa existência. A paixão propriamente dita é o exagero de uma necessidade ou de um sentimento; está no excesso e não na causa; e esse excesso se torna mau quando tem por conseqüência algum mal.
Toda paixão que aproxima o homem da Natureza animal o afasta da Natureza espiritual.
Todo sentimento que eleva o homem acima da Natureza animal anuncia o predomínio do Espírito sobre a matéria e o aproxima da perfeição.

909. O homem poderia sempre vencer as suas más tendências pelos seus próprios esforços?
— Sim, e às vezes com pouco esforço; o que lhe falta é a vontade. Ah, como são poucos os que se esforçam!

910. O homem pode encontrar nos Espíritos uma ajuda eficaz para superar as paixões?
— Se orar a Deus e ao seu bom gênio com sinceridade os bons Espíritos virão certamente em seu auxilio, porque essa é a sua missão. (Ver item 459).

911. Não existem paixões de tal maneira vivas e irresistíveis que a vontade seja impotente para as superar?
— Há muitas pessoas que dizem: "Eu quero!" mas a vontade está somente em seus lábios. Elas querem mas estão muito satisfeitas de que assim não seja. Quando o homem julga que não pode superar suas paixões é que o seu Espírito nelas se compraz, como conseqüência de sua própria inferioridade. Aquele que procura reprimi-las compreende a sua natureza espiritual; vencê-las é para ele um triunfo do Espírito sobre a matéria.

912. Qual o meio mais eficaz de se combater a predominância da natureza corpórea?
— Abnegar-se.
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MensagemAssunto: Re: ALLAN KARDEC - O LIVRO DOS ESPÍRITOS   ALLAN KARDEC - O LIVRO DOS ESPÍRITOS - Página 7 EmptySáb Fev 04, 2012 9:21 pm

III — Do Egoísmo


913. Entre os vícios, qual o que podemos considerar radical?
— Já o dissemos muitas vezes: o egoísmo. Dele deriva todo o mal. Estudai todos os vícios e vereis que no fundo de todos existe egoísmo. Por mais que luteis contra eles não chegareis a extirpá-los enquanto não os atacardes pela raiz, enquanto não lhes houverdes destruído a causa. Que todos os vossos esforços tendam para esse fim, porque nele se encontra a verdadeira chaga da sociedade. Quem nesta vida quiser se aproximar da perfeição moral deve extirpar do seu coração todo sentimento de egoísmo, porque é incompatível com a justiça, o amor e a caridade: ele neutraliza todas as outras qualidades.

914. Estando o egoísmo fundado no interesse pessoal, parece difícil extirpá-lo inteiramente do coração do homem. Chegaremos a isso?
— A medida que os homens se esclarecem sobre as coisas espirituais, dão menos valor às materiais; em seguida, é necessário reformar as instituições humanas, que o entretêm e excitam. Isso depende da educação.

915. Sendo o egoísmo inerente à espécie humana, não será um obstáculo permanente ao reino do bem absoluto sobre a Terra?
— É certo que o egoísmo é o vosso mal maior, mas ele se liga à inferioridade dos Espíritos encarnados na Terra e não à Humanidade em si mesma. Ora, os Espíritos se purificam nas encarnações sucessivas, perdendo o egoísmo assim como perdem as outras impurezas. Não tendes na Terra algum homem destituído de egoísmo e praticante da caridade? Existem em maior número do que julgais, mas conheceis poucos porque a virtude não se procura fazer notar. E se há um, por que não haverá dez; se há dez, por que não haverá mil, e assim por diante?

916. O egoísmo, longe de diminuir, cresce com a civilização, que parece excitá-lo e entretê-lo. Como poderá a causa destruir o efeito?
— Quanto maior é o mal, mais horrível se torna. Era necessário que o egoísmo produzisse muito mal para fazer compreender a necessidade de sua extirpação. Quando os homens se tiverem despido do egoísmo que os domina viverão como irmãos, não se fazendo o mal e se ajudarão reciprocamente pelo sentimento fraterno de solidariedade. Então o forte será o apoio e não o opressor do fraco e não mais se verá homens desprovidos do necessário, porque todos praticarão a lei da justiça. Esse é o reino do bem que os Espíritos estão encarregados de preparar. (Ver item 784).

917. Qual é o meio de se destruir o egoísmo?
— De todas as imperfeições humanas, a mais difícil de desenraizar é o egoísrno, porque se liga à influência da matéria, da qual o homem, ainda muito próximo da sua origem, não pode libertar-se. Tudo concorre para entreter essa influência; suas leis, sua organização social, sua educação. O egoísmo se enfraquecerá com a predominância da vida moral sobre a vida material, e sobretudo com a compreensão que o Espiritismo vos dá quanto ao vosso estado futuro real e não desfigurado pelas ficções alegóricas. O Espiritismo bem compreendido, quando estiver identificado com os costumes e as crenças, transformará os hábitos, as usanças e as relações sociais. O egoísmo se funda na importância da personalidade; ora, o Espiritismo bem compreendido, repito-o, faz ver as coisas de tão alto que o sentimento da personalidade desaparece de alguma forma perante a imensidade. Ao destruir essa importância, ou pelo menos ao fazer ver a personalidade naquilo que de fato ela é, ele combate necessariamente o egoísmo.
É o contato que o homem experimenta do egoísmo dos outros que o torna geralmente egoísta, porque sente a necessidade de se pôr na defensiva. Vendo que os outros pensam em si mesmos e não nele, é levado a ocupar-se de si mesmo mais que dos outros. Que o princípio da caridade e da fraternidade seja a base das instituições sociais, das relações legais de povo para povo e de homem para homem, e este pensará menos em si mesmo quando vir que os outros o fazem; sofrerá, assim, a influência moralizadora do exemplo e do contato. Em face do atual desdobramento do egoísmo é necessária uma verdadeira virtude para abdicar da própria personalidade em proveito dos outros, que em geral não o reconhecem. É a esses, sobretudo, que possuem essa virtude, que está aberto o reino dos céus; a eles sobretudo está reservada a felicidade dos eleitos, pois em verdade vos digo que no dia do juízo quem quer que não tenha pensado senão em si mesmo será posto de lado e sofrerá no abandono. (Ver item 785).
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MensagemAssunto: Re: ALLAN KARDEC - O LIVRO DOS ESPÍRITOS   ALLAN KARDEC - O LIVRO DOS ESPÍRITOS - Página 7 EmptyDom Fev 05, 2012 10:16 pm

Louváveis esforços são feitos, sem dúvida, para ajudar a Humanidade a avançar; encorajam-se, estimulam-se, honram-se os bons sentimentos, hoje mais do que em qualquer outra época, e não obstante o verme devorador do egoísmo continua a ser a praga social. É um verdadeiro mal que se espalha por todo o mundo e do qual cada um é mais ou menos vítima. É necessário combatê-lo, portanto, como se combate uma epidemia. Para isso, deve-se proceder à maneira dos médicos: remontar à causa. Que se pesquisem em toda a estrutura da organização social, desde a família até os povos, da choupana ao palácio, todas as causas, as influências patentes ou ocultas que excitam, entretêm e desenvolvem o sentimento do egoísmo. Uma vez conhecidas as causas, o remédio se apresentará por si mesmo; só restará então combatê-las, senão a todas ao mesmo tempo, pelo menos por parte, e pouco a pouco o veneno será extirpado. A cura poderá ser prolongada porque as causas são numerosas, mas não se chegará a esse ponto se não se atacar o mal pela raiz, ou seja, com a educação. Não essa educação que tende a fazer homens ínstruídos, mas a que tende a fazer homens de bem. A educação, se for bem compreendida, será a chave do progresso moral. Quando se conhecer a arte de manejar os caracteres como se conhece a de manejar as inteligências, poder-se-á endireitá-los, da mesma maneira como se endireitam as plantas novas. Essa arte, porém, requer muito tato, muita experiência e uma profunda observação. E um grave erro acreditar que basta ter a ciência para aplicá-la de maneira proveitosa. Quem quer que observe, desde o instante do seu nascimento, o filho do rico como o do pobre, notando todas as influências perniciosas que agem sobre ele em conseqüência da fraqueza, da incúria e da ignorância dos que o dirigem, e como em geral os meios empregados para moralizar fracassam, não pode admirar-se de encontrar no mundo tanta confusão.

Que se faça pela moral tanto quanto se faz pela inteligência e ver-se-á que há naturezas refratárias, há também, em maior número do que se pensa, as que requerem apenas boa cultura para darem bons frutos. (Ver item 872).

O homem quer ser feliz e esse sentimento está na sua própria natureza; eis por que ele trabalha sem cessar para melhorar a sua situação na Terra e procura as causas de seus males para os remediar. Quando compreender bem que o egoísmo é uma dessas causas, aquela que engendra o orgulho, a ambição, a cupidez, a inveja, o ódio, o ciúme, dos quais a todo momento ele é vítima, que leva a perturbação a todas as relações sociais. provoca as dissensões, destrói a confiança, obrigando-o a se manter constantemente numa atitude de defesa em face ao seu vizinho, e que, enfim, do amigo faz um inimigo, então ele compreenderá também que esse vício é incompatível com a sua própria felicidade. Acrescentaremos que é incompatível com a sua própria segurança. Dessa maneira, quanto mais sofrer mais sentirá a necessidade de o combater, como combate a peste, os animais daninhos e todos os outros flagelos. A isso será solicitado pelo seu próprio interesse. (Ver item 784).

O egoísmo é a fonte de todos os vícios, como a caridade é a fonte de todas as virtudes. Destruir um e desenvolver a outra deve ser alvo de todos os esforços do homem, se ele deseja assegurar a sua felicidade neste mundo, tanto quanto no futuro.
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MensagemAssunto: Re: ALLAN KARDEC - O LIVRO DOS ESPÍRITOS   ALLAN KARDEC - O LIVRO DOS ESPÍRITOS - Página 7 EmptySeg Fev 06, 2012 11:11 pm

IV — Caracteres do Homem de Bem


918. Por que sinais se pode reconhecer no homem o progresso real que deve elevar o seu Espírito na hierarquia espírita?
— O Espírito prova a sua elevação quando todos os atos da sua vida corpórea constituem a prática da lei de Deus e quando compreende por antecipação a vida espiritual.
O verdadeiro homem de bem é aquele que pratica a lei de justiça, de amor e de caridade na sua mais completa pureza. Se interroga sua consciência sobre os atos praticados, perguntará se não violou essa lei, se não cometeu nenhum mal, se fez todo o bem que podia, se ninguém teve de se queixar dele, enfim, se fez para os outros tudo o que gostaria que os outros lhe fizessem.
O homem possuido pelo sentimento de caridade e de amor ao próximo faz o bem pelo bem, sem esperança de recompensa, e sacrifica o seu interesse pela justiça.
Ele é bom, humano e benevolente para com todos, porque vê irmãos em todos os homens, sem exceção de raças ou de crenças.
Se Deus lhe deu o poder e a riqueza, olha essas coisas como um depósito do qual deve usar para o bem, e disso não se envaidece porque sabe que Deus, que lhos deu, também poderá retirá-los.
Se a ordem social colocou homens sob a sua dependência, trata-os com bondade e benevolência porque são iguais perante Deus; usa de sua autoridade para lhes erguer à moral e não para os esmagar com o seu orgulho.
É indulgente para com as fraquezas dos outros porque sabe que ele mesmo tem necessidade de indulgência e se recorda destas palavras do Cristo: "Que aquele que estiver sem pecado atire a primeira pedra".
Não é vingativo: a exemplo de Jesus, perdoa as ofensas para não se lembrar senão dos benefícios, porque sabe que lhe será perdoado assim como tiver perdoado.
Respeita, enfim, nos seus semelhantes, todos os direitos decorrentes da lei natural, como desejaria que respeitassem os seus.
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MensagemAssunto: Re: ALLAN KARDEC - O LIVRO DOS ESPÍRITOS   ALLAN KARDEC - O LIVRO DOS ESPÍRITOS - Página 7 EmptyTer Fev 07, 2012 10:40 pm

V — Conhecimento de Si Mesmo


919. Qual o meio prático mais eficaz para se melhorar nesta vida e resistir ao arrastamento do mal?
— Um sábio da Antigüidade vos disse: "Conhece-te a ti mesmo".

919. Compxeendemos toda a sabedoria dessa máxima, mas a di ficuldade está precisamente em se conhecer a si próprio. Qual o meio de chegar a isso ?
— Fazei o que eu fazia quando vivi na Terra: no fim de cada dia interrogava à minha consciência, passava em revista o que havia feito e me perguntava a mim mesmo se não tinha faltado ao cumprimento de algum dever, se ninguém teria tido motivo para se queixar de mim. Foi assim que cheguei a me conhecer e ver o que em mim necessitava de reforma. Aquele que todas as noites lembrasse todas as suas ações do dia, e, se perguntasse o que fez de bem ou de mal, pedindo a Deus e ao seu anjo guardião que o esclarecessem, adquiriria uma grande força para se aperfeiçoar, porque, acreditai-me, Deus o assistirá. Formulai, portanto, as vossas perguntas, indagai o que fizestes e com que fito agistes em determinada circunstância, se fizestes alguma coisa que censuraríeis nos outros, se praticastes uma ação que não ousaríeis confessar. Perguntai ainda isto: Se aprouvesse a Deus chamar-me neste momento, ao entrar no mundo dos Espíritos, onde nada é oculto, teria eu de temer o olhar de alguém? Examinai o que pudésseis ter feito contra Deus, depois contra o próximo e por fim contra vós mesmos. As respostas serão motivo de repouso para vossa consciência ou indicarão um mal que deve ser curado.
O conhecimento de si mesmo é portanto a chave do melhoramento individual. Mas, direis, como julgar a si mesmo? Não se terá a ilusão do amor-próprio, que atenua as faltas e as torna desculpáveis? O avaro se julga simplesmente econômico e previdente, o orgulhoso se considera tão somente cheio de dignidade. Tudo isso é muito certo, mas tendes um meio de controle que não vos pode enganar. Quando estais indecisos quanto ao valor de uma de vossas ações, perguntai como a qualificaríeis se tivesse sido praticada por outra pessoa. Se a censurardes em outros, ela não poderia ser mais legítima para vós, porque Deus não usa de duas medidas para a justiça. Procurai também saber o que pensam os outros e não negligencieis a opinião dos vossos inimigos, porque eles não têm nenhum interesse em disfarçar a verdade e geralmente Deus os colocou ao vosso lado como um espelho, para vos advertirem com mais franqueza do que o faria um amigo. Que aquele que tem a verdadeira vontade de se melhorar explore, portanto, a sua consciência, a fim de arrancar dali as más tendências como arranca as ervas daninhas do seu jardim; que faça o balanço da sua jornada moral como o negociante o faz dos seus lucros e perdas, e eu vos asseguro que o primeiro será mais proveitoso que o outro. Se ele puder dizer que a sua jornada foi boa, pode dormir em paz e esperar sem temor o despertar na outra vida.
Formulai, portanto, perguntas claras e precisas e não temais multiplicá-las: pode-se muito bem consagrar alguns minutos à conquista da felicidade eterna. Não trabalhais todos os dias para ajuntar o que vos dê repouso na velhice? Esse repouso não é o objeto de todos os vossos desejos, o alvo que vos permite sofrer as fadigas e as privações passageiras? Pois bem: o que é esse repouso de alguns dias, perturbado pelas enfermidades do corpo, ao lado daquilo que aguarda o homem de bem? Isto não vale a pena de alguns esforços? Sei que muitos dizem que o presente é positivo e o futuro incerto. Ora, ai está, precisamente, o pensamento que fomos encarregados de destruir em vossas mentes, pois desejamos fazer-vos compreender esse futuro de maneira a que nenhuma dúvida possa restar em vossa alma. Foi por isso que chamamos primeiro a vossa atenção para os fenômenos da Natureza que vos tocam os sentidos e depois vos demos instruções que cada um de vós tem o dever de difundir. Foi com esse propósito que ditamos O Livro dos Espíritos.
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