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 "BULLYING" NO LOCAL DE TRABALHO

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MensagemAssunto: "BULLYING" NO LOCAL DE TRABALHO   "BULLYING" NO LOCAL DE TRABALHO EmptyTer Nov 16, 2010 10:48 pm

“Bullying”

Bullying é um termo em inglês utilizado para descrever atos de violência física ou psicológica, intencionais e repetidos, praticados por um indivíduo (bully - «tiranete» ou «valentão») ou grupo de indivíduos com o objetivo de intimidar ou agredir outro indivíduo (ou grupo de indivíduos) incapaz(es) de se defender. Também existem as vítimas/agressoras, ou autores/alvos, que em determinados momentos cometem agressões, porém também são vítimas de bullying pela turma.

Caracterização do bullying

No uso coloquial "acossamento", ou entre falantes de língua inglesa, bullying é frequentemente usado para descrever uma forma de assédio interpretado por alguém que está, de alguma forma, em condições de exercer o seu poder sobre alguém ou sobre um grupo mais fraco. O cientista sueco - que trabalhou por muito tempo em Bergen (Noruega) - Dan Olweus define bullying em três termos essenciais:

1. O comportamento é agressivo e negativo;
2. O comportamento é executado repetidamente;
3. O comportamento ocorre num relacionamento onde há um desequilíbrio de poder entre as partes envolvidas.

O bullying divide-se em duas categorias:

1 Bullying direto;
2 ullying indireto, também conhecido como agressão social.

O bullying direto é a forma mais comum entre os agressores (bullies) masculinos. A agressão social ou bullying indireto é a forma mais comum em bullies do sexo feminino e crianças pequenas, e é caracterizada por forçar a vítima ao isolamento social. Este isolamento é obtido através de uma vasta variedade de técnicas, que incluem:

· Espalhar comentários;
· Recusa em se socializar com a vítima
· Intimidar outras pessoas que desejam se socializar com a vítima
· Criticar o modo de vestir ou outros aspectos socialmente significativos (incluindo a etnia da vítima, religião, incapacidades etc).

O bullying pode ocorrer em situações envolvendo a escola ou faculdade/universidade, o local de trabalho, os vizinhos e até mesmo países. Qualquer que seja a situação, a estrutura de poder é tipicamente evidente entre o agressor (bully) e a vítima. Para aqueles fora do relacionamento, parece que o poder do agressor depende somente da percepção da vítima, que parece estar a mais intimidada para oferecer alguma resistência. Todavia, a vítima geralmente tem motivos para temer o agressor, devido às ameaças ou concretizações de violência física/sexual, ou perda dos meios de subsistência.

Características dos bullies

Pesquisas indicam que adolescentes agressores têm personalidades autoritárias, combinadas com uma forte necessidade de controlar ou dominar. Também tem sido sugerido que um deficiente em habilidades sociais e um ponto de vista preconceituoso sobre subordinados podem ser fatores de risco em particular Estudos adicionais têm mostrado que enquanto inveja e ressentimento podem ser motivos para a prática do bullying, ao contrário da crença popular, há pouca evidência que sugira que os bullies sofram de qualquer déficit de autoestima. Outros pesquisadores também identificaram a rapidez em se enraivecer e usar a força, em acréscimo a comportamentos agressivos, o ato de encarar as ações de outros como hostis, a preocupação com a autoimagem e o empenho em ações obsessivas ou rígidas. É frequentemente sugerido que os comportamentos agressivos têm sua origem na infância:
"Se o comportamento agressivo não é desafiado na infância, há o risco de que ele se torne habitual. Realmente, há evidência documental que indica que a prática do bullying durante a infância põe a criança em risco de comportamento criminoso e violência doméstica na idade adulta."

O bullying não envolve necessariamente criminalidade ou violência. Por exemplo, o bullying frequentemente funciona através de abuso psicológico ou verbal. Os "bullies" sempre existiram mas eram (e ainda são) chamados em português de rufias, esfola-caras, brigões, acossadores, cabriões, valentões e verdugos.

Tipos de bullying

Os bullies usam principalmente uma combinação de intimidação e humilhação para atormentar os outros. Abaixo, alguns exemplos das técnicas de bullying:

· Insultar a vítima; acusar sistematicamente a vítima de não servir para nada.
· Ataques físicos repetidos contra uma pessoa, seja contra o corpo dela ou propriedade.
· Interferir com a propriedade pessoal de uma pessoa, livros ou material escolar, roupas, etc, danificando-os
· Espalhar rumores negativos sobre a vítima.
· Depreciar a vítima sem qualquer motivo.
· Fazer com que a vítima faça o que ela não quer, ameaçando a vítima para seguir as ordens.
· Colocar a vítima em situação problemática com alguém (geralmente, uma autoridade), ou conseguir uma ação disciplinar contra a vítima, por algo que ela não cometeu ou que foi exagerado pelo bully.
· Fazer comentários depreciativos sobre a família de uma pessoa (particularmente a mãe), sobre o local de moradia de alguém, aparência pessoal, orientação sexual, religião, etnia, nível de renda, nacionalidade ou qualquer outra inferioridade depreendida da qual o bully tenha tomado ciência.
· Isolamento social da vítima.
· Usar as tecnologias de informação para praticar o cyberbullying (criar páginas falsas sobre a vítima em sites de relacionamento, de publicação de fotos etc).
· Chantagem.
· Expressões ameaçadoras.
· Grafitagem depreciativa.
· Usar de sarcasmo evidente para se passar por amigo (para alguém de fora) enquanto assegura o controle e a posição em relação à vítima (isto ocorre com frequência logo após o bully avaliar que a pessoa é uma "vítima perfeita").
· Fazer que a vitima passe vergonha na frente de varias pessoas

Locais de bullying

O bullying pode acontecer em qualquer contexto no qual seres humanos interajam, tais como escolas, universidades, famílias, entre vizinhos e em locais de trabalho.

Escolas

Em escolas, o bullying geralmente ocorre em áreas com supervisão adulta mínima ou inexistente. Ele pode acontecer em praticamente qualquer parte, dentro ou fora do prédio da escola.

Um caso extremo de bullying no pátio da escola foi o de um aluno do oitavo ano chamado Curtis Taylor, numa escola secundária em Iowa, Estados Unidos, que foi vítima de bullying contínuo por três anos, o que incluía alcunhas jocosas, ser espancado num vestiário, ter a camisa suja com leite achocolatado e os pertences vandalizados. Tudo isso acabou por o levar ao suicídio em 21 de Março de 1993.

Alguns especialistas em "bullies" denominaram essa reação extrema de "bullycídio". Os que sofrem o bullying acabam desenvolvendo problemas psíquicos muitas vezes irreversíveis, que podem até levar a atitudes extremas como a que ocorreu com Jeremy Wade Delle.

Jeremy se matou em 8 de janeiro de 1991, aos 15 anos de idade, numa escola na cidade de Dallas, Texas, EUA, dentro da sala de aula e em frente de 30 colegas e da professora de inglês, como forma de protesto pelos atos de perseguição que sofria constantemente. Esta história inspirou uma música (Jeremy) interpretada por Eddie Vedder, vocalista da banda estadunidense Pearl Jam.

Na última década de 90, os Estados Unidos viveram uma epidemia de tiroteios em escolas (dos quais o mais notório foi o massacre de Columbine). Muitas das crianças por trás destes tiroteios afirmavam serem vítimas de bullies e que somente haviam recorrido à violência depois que a administração da escola havia falhado repetidamente em intervir. Em muitos destes casos, as vítimas dos atiradores processaram tanto as famílias dos atiradores quanto as escolas. Como resultado destas tendências, escolas em muitos países passaram a desencorajar fortemente a prática do bullying, com programas projetados para promover a cooperação entre os estudantes, bem como o treinamento de alunos como moderadores para intervir na resolução de disputas, configurando uma forma de suporte por parte dos pares.

O bullying nas escolas (ou em outras instituições superiores de ensino) pode também assumir, por exemplo, a forma de avaliações abaixo da média, não retorno das tarefas escolares, segregação de estudantes competentes por professores incompetentes ou não-atuantes, para proteger a reputação de uma instituição de ensino.

Isto é feito para que seus programas e códigos internos de conduta nunca sejam questionados, e que os pais (que geralmente pagam as taxas), sejam levados a acreditar que seus filhos são incapazes de lidar com o curso. Tipicamente, estas atitudes servem para criar a política não-escrita de "se você é estúpido, não merece ter respostas; se você não é bom, nós não te queremos aqui".

Frequentemente, tais instituições (geralmente em países asiáticos) operam um programa de franquia com instituições estrangeiras (quase sempre ocidentais), com uma cláusula de que os parceiros estrangeiros não opinam quanto a avaliação local ou códigos de conduta do pessoal no local contratante. Isto serve para criar uma classe de tolos educados, pessoas com títulos acadêmicos que não aprenderam a adaptar-se a situações e a criar soluções fazendo as perguntas certas e resolvendo problemas.

Local de trabalho

O bullying em locais de trabalho (algumas vezes chamado de "Bullying Adulto") é descrito pelo Congresso Sindical do Reino Unido como:

"Um problema sério que muito frequentemente as pessoas pensam que seja apenas um problema ocasional entre indivíduos. Mas o bullying é mais do que um ataque ocasional de raiva ou briga. É uma intimidação regular e persistente que solapa a integridade e confiança da vítima do bully. E é frequentemente aceita ou mesmo encorajada como parte da cultura da organização".

Vizinhança

Entre vizinhos, o bullying normalmente toma a forma de intimidação por comportamento inconveniente, tais como barulho excessivo para perturbar o sono e os padrões de vida normais ou fazer queixa às autoridades (tais como a polícia) por incidentes menores ou forjados. O propósito desta forma de comportamento é fazer com que a vítima fique tão desconfortável que acabe por se mudar da propriedade. Nem todo comportamento inconveniente pode ser caracterizado como bullying: a falta de sensibilidade pode ser uma explicação.

Política

O bullying entre países ocorre quando um país decide impôr sua vontade a outro. Isto é feito normalmente com o uso de força militar, a ameaça de que ajuda e doações não serão entregues a um país menor ou não permitir que o país menor se associe a uma organização de comércio.

Militar

Em 2000 o Ministério da Defesa (MOD) do Reino Unido definiu o bullying como : "…o uso de força física ou abuso de autoridade para intimidar ou vitimizar outros, ou para infligir castigos ilícitos". Todavia, é afirmado que o bullying militar ainda está protegido contra investigações abertas. O caso das Deepcut Barracks, no Reino Unido, é um exemplo do governo se recusar a conduzir um inquérito público completo quanto a uma possível prática de bullying militar. Alguns argumentam que tal comportamento deveria ser permitido por causa de um consenso acadêmico generalizado de que os soldados são diferentes dos outros postos. Dos soldados se espera que estejam preparados para arriscarem suas vidas, e alguns acreditam que o seu treinamento deveria desenvolver o espirito de corpo para aceitar isto. Em alguns países, rituais humilhantes entre os recrutas têm sido tolerados e mesmo exaltados como um "rito de passagem" que constrói o caráter e a resistência; enquanto em outros, o bullying sistemático dos postos inferiores, jovens ou recrutas mais fracos pode na verdade ser encorajado pela política militar, seja tacitamente ou abertamente (veja dedovschina). Também, as forças armadas russas geralmente fazem com que candidatos mais velhos ou mais experientes abusem - com socos e pontapés - dos soldados mais fracos e menos experientes...

Alcunhas ou apelidos

Normalmente, uma alcunha (apelido) é dada a alguém por um amigo, devido a uma característica única dele. Em alguns casos, a concessão é feita por uma característica que a vítima não quer que seja chamada, tal como uma orelha grande ou forma obscura em alguma parte do corpo. Em casos extremos, professores podem ajudar a popularizá-la, mas isto é geralmente percebido como inofensivo ou o golpe é sutil demais para ser reconhecido. Há uma discussão sobre se é pior que a vítima conheça ou não o nome pelo qual é chamada. Todavia, uma alcunha pode por vezes tornar-se tão embaraçosa que a vítima terá de se mudar (de escola, de residência ou de ambos).

Legislação

A legislação jurídica do estado brasileiro de São Paulo define bullying como atitudes de violência física ou psicológica, que ocorrem sem motivação evidente praticadas contra pessoas com o objetivo de intimidá-las ou agredi-las, causando dor e angústia.

Os atos de bullying configuram atos ilícitos, não porque não estão autorizados pelo nosso ordenamento jurídico, mas por desrespeitarem princípios constitucionais (ex: dignidade da pessoa humana) e o Código Civil, que determina que todo ato ilícito que cause dano a outrem gera o dever de indenizar. A responsabilidade pela prática de atos de bullying pode se enquadrar também no Código de Defesa do Consumidor, tendo em vista que as escolas prestam serviço aos consumidores e são responsáveis por atos de bullying que ocorram nesse contexto.

No estado brasileiro do Rio de Janeiro, uma lei estadual sancionada em 23 de setembro de 2010 institui a obrigatoriedade de escolas públicas e particulares notificarem casos de bullying à polícia. Em caso de descumprimento, a multa pode ser de três a 20 salários mínimos (até R$ 10.200) para as instituições de ensino.

Condenações legais

Dado que a cobertura da mídia tem exposto o quão disseminada é a prática do bullying, os júris estão agora mais inclinados do que nunca a se simpatizarem com as vítimas. Em anos recentes, muitas vítimas têm movido ações judiciais diretamente contra os agressores por "imposição intencional de sofrimento emocional", e incluindo suas escolas como acusadas, sob o princípio da responsabilidade conjunta. Vítimas norte-americanas e suas famílias têm outros recursos legais, tais como processar uma escola ou professor por falta de supervisão adequada, violação dos direitos civis, discriminação racial ou assédio moral.
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MensagemAssunto: Re: "BULLYING" NO LOCAL DE TRABALHO   "BULLYING" NO LOCAL DE TRABALHO EmptyQua Nov 17, 2010 10:48 pm

Bullying no trabalho. O assédio moral não mata, mas mói...

Pouco falado em Portugal, o problema afecta quase 30% de trabalhadores

Imagine que tem um blogue pessoal onde escreve e assina com um pseudónimo, e que o seu patrão e colegas de trabalho se reúnem numa tarde, sem o consultar, para falarem do assunto. No dia seguinte comunicam-lhe que tem de fechar o blogue e que, caso não o faça, irão até às últimas consequências. "Entendi o aviso como uma ameaça de despedimento", conta ao i Daniel Luís, ex-professor assistente da Universidade do Minho.

Em Dezembro de 2007, 14 colegas do departamento universitário onde dava aulas reuniram--se e decidiram que o professor devia fechar o blogue, aberto desde 2004. "Disseram-me que um professor universitário tem de se dar ao respeito e não deve dedicar-se a conversas patetas. Recebi ameaças de pessoas acima de mim, e de colegas", lamenta, acrescentando: "Fui cobarde, fechei o blogue." Daniel Luís considera que as pressões dos colegas alteraram o seu comportamento. "Deixei de ir à universidade. Sentia-me mal, nervoso e comecei a ser acompanhado por um psicólogo", relembra.

Fuga

Ana Verdasca, investigadora da Universidade Técnica de Lisboa (UTL), assegura que fugir à realidade não é a melhor atitude quando se procura ajuda. "Face à pressão, a pessoa degrada-se, mas os advogados querem defender o resistente, quem aguentou e enfrentou as dificuldades", assegura. Um estudo recente da UTL refere que 5,9% dos portugueses são vítimas de assédio moral frequentemente, e 24,8% sofrem ocasionalmente agressões psicológicas. Destes, apenas 6,1% abando- nam o local de trabalho. "As pessoas não falam por três razões essenciais: medo de perderem o emprego, desconhecimento das leis e das instituições a quem recorrer, ou por não acreditarem que a justiça consiga resolver o problema em tempo útil", explica o advogado Carlos Pinto Abreu ao i. A maioria das vezes os casos denunciados arrastam--se nas teias da "prática judiciária ainda incipiente e que, quando funciona, é tardia". Maria Costa (nome fictício), 35 anos, nem procurou a justiça. Recém--chegada a Évora para um novo trabalho, a convite do antigo orientador de estágio, tentou ignorar os sinais. "Tentava abstrair-me. Ele gozava, fazia brincadeiras que enervavam e criticava agressivamente qualquer trabalho. Os abusos foram-se sucedendo com uma ira cada vez maior", conta ao i. Maria era recém-licenciada e não sabia como lidar com a situação. "Considerava-o uma excelente pessoa, mas ele revelou uma agressividade enorme e, quando o contrato acabou, saí." Mais tarde consultou uma psicoterapeuta, sem saber que a origem das suas angústias estava ali. "Não fazia a mínima ideia mas li sobre o assunto e era tal e qual aquilo por que tinha passado."

Em Portugal, os casos de bullying/mobbing operados por superiores hierárquicos são os mais comuns. "Os valores são ligeiramente superiores para o assédio de cargos mais altos a subordinados, mas a diferença não é assim tão elevada quando comparada com pressões entre pares", revela Ana Verdasca. No entanto, a tendência está muito relacionada com o tipo de organização: "Em Portugal, é mais comum estratificar, porque as empresas são organizadas mais verticalmente. Nos países nórdicos, o fenómeno regista-se predominantemente entre pares, já que as organizações são mais planas. Mas o fenómeno não é linear."

Definições

Murahachibu no Japão, bossing no Reino Unido, molestie psicologiche em Itália, psicoterrorismo em Espanha, mobbing na Alemanha. Todos os termos designam bullying ou mobbing em ambiente laboral. Em Portugal, as duas palavras são válidas, mas em questões jurídicas as agressões psicológicas no trabalho são designadas por assédio moral. O fenómeno foi apresentado pela primeira vez à comunidade científica pelo alemão Heinz Leymann, em 1984, que analisou pressões interpessoais entre crianças e transferiu mais tarde o conceito para o mundo do trabalho.

No entanto, só em 1992 o conceito foi divulgado amplamente, através de uma série de programas na rádio BBC, em que o jornalista Andrea Adams abordava as diferentes formas de violência no trabalho. A partir desse momento sucederam-se os estudos sobre o tema, sobretudo em França e nos países nórdicos - os primeiros a reconhecerem a existência de problemas "que envolvem a coacção física ou psicológica na relação de trabalho", diz Glória Rebelo, professora universitária e investigadora do Dinâmia/ISCTE.

Problema de sexo?

Em matéria de sexos e de sectores mais atingidos pelo bullying, a realidade não é consensual. Vários estudo nacionais e internacionais apontam o facto de as mulheres serem mais frequentemente vítimas de assédio. No entanto, os sectores que evidenciam uma presença predominantemente feminina - saúde e educação - são aqueles onde o fenómeno é mais intenso. "Alguns estudos consideram que as mulheres são mais competitivas entre elas do que com os homens", justifica Salvador Araújo, investigador da Universidade do Minho.

Glória Rebelo não atribui o fenómeno a qualquer dos sexos em particular. "Prende-se com as especificidades da sociedade contemporânea." Isso torna-o inevitável? "Não. Mas quanto mais informadas as pessoas estiverem melhor saberão defender-se", responde Ana Verdasca.

(Jornal i)
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MensagemAssunto: Re: "BULLYING" NO LOCAL DE TRABALHO   "BULLYING" NO LOCAL DE TRABALHO EmptyTer Nov 23, 2010 8:58 pm

Bullying no ambiente de trabalho e distúrbios no sono

Um estudo publicado no periódico SLEEP mostrou que situações de bullying (termo utilizado para descrever comportamentos hostis e constantes, na forma de violência física ou psicológica) no ambiente de trabalho, podem aumentar os transtornos do sono. Essas associações também foram observadas nas pessoas que presenciaram o bullying, indicando que os efeitos negativos dessas atitudes podem ser sentidos indiretamente.

O estudo mostrou a alta prevalência desse tipo de bullying, indicando que 11% das mulheres e 9% dos homens foram alvo de “comportamentos hostis” no local de trabalho, no período de 6 meses anteriores à pesquisa. Os números também mostraram que aproximadamente 22% das mulheres entrevistadas e 31% dos homens haviam presenciado alguma atitude ou ataque hostil, no mesmo período.

Nos homens que foram vítimas de bullying, os distúrbios do sono foram 220% maiores nos indivíduos que presenciaram tal atitude e 240% naqueles que sofreram tais ataques. Entre as mulheres os números também são assustadores. Os aumentos de distúrbios foram da ordem de 170% nas que presenciaram e quase 190% nas mulheres que sofreram bullying.

A autora principal do estudo, Isabelle Niedhammer, afirmou que a exposição à violência ou hostilidade no local de trabalho tem consequências enormes sobre o risco de desenvolver transtornos do sono à curto ou médio prazo. “O bullying no ambiente de trabalho é um dos principais fatores de estresse e talvez tenha grande correlação com o número de suicídios de determinadas faixas etárias além estar ligado a uma série de problemas de saúde”, diz a pesquisadora.

O estudo foi feito com base nos dados coletados entre mais de 3 mil homens e quase 4.500 mulheres com uma idade média de 40 anos. Os participantes, além de responder a um questionário que indicava 45 tipos diferentes de bullying, também reportaram se teriam sido alvos de atitudes hostis de uma ou mais pessoas no trabalho, se as ofensas eram contínuas, opressivas e se essas atitudes contribuiam para sua exclusão ou isolamento por longos períodos.

De acordo com a Academia Americana de Medicina do Sono, a presença de distúrbios do sono é associada a situações de estress identificáveis e é o principal fator que pode para levar à insônia (falta de sono constante por mais de três meses). Os distúrbios podem ser acompanhados de sintomas como ansiedade, preocupação, depressão, tensão muscular e dores de cabeça.

Fonte: American Academy of Sleep Medicine
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MensagemAssunto: Re: "BULLYING" NO LOCAL DE TRABALHO   "BULLYING" NO LOCAL DE TRABALHO EmptyQui Dez 02, 2010 10:22 pm

O Bullying no local de trabalho

Diferente do que se imagina, a prática do bullying não ocorre somente dentro das salas de aulas. Também não acontece somente entre alunos: os mais populares e os nerds; ou entre os maiores e os menores.

A prática do bullying, esse comportamento tão eficaz e destrutivo da nossa auto-estima, está presente também entre adultos em seus locais de trabalho. Com pouquíssimas diferenças nas suas definições e muita semelhança nas suas conseqüências, o bullying no local de trabalho pode se tornar um grande pesadelo para muitas pessoas.

O bullying no local de trabalho pode ser definido como:

“A exposição dos trabalhadores e trabalhadoras a situações humilhantes e constrangedoras, repetitivas e prolongadas durante a jornada de trabalho e no exercício de suas funções, sendo mais comuns em relações hierárquicas autoritárias e assimétricas, em que predominam condutas negativas, relações desumanas e aéticas de longa duração, de um ou mais chefes dirigida a um ou mais subordinado(s), desestabilizando a relação da vítima com o ambiente de trabalho e a organização, forçando-o a desistir do emprego”.

Margarida Maria Silveira Barreto (2000), Médica do Trabalho

O bullying no local de trabalho freqüentemente envolve o abuso ou mau uso do poder. A prática do Bullying inclui comportamentos que intimidam, denigrem, ofendem ou humilham um trabalhador, normalmente na frente de outras pessoas. A prática do bullying cria sentimentos de impotência no alvo e minimiza o direito do indivíduo à dignidade no trabalho.

È importante lembrar que a prática do bullying é diferente da agressão. Enquanto a agressão pode significar um ato isolado, a prática do bullying requer ataques repetitivos contra o alvo, criando um padrão de comportamento que nunca se acaba.

Outro ponto importante a ser levado em consideração é que chefes “durões” ou “exigentes” não são necessariamente bullies/agressores, uma vez que suas motivações principais são conseguir o melhor desempenho de seus funcionários.
Além disso, muitas situações de bullying envolvem funcionários agredindo seus próprios colegas, ao invés de um supervisor ou chefe intimidando um funcionário.

É muito interessante notar que a prática do bullying no local de trabalho é frequenetemente dirigida a alguém de quem o agressor tem medo. O alvo muitas vezes nem percebe que está sendo agredido porque o comportamento pode ser camuflado através de críticas triviais e ações isoladas que ocorrem atrás de portas fechadas.

Alguns exemplos de comportamentos de bullying no local de trabalho:

• Críticas não cabíveis
• Culpar o funcionário sem uma justificativa real
• Ser tratado de forma diferente da sua equipe de trabalho
• Ser alvo de xingamentos
• Ser excluído ou isolado socialmente
• Ser alvo de gritos ou ser humilhado
• Ser alvo de piadas
• Ser constantemente e excessivamente vigiado

Como a prática do Bullying no local de trabalho afeta as pessoas:

• Alto stress; desordem de stress pós-traumático
• Problemas financeiros causados por faltas
• Baixa auto-estima
• Problemas musculares
• Fobias
• Dificuldades para dormir
• Alto índice de depressão/auto-acusação
• Problemas de ordem digestiva/alimentar

Cada uma das conseqüências citadas acima pode ter um custo muito alto para uma empresa. Os custos da prática do bullying geralmente se encaixam em três categorias:

1. Recontratação de funcionários que saem por serem alvos de bullying.


2. Tempo gasto na resolução de conflitos causados pela prática do bullying: energia é dirigida a assuntos que não dizem respeito à produtividade no trabalho.

3. Gastos relacionados à investigação da prática do bullying e potenciais processos trabalhistas.

A quebra da confiança em um ambiente aonde existe a prática do bullying pode significar que os funcionários não serão capazes de contribuir com o seu melhor desempenho ou dar idéias novas de melhorias ou opiniões sobre fracassos que poderiam ser revertidos de maneira aberta e honesta.

O que pode ser feito? Aqui vão algumas dicas do que fazer:

Funcionários:

Retome o controle da situação!
• Reconheça que você está sendo alvo de bullying
• Reconheça que você NÂO é o causador do problema.
• Reconheça que a prática do bullying tem a ver com controle e portanto, não tem nada a ver com o seu desempenho no trabalho.

Tome uma atitude!
• Faça anotações em um diário detalhando a natureza da prática do bullying: datas, horários, locais, o que foi dito ou feito e quem estava presente.
• Guarde cópias de qualquer prova da prática do bullying contra você, documentos que mostrem a contradição das acusações do agressor contra você: relatórios, cartão ponto, etc.

Outras ações:
• Tenha em mente que o agressor irá negar e talvez reverter suas alegações; tenha sempre uma testemunha com você quando estiver na presença de um agressor; denuncie o comportamento à pessoa apropriada.
Empresários:
• Crie uma política de tolerância zero à prática do bullying dentro da sua empresa. A política deve fazer parte de um comprometimento amplo para um local de trabalho seguro e sadio e deve envolver representantes do departamento de recursos humanos.

Quando a prática do bullying for testemunhada ou denunciada por alguém, o problema deve ser resolvido imediatamente.
• Se a prática do bullying já faz parte da cultura da sua empresa, queixas devem ser levadas a sério e investigadas prontamente. A re-alocação das pessoas envolvidas pode ser necessária sob a alegação: “inocente até que se prove o contrário”.
• Organize sua empresa para que seus funcionários possam participar da tomada das decisões em algumas situações. Isto ajuda muito a criar um ambiente aonde as pessoas se sentem importantes e valorizadas.
• Realize treinamentos que esclareçam o que é a prática do bullying.
• Encoraje políticas de portas abertas no local de trabalho.
• Investigue o tamanho e a natureza dos conflitos.
• Capacite gerencias e chefias para terem habilidades e sensibilidade ao lidar e resolver conflitos.
• Demonstre um comprometimento “de cima para baixo” sobre o que é e o que não é um comportamento aceitável no local de trabalho.

Se você sabe que a prática do bullying acontece no seu local de trabalho e não faz nada, você está aceitando compartilhar da responsabilidade por abusos futuros. Isto significa que testemunhas da prática do bullying devem ser encorajadas a denunciar tais incidentes. Indivíduos sentem-se muito menos motivados a terem comportamentos anti-sociais no trabalho quando fica claro que a empresa não tolera tais comportamentos e que os agressores serão punidos.

Na verdade, o ideal seria que empresas e organizações tivessem a possibilidade de ofertar aos seus trabalhadores momentos de aproximação e diálogos que permitissem a estas pessoas se conhecerem melhor e se conectarem através de suas histórias de vida, sonhos e desafios. O entendimento só é possível quando eu realmente conheço o outro, o que ele pensa e sente sobre as mesmas coisas que eu.

Grupos de trabalho são fontes riquíssimas de crescimento e perpepções que podem ocasionar mudanças importantes na nossa sociedade como um todo.

E você? Já foi alvo de bullying no seu local de trabalho?
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MensagemAssunto: Re: "BULLYING" NO LOCAL DE TRABALHO   "BULLYING" NO LOCAL DE TRABALHO EmptySex Dez 10, 2010 3:44 pm

Teatro: Senhoras e senhores, o bullying vai subir ao palco.

10.12.2010

Companhia do Porto transformou história real de bullying num espectáculo em que se misturam o teatro, o circo e a música ao vivo.

Vasco Gomes, hoje actor, tinha 16 anos quando foi vítima de bullying na estação de comboios de Carcavelos. Lembra-se de ter sido abordado por um "homem mais velho", que o tratou com violência e o obrigou a abrir a mochila, onde trazia vários malabares. Depois, foi obrigado a fazer malabarismo. "Subitamente, uma coisa que fazia com prazer tornou-se num momento de grande humilhação e violência", recorda. O actor, de 31 anos, que cresceu na zona de Lisboa, admite que este nem é o único episódio de bullying que consta do seu currículo. Mas foi o mais marcante e o que acabou por dar origem a "Pira te", uma peça de teatro que a companhia Erva Daninha, do Porto, levou ao palco este mês, na Academia de Música de Espinho.

Uma história biográfica que aborda o fenómeno da violência juvenil e em que se cruzam o teatro, as artes circenses, o texto e a música ao vivo. Ao mesmo tempo, "Pira te" é uma viagem "que acaba em solidão", conduzida por entre o medo, a humilhação e a injustiça.

A peça "De repente começou a empurrar-me e a bater-me, tirou tudo aquilo que eu tinha nos bolsos e mandou para o chão. Depois de me obrigar a fazer malabarismos pegou na minha mochila. Entrámos no comboio, ele ameaçou-me, antes de as portas fecharem saí. Era de noite e fiquei novamente sozinho." Em palco, a história começa assim. Vasco Gomes interpreta a peça e sobe ao palco com Pedro Chamurra, músico.

Mas antes de subir à cena, a experiência real do actor foi completada com um verdadeiro trabalho de investigação que envolveu relatos de jovens vítimas de violência, psicólogos e professores. "Todo este trabalho foi importante para alargar o universo da história que é contada e para sairmos também do nosso umbigo", explica o actor. Durante semanas a fio, a companhia passou a pente fino o fenómeno da violência juvenil. "Lemos livros, vimos dezenas de filmes e documentários. Foi quase um trabalho jornalístico", acrescenta Vasco Gomes.

Em palco, a peça é narrada em três fases. As mesmas três fases que, acredita o actor, estão presentes no fenómeno do bullying. "Primeiro, há a dimensão do indivíduo que sofre a violência e o momento em que a violência acontece, depois a fase em que o indivíduo se torna violento com os outros ou consigo próprio, e depois uma fase de absoluta solidão", descreve.

A peça, a primeira da companhia Erva Daninha financiada pelo Ministério da Cultura, estreou no início de Setembro em Vila do Conde e já passou por Aveiro. Mas foi a primeira vez, esta semana, que foi apresentada a escolas. "Queremos abordar a intensidade do fenómeno junto dos mais jovens, mas sem transmitir moralidade ou conclusões", acrescenta Vasco Gomes. O objectivo é, antes, "fomentar o debate em torno da violência juvenil" no seio da comunidade escolar. E também junto do grande público. "Queremos despertar as pessoas para uma realidade que tantas vezes fica guardada e que muitos de nós conhecemos e partilhamos", acrescenta.

"A violência pela violência, a desvalorização da vida humana, a necessidade de afirmação, a inferiorização do outro e a passividade de quem observa fazem parte da nossa realidade e marcam o de-senvolvimento dos indivíduos e das sociedades", acredita o actor. Depois de Espinho, "Pira te" vai estar em digressão durante o próximo ano.

(Jornal i)
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