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 OS MAIORES DITADORES - TOP TEN

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MensagemAssunto: OS MAIORES DITADORES - TOP TEN   OS MAIORES DITADORES - TOP TEN EmptySex Mar 12, 2010 1:01 pm

Sargão - Imperador da Acádia

Sargão, o Acádio - também chamado de Sargão, o Grande - é o primeiro personagem da história conhecido por, dentre outros feitos, criar um império. Mas o que sabemos dele baseia-se, principalmente, em relatos poéticos ou lendas.

A própria origem do povo acádio se perde muito antes dos primeiros relatos conhecidos, que falam sobre povos sedentários e nômades que habitavam a Mesopotâmia.

Os acádios eram semitas (ou seja, pertenciam ao mesmo grupo étnico que abrange os hebreus, os assírios, os aramaicos, os fenícios e os árabes) e teriam migrado da Península Arábica em direção à Mesopotâmia, movidos pelas notícias sobre o desenvolvimento das primeiras cidades-estado daquela região.

Fundação de Ágade

Sargão (do acádio Sharrum-kin: "rei legítimo" ou "rei verdadeiro") teria sido um líder militar incomparável, além de enérgico administrador, responsável por sucessivas conquistas na região que hoje se estende do sul do Iraque até o norte da Síria, incluindo o Líbano e, também, o sul da Turquia.

Seu império tornou-se um modelo para os governantes que o sucederam, incluindo seu neto, Naram-Sim, que estendeu ao máximo os limites do reino, vencendo uma sublevação de mais de vinte reis mesopotâmicos, além de deificar a si mesmo.

Sargão teria começado sua carreira como um dignitário do rei de Kish, de quem usurpou o trono. Provavelmente, sua legitimidade não deveria ser reconhecida, pois ele transferiu a capital para uma nova cidade, Ágade, que não se identificava com a monarquia anterior. Era o princípio do reino da Acádia. Ágade foi capital do império por 150 anos.

Os relatos épicos que os arqueólogos descobriram aproximam a vida de Sargão à de Moisés: era filho de uma sacerdotisa e, quando recém-nascido, foi colocado numa cesta de vime e enviado rio abaixo, tendo sido criado sob a proteção da deusa Ishtar.

Ampliação do império

No início de seu reinado, grande parte da Suméria (sul da Mesopotâmia) estava sob controle do rei Lugalzagesi. Sargão, desejando ampliar seus domínios, ataca a capital do reino, Ur, destrói as muralhas e toma o poder, anexando à Acádia um amplo e fértil território.

A seguir, dirige-se para o norte da Mesopotâmia. As inscrições antigas dão conta de que ele teria dominado as cidades de Mari e Tuttul (na atual Síria), chegando a enviar expedições à Anatólia, às margens do mar Negro. Ao todo, os escritos do rei List - a principal fonte sobre a história da Suméria - citam 34 guerras desencadeadas por Sargão.

Administração

Sargão tinha por hábito nomear membros de sua família, que fossem de inteira confiança, para cargos estratégicos. Sua filha Enheduanna, por exemplo, foi nomeada alta sacerdotisa da cidade de Ur, um dos cargos mais importantes da época, e é autora de inúmeros hinos acádios.

Para manter suas conquistas e facilitar a organização do Estado, Sargão cria o primeiro exército profissional de que se tem notícia, centraliza a cobrança de impostos em guarnições militares espalhadas pelo império, emite decretos constantes a todas as regiões e também centraliza o comércio do golfo Pérsico nos portos da Acádia.

O narrador de um dos relatos descobertos, de inspiração nitidamente mitológica, fala como se fosse o próprio Sargão:

Poderosos [mon]tes [...] de bronze conquistei,
As serras superiores escalei,
As serras inferiores [atra]vessei,
As [terr]as do mar três vezes percorri.
[...]
Qualquer monarca que me suceda,
Governe o [povo] dos cabeças negras;
[Conquiste] poderosos [montes],
Escale as serras superiores,
[Atravesse as serras inferiores],
Percorra as terras do mar três vezes!


Última edição por Anarca em Seg Mar 15, 2010 7:59 pm, editado 1 vez(es)
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MensagemAssunto: Re: OS MAIORES DITADORES - TOP TEN   OS MAIORES DITADORES - TOP TEN EmptySeg Mar 15, 2010 7:58 pm

Xerxes 1º - Rei da Pérsia

Cerca de 519/465 a.C.

Filho de Dario 1º., imperador persa, Xerxes herdou o trono por designação do pai, apesar de não ser o primogênito. Após assumir o trono empreendeu a pacificação do Egito e em seguida sufocou as revoltas na Babilônia.

A fim de vingar-se da derrota de seu pai para os gregos na batalha de
Maratona (490), continuou as chamadas Guerras Médicas. Com um exército de aproximadamente 300 mil soldados (contra 7 mil soldados gregos) atravessou o estreito de Helesponto em 480 a.C. e mandou construir um canal que atravessava a península de Atos para facilitar a passagem da frota.

Após derrotar o exército de Leônidas no desfiladeiro de Termópilas, Xerxes saqueou a Ática e, ao tomar Atenas, arrasou os santuários da acrópole. Mas seu exército foi derrotado em Salamina em conseqüência dos graves erros táticos que cometeu.

Xerxes recuou para a Ásia, mas deixou na Grécia duas unidades de seu
exército, sob o comando do primo Mardônio. Este também foi derrotado e morto na batalha de Platéia (479). As tropas persas puseram-se em fuga acelerando a vitória total dos gregos. Xerxes nunca chegou a se recuperar dessa derrota e em seguida abandonou as ambições militares.

Nos seus últimos anos dedicou-se à construção de palácios e monumentos que contribuíram para o embelezamento de Persépolis. Erigiu seu próprio palácio, semelhante ao de Dario, e um edifício chamado Harém pelos arqueólogos, composto de uma série de aposentos, que se acredita tenha servido para guardar os tesouros do império.

Ocupou-se ainda com diversas questões religiosas e acredita-se que impôs o zoroastrismo em seu reino. Foi assassinado em Persépolis juntamente com seu primogênito e sucedido no trono por outro seu filho, Artaxerxes 1º.
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MensagemAssunto: Re: OS MAIORES DITADORES - TOP TEN   OS MAIORES DITADORES - TOP TEN EmptyQui Mar 18, 2010 5:53 pm

Nero - Imperador romano

Cerca de 37/68 d.C.

Com a morte do imperador Cláudio, no ano 54, não foi seu filho Britânico que subiu ao trono de Roma. O sucessor foi seu enteado, filho de sua mulher, Agripina, e marido de sua filha Otávia. Ele se tornou o novo soberano de Roma aos 17 anos, com o nome de Tibério Nero Claudio Domiciano César - em geral abreviado para Cláudio César ou, apenas, Nero, como passaria à história. Agripina e o filósofo Sêneca, seu mestre, tramaram juntos para que Nero tivesse o poder, convencendo Cláudio a adotá-lo, um pouco antes de morrer.

Logo Nero entrou em conflito com a mãe, que pretendia dominar Roma por meio do filho. E Agripina passou a preferir Britânico no trono. Mas, para eliminar a concorrência, Sêneca providenciou que Britânico fosse morto. Sêneca e o prefeito de Roma, Sexto Afrânio Burro, foram conselheiros de Nero e os primeiros cinco anos de seu governo foram considerados um dos períodos mais felizes do Império. Os conselheiros deixavam Nero satisfazer todas as suas paixões, desde que se deixasse guiar por eles no governo.

Agripina, ressentida por ser posta de lado, procurava recuperar sua autoridade junto ao filho enviando-lhe belas mulheres: primeiro, a ex-escrava Ate e depois a bela Popéia Sabina. Mas Agripina foi assassinada, em 59, a mando do prórpio Nero que, então, se viu livre: Agripina, aparentemente, era seu único freio moral. Seu governo tornou-se tirânico e ficaria conhecido como um dos mais vergonhosos de Roma.

Casou-se com Popéia, divorciando-se de Otávia, que logo foi assassinada. Nero fez do confisco de propriedades uma fonte renda. Com a morte de Sexto Afrânio, nomeou para seu posto um indivíduo sem escrúpulos, Ofrônio, o que levou Sêneca a renunciar ao cargo de conselheiro.

A paixão de Nero pela arte dramática e pelos espetáculos, unida a um desejo quase infantil de ser famoso e aplaudido, levou-o a atuar como poeta e músico e a participar de corridas de biga.

Em 64 um incêndio destruiu boa parte de Roma. Nero foi acusado de ter mandado atear fogo à cidade, embora não haja provas objetivas disso. Ele pôs a culpa nos cristãos - que já eram odiados e a partir daí começaram a ser perseguidos. Diz a tradição cristã que nesse período Nero mandou crucificar o apóstolo Pedro e decapitar o apóstolo Paulo.

No ano seguinte, Nero matou Popéia, grávida, com um pontapé no ventre. Essa crueldade e o desperdício de dinheiro público deram vida à oposição, principalmente dos oficiais do exército, dos nobres e dos intelectuais, Sêneca entre eles. Por três vezes, essas conspirações foram reprimidas - e os envolvidos receberam a ordem de cometer suicídio.

O pavor de ser assassinado transformou-se em paranóia do Imperador. Assim, Nero instalou um regime de terror e procurou continuar nas graças dos muito pobres, fazendo constantes doações de grandes quantidades de trigo. Em 66, casou-se com Messalina e, para satisfazer a um antigo desejo, viajou em grande estilo para a Grécia, que na época era dominada pelo Império Romano. A final do passeio pelas ilhas gregas, que durou dois anos, Nero libertou a Grécia e tornou-a um estado independente.

Ao voltar para Roma, encontrou uma situação insustentável, com rebeliões nas principais províncias do Império: Gália, Germânia, África, Lusitânia, Síria e Egito. Traído por Ofrônio, Nero perdeu o apoio dos guardas pretorianos, um corpo militar de elite formado para proteger o imperador e sua família.

Declarado inimigo público número um pelo Senado, ele fugiu para uma propriedade no campo, onde se matou com o auxílio de seu secretário. "Qualis ariefix pereo!" (que artista estás [,Roma,] perdendo!) - foram registradas como suas últimas palavras.

Tinha 31 anos e com ele terminou a dinastia descendente de Júlio César, abrindo a primeira grave crise de sucessão no Império.

Nero foi enterrado pela dedicada Ate e continuou a ser querido pelos muito pobres e pelos gregos: por cerca de três vezes estes acreditaram que ele havia reaparecido no Oriente, alimentando a lenda de "Nero redivivo".
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MensagemAssunto: Re: OS MAIORES DITADORES - TOP TEN   OS MAIORES DITADORES - TOP TEN EmptySeg Mar 22, 2010 1:59 pm

Luís 14 - Rei da França

5 de setembro de 1638, Saint-Germain en Laye (França)
1 de setembro de 1715, Versalles (França)

O reinado de Luís 14 é o protótipo da monarquia absoluta na Europa. A frase "O Estado sou eu", atribuída a ele, é considerada por alguns pesquisadores como uma imprecisão histórica, mas reflete perfeitamente o governo desse monarca que colocou a França em uma posição de predominância na Europa, não só em termos políticos, mas também culturais.

Com Luís 14, a Europa passaria não só a temer a França, mas também a admirá-la por sua cultura e pelo estilo de vida de sua nobreza. O francês se converteria, então, na língua de toda a elite européia, incluindo a Rússia.

O filósofo Leibniz se referiria a Luís 14 como "um dos maiores reis que jamais existiram". E, de fato, esse monarca passaria à história conhecido pelo epíteto de Rei Sol. Voltaire compararia Luís 14 ao imperador Augusto, de Roma, referindo-se ao seu reinado como "uma época eternamente memorável", "O Grande Século".

Absolutismo

Rei da França entre 1643 e 1715, Luís 14 sucedeu no trono seu pai, Luís 13. Antes de sua maioridade ser declarada, a regência ficou a cargo da mãe, Ana d'Áustria, e do primeiro-ministro, cardeal Mazzarin.

Casado, em 1650, com a infanta Maria Teresa, filha de Filipe 4º, da Espanha, o jovem monarca revelou-se enérgico e autoritário, decidindo extinguir o regime ministerial e concentrar todo o poder em suas mãos.

Foi assessorado no governo por um chanceler, um controlador-geral das finanças e quatro secretários de Estado, todos eles submetidos a um conselho central dirigido pelo próprio rei. Assim, Luís 14 reinou sob a égide do absolutismo monárquico, baseado no "direito divino dos reis", definido por Bossuet em seu livro Política tirada da Sagrada Escritura.

Luís 14 dirigia pessoalmente a administração, controlando o alto conselho e os organismos do poder executivo a este subordinados (conselhos de finanças, justiça e despachos). Nenhum dos seus secretários de Estado tinha autonomia ou qualquer distinção especial.

Seu ministro das finanças, Jean Baptiste Colbert, pertencente à burguesia, desenvolveu o mercantilismo, aumentando a reserva monetária, controlando a produção, reduzindo as importações e expandindo as exportações, sob um regime protecionista.

Política externa

Luís 14 actuou no sentido de romper o equilíbrio entre as potências européias e, ao mesmo tempo, estabelecer a hegemonia francesa. Com a morte de seu sogro, Filipe 4º, invocou o direito de sua esposa ao trono espanhol, iniciando a Guerra da Devolução, concluída em 1668 com o tratado de Aix-la-Chapelle.

A rivalidade comercial o levou também a invadir os Países Baixos. A paz foi assinada em 1678, com a concessão à França de várias regiões da Flandres. Essas guerras consolidaram o poder militar do reino.

A sorte se voltaria contra Luís 14 a partir de 1686, quando se forma a Liga de Augsburg, reunindo vários países europeus contrários à política de anexação territorial da França. O monarca foi praticamente forçado a assinar o Tratado de Rijswijk, de 1697, que o obrigava a devolver vários territórios. Mais tarde, assinaria os tratados de Utrecht e Rastatt, fazendo novas concessões.

Questões religiosas

Apegado ao seu poder absoluto, Luís 14 via os protestantes como rebeldes potenciais. Assim, revogou o Edito de Nantes, que dava liberdade de culto a eles, o que provocaria um êxodo de nobres e burgueses huguenotes (protestantes que seguiam a linha calvinista), além de atiçar contra a França a ira dos Estados europeus protestantes.

O absolutismo de Luís 14 também gerou dificuldades junto ao papado. Em 1664, chegou a ameaçar o próprio papa, Alexandre 7º, por acreditar que seu embaixador havia sido destratado no Vaticano. Também enfrentou o papa Inocêncio 11º, exigindo manter o direito de indicar os ocupantes de cargos religiosos.

Glória cultural e amantes

Luís 14 instituiu um regime de mecenato (apoio financeiro a artistas), por meio do qual prestigiou o balé, a ópera, o teatro, a pintura e a arquitetura. Na literatura, favoreceu escritores que se tornaram clássicos e, até hoje, são uma referência fundamental: Corneille, Racine, Molière, Boileau e La Fontaine, dentre outros.

Luís 14 alternou a severidade política não só com o gosto pelos espetáculos e pela arte, mas também pelas festas e pelas mulheres. Teve amantes famosas, como Luísa de La Vallière e Madame de Montespan. Inclusive, casou-se secretamente com uma delas, Madame de Maintenon, que exerceu grande influência em suas decisões.

Os últimos anos de seu reinado foram difíceis. Além dos problemas econômicos, provocados, em grande parte, pelos altos custos da guerra contra a Espanha, o rei se tornou impopular pelo fato de criar sucessivos impostos, isentando deles o clero e a nobreza.

Pouco antes de morrer, Luís 14 teria dito: "Eu parto, mas o Estado sempre permanecerá".
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MensagemAssunto: Re: OS MAIORES DITADORES - TOP TEN   OS MAIORES DITADORES - TOP TEN EmptyQua Mar 24, 2010 1:20 pm

Josef Stalin - Ditador soviético

21/12/1879, Gori, Geórgia
5/3/1953, Kunzewo, Rússia

Ossip (em georgiano) ou Iosif (em russo) Vissarionovich Djugatchvili, dito Stalin, filho de um sapateiro e de uma lavadeira, perdeu o pai cedo e, tendo também perdido os outros irmãos, foi criado pela mãe.

Após os primeiros estudos na escola religiosa russo-ortodoxa de sua cidade natal, foi enviado para o seminário na capital georgiana, Tbilisi (ou Tiflis). Revoltado com a disciplina do estabelecimento e influenciado pela leitura de romancistas realistas russos e de Darwin, acabou expulso do seminário, no último ano de estudos, 1899.

Entrou quase que imediatamente para a luta revolucionária. Militante do movimento social-democrático, membro do comitê clandestino de Tbilisi, em 1902 é preso e deportado para a Sibéria, de onde foge em 1904.

Em 1905 organiza uma greve geral em Baku; encontra Lênin no congresso partidário realizado na Finlândia. Preso novamente em 1908, é banido para Vologda, de onde foge no ano seguinte, dirigindo-se em junho para São Petersburgo. Eleito para o comitê central do Partido Comunista Bolchevique, é preso mais uma vez em 1910. Foge em meados do ano seguinte.

Em 1912, colabora na fundação do jornal partidário Pravda (Verdade). Novamente preso em 1913, é exilado para o círculo polar ártico, de onde seria libertado, em março de 1917, pelo governo Kerenski. Dedica-se, então, inteiramente ao trabalho no Pravda.

Revolução Russa

Em 1913 adota o nome por que ficaria conhecido: Stalin (homem de aço). Desempenha, na Revolução de Outubro de 1917, um papel principalmente de organizador. É nomeado comissário das Nacionalidades no Conselho dos Comissários do Povo.

Durante a guerra civil, participa ativamente da luta, sendo inicialmente enviado a Tsaritsin, cidade às margens do Volga que - de 1925 a 1961 - seria chamada de Stalingrado. O primeiro desentendimento sério entre Stalin e Trotski ocorre na luta em Tsaritsin, por questões de estratégia militar.

A 3 de fevereiro de 1922, Stalin é eleito secretário-geral do Partido Comunista da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS). Em 1923, no congresso do partido, Stalin ataca abertamente a tese de Trotski sobre a "revolução permanente". Com a morte de Lênin, a 21 de janeiro de 1924, Stalin une-se a Kamenev e Zinoviev, sendo eleito sucessor de Lenin.

A luta aberta entre Stalin e Trotski é vencida pelo primeiro. Stalin também afasta da direção seus próprios aliados, Kamenev e Zinoviev, que discordam da tese do "socialismo em um só país", defendida por Stalin. Este perseguirá até a morte seus três oponentes.

Colectivização forçada da agricultura

Senhor da chefia do governo, Stalin dá início às reformas com que visa, primordialmente, ao fortalecimento da URSS. Lança o primeiro plano quinquenal em 1928, com o objetivo de priorizar a industrialização e "edificar o socialismo", passando para o Estado o controle de toda a atividade econômica.

Em 1929-1930 dedica-se à coletivização da agricultura, liquidando camponeses - pequenos, médios ou grandes proprietários de terras. São todos executados ou deportados em massa com suas famílias.

Expurgos

No segundo plano quinquenal, procura dar maior ênfase ao desenvolvimento da indústria leve. Em 1936, ordena o início dos famosos processos de Moscou, que resultam em amplo expurgo nos quadros partidários, criando um clima generalizado de terror em todo o país. Milhares são presos, torturados e mortos. Nem mesmo as forças armadas ficam imunes, e vários de seus principais dirigentes são fuzilados.

Segunda Guerra Mundial

A 23 de agosto de 1939 firma um pacto de não agressão com a Alemanha hitlerista. No mês seguinte, anexa à URSS a parte leste da Polônia. Em março e setembro de 1940, respectivamente, ocupa partes da Finlândia e da Romênia.

Em 22 de junho de 1941, a Alemanha declara guerra à URSS. Stalin assume o comando supremo das forças armadas soviéticas, com o posto de marechal, em março de 1943.

Stalin passa a insistir com as nações ocidentais, já em guerra com a Alemanha, para que abram nova frente de luta, a fim de aliviar o campo soviético. Dissolve, em 1943, o Komintern, organização encarregada de fazer a ligação com os comunistas do mundo inteiro.

Participa de conferências com os dois dirigentes supremos dos EUA e do Reino Unido - Roosevelt e Churchill - em Teerã (1943), Ialta (1945) e Potsdam (1945 - com Harry Truman, que assumira a presidência dos EUA depois da morte de Roosevelt), estabelecendo as bases para o desenvolvimento e o desfecho da Segunda Guerra Mundial.

Terminada a guerra, já no começo de 1946 acentua-se a divisão entre os aliados da véspera, e Stalin passa a atacar os EUA como "imperialistas". É o início da Guerra Fria. Em 1947, ressuscita o Komintern, sob o nome de Kominform.

O bloqueio de Berlim - de 31 de março de 1948 a 12 de maio de 1949 - leva a divisão entre os dois campos a um ponto crítico. As divergências entre as principais nações capitalistas e o grupo socialista liderado pela URSS persistem até muito depois da morte de Stalin.

Stalinismo

Em 1953, no 20º Congresso do Partido Comunista da URSS, o sucessor de Stalin, Kruschev, denuncia o "culto da personalidade" stalinista e os crimes e atrocidades atribuídos a Stalin.

Político duro e sem escrúpulos, Stalin usou seu poder para destruir todos os que surgiram em seu caminho. Temido e admirado, é, muitas vezes, retratado como um homem de inteligência medíocre, que conseguiu seu poder graças, exclusivamente, à esperteza impiedosa. Essa avaliação, contudo, é uma subestimação, pois a ideologia concebida por Stalin - que passou à história com o nome de stalinismo - teve grande importância na consolidação do regime soviético e de suas terríveis injustiças.
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MensagemAssunto: Re: OS MAIORES DITADORES - TOP TEN   OS MAIORES DITADORES - TOP TEN EmptySex Mar 26, 2010 12:31 pm

Adolf Hitler - Ditador da Alemanha

20/04/1889, Áustria
30/04/1945, Alemanha

Adolf Hitler, ditador alemão, nasceu em 1889 na Áustria. Filho de Alois Hitler e Klara Poezl, alistou-se voluntariamente no exército bávaro no começo da Primeira Guerra Mundial. Tornou-se cabo e ganhou duas vezes a Cruz de Ferro por bravura.

Depois da desmobilização do exército, Hitler associou-se a um pequeno grupo nacionalista, o Partido dos Trabalhadores Alemães, que mais tarde se tornou o Partido Nacional-Socialista Alemão (nazista).

Em 1921, tornou-se líder dos nazistas e, dois anos mais tarde, organizou uma malograda insurreição, o "putsch" de Munique. Durante os meses que passou na prisão com Rudolph Hess, Hitler ditou o "Mein Kampf" (Minha Luta), um manifesto político no qual detalhou a necessidade alemã de se rearmar, empenhar-se na auto-suficiência econômica, suprimir o sindicalismo e o comunismo, e exterminar a minoria judaica.

Em 1929, ganhou um grande fluxo de adeptos, de forma que, ajudado pela violência contra inimigos políticos, seu partido floresceu. Após o fracasso de sucessivos chanceleres, o presidente Hindenburg indicou Hitler como chefe do governo (1933).

Hitler criou uma ditadura unipartidária e no ano seguinte eliminou seus rivais na "noite das facas longas". Com a morte de Hindenburg, ele assumiu o título de presidente do Reich Alemão. Começou então o rearmamento, ferindo o Tratado de Versalhes, reocupou a Renânia em 1936 e deu os primeiros passos para sua pretendida expansão do Terceiro Reich: a anexação com a Áustria em 1938 e a tomada da antiga Tchecoslováquia.

O ditador firmou o pacto de não-agressão nazi-soviético com Stalin, a fim de invadir a Polônia, mas quebrou-o ao atacar a Rússia em 1941. A invasão à Polônia precipitou a Segunda Guerra Mundial.

Hitler seguia táticas "intuitivas", indo contra conselhos de especialistas militares, e no princípio obteve vitórias maciças. Em 1941, assumiu o controle direto das forças armadas. Como o curso da guerra mostrou-se desfavorável à Alemanha, decidiu intensificar o assassinato em massa, que culminou com o holocausto judeu.

Conhecido como um dos piores massacres da história da humanidade, o holocausto -termo utilizado para descrever a tentativa de extermínio dos judeus na Europa nazista- teve seu fim anunciado no dia 27 de janeiro de 1945, quando as tropas soviéticas, aliadas ao Reino Unido, Estados Unidos e França na Segunda Guerra Mundial, invadiram o campo de concentração e extermínio de Auschwitz-Birkenau, em Oswiecim (sul da Polônia). No local, o mais conhecido campo de concentração mantido pela Alemanha nazista, entre 1,1 e 1,5 milhão de pessoas (em sua maioria judeus) morreram nas câmaras de gás, de fome ou por doenças.

Ainda em 1945, quando o exército soviético entrou em Berlim, Hitler se casou com a amante, Eva Braun. Há evidências de que os dois cometeram suicídio e tiveram seus corpos queimados em um abrigo subterrâneo em 1945.
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MensagemAssunto: Re: OS MAIORES DITADORES - TOP TEN   OS MAIORES DITADORES - TOP TEN EmptyQua Mar 31, 2010 5:48 pm

Francisco Franco - Ditador espanhol

04/12/1892, Ferrol (Espanha)
20/11/1975, Madrid (Espanha)

Oficial de infantaria, Francisco Franco começou a ganhar fama em campanhas na África, onde se destacou pela frieza em combate. Em 1923, no Marrocos, com o posto de tenente-coronel, assumiu o comando da Legião Espanhola. E, aos 34 anos, foi promovido a general de brigada. Entre 1928 e 1931, dirigiu a Academia Militar de Saragoça.

Com a criação da República Espanhola, em 1931, foi afastado de cargos de responsabilidade. Mas, em 1933, a eleição de um governo de direita o recolocou em altos cargos do exército. Foi o mentor da brutal repressão à Revolução das Astúrias (1934) com tropas da Legião e, no ano seguinte, foi nomeado chefe do Estado-Maior Central. Em 1936, o governo da Frente Popular o enviou para as Ilhas Canárias.

Nas eleições desse ano na Espanha, os partidos de esquerda que formavam a Frente Popular saíram vitoriosos. Opositores de direita, com articulação e liderança de Franco, executaram um golpe de Estado, com apoio de diversas regiões do país. A maioria das grandes cidades e regiões industriais, por sua vez, permaneceu fiel ao governo republicano de esquerda. Com o país dividido, iniciou-se a Guerra Civil Espanhola.

Os golpistas passaram a receber ajuda da Itália fascista e da Alemanha nazista que, assim, transformaram a Espanha num local de teste para seus novos armamentos. O início da participação nazista na Guerra Civil Espanhola ocorreu em Guernica, capital da província basca, uma pequena cidade considerada símbolo da liberdade desse povo.

Numa segunda-feira, 26 de abril de 1937, a cidade foi bombardeada pelos aviões alemães da Legião Condor, colocada à disposição das forças de Franco. O ataque nazista provocou a destruição total de Guernica.

Naquele mesmo mês, Franco uniu os partidos de direita e, em janeiro de 1938, se tornou chefe de Estado e do governo. O ditador eliminou toda a resistência militar a seu governo em 1939, porém, prosseguiu com a repressão, a tortura e os fuzilamentos.

O franquismo foi um sistema político repressivo e autoritário. Até livros foram queimados. Todos os partidos políticos e reuniões (de palestras a passeatas) eram proibidos. Franco manteve-se neutro na Segunda Guerra Mundial, embora próximo dos governos nazifascistas da Alemanha e da Itália.

Apesar de isolado pela vitória dos Aliados, consolidou seu poder no país. Devido à Guerra Fria, estabeleceu relações diplomáticas com os Estados Unidos e seu governo foi reconhecido pelas Nações Unidas em 1955. Em 1966, Franco criou a Lei Orgânica do Estado (Constituição), na qual previa a volta da Monarquia. Após a morte do ditador, em 1975, o príncipe Juan Carlos subiu ao trono e a Espanha foi reconduzida à democracia.
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MensagemAssunto: Re: OS MAIORES DITADORES - TOP TEN   OS MAIORES DITADORES - TOP TEN EmptyTer Abr 06, 2010 4:56 pm

Josip Broz Tito - Ditador iugoslavo

7 de maio de 1892, Kumrovec (Croácia)
4 de maio de 1980, Ljubljana (Eslovênia)

Josip Broz "Tito" era filho de lavradores (o pai era croata e a mãe, eslovena) e deixou a escola aos 12 anos para trabalhar. Ao lutar na Primeira Guerra Mundial, foi ferido e capturado na frente russa, em março de 1915. Libertado pela Revolução Russa, em 1917, aderiu aos bolchevistas e alistou-se no Exército Vermelho, lutando contra a intervenção estrangeira na Rússia.

Retornou à Iugoslávia em 1920, entrando para o Partido Comunista local. Em 1928 foi condenado a cinco anos de prisão por atividades subversivas. Depois de ser libertado, viaja para Moscou. Em 1936 está em Paris, encarregado de organizar as brigadas internacionais que se dirigem à Espanha, para lutar na guerra civil.

Segunda Guerra Mundial

Em 1937 é eleito secretário-geral do Partido Comunista iugoslavo - e no ano seguinte retorna a Moscou. Em 1939 retorna clandestinamente à Iugoslávia e toma parte no 5º Congresso do Partido Comunista, que decide apoiar a neutralidade do país na Segunda Guerra Mundial.

Em 1941, os alemães invadem e dividem a Iugoslávia, pouco antes de atacar a ex-União Soviética. Josip Broz, usando o codinome "Tito", organiza a resistência armada, criando um grupo de guerrilheiros. Ao mesmo tempo, o coronel Dragoljub Mihailovich comanda um pequeno exército de resistência, os chetniks, que se recusa a unir-se aos guerrilheiros de Tito e, pouco a pouco, vai sendo liquidado pelos alemães.

Em novembro de 1942, Tito consegue reunir os diversos grupos étnicos e religiosos em torno do chamado Comitê Antifascista de Libertação Nacional. Um ano depois é proclamado marechal do Exército Popular e presidente do Governo Provisório. Embora o governo britânico ainda vacile entre Mihailovich e Tito, este último, em 1944, mantém uma conferência com Churchill na Itália, obtendo-lhe o apoio.

A 7 de março de 1945, Tito é proclamado presidente do conselho de ministros e ministro da Defesa do novo governo instaurado no país. No mês seguinte visita oficialmente a ex-União Soviética.

Corrente neutralista

Após um período de tensão em suas relações com o Ocidente - quando os iugoslavos tentam tomar Trieste e derrubam um avião norte-americano -, Tito afasta-se da ex-União Soviética e, a 28 de junho de 1948, efetiva o rompimento.

Do ponto de vista interno, a Iugoslávia adota, então, medidas mais próximas do capitalismo do que do socialismo: o lucro não é proibido e a socialização, tanto na cidade como nos campos, é feita moderadamente. Em termos internacionais, o país aproxima-se do Ocidente, tendo recebido ajuda dos EUA.

Com a morte de Stalin, os novos dirigentes soviéticos tentam uma reaproximação; vão a Belgrado e suspendem os ataques ao governo iugoslavo. Tito retribui a visita e durante algum tempo tem-se a impressão de que voltaria a filiar-se ao grupo socialista. Mas, sem jamais ter-se aliado completamente ao lado ocidental, tampouco se une completamente ao lado comunista.

Tito prefere juntar-se à chamada "corrente neutralista", da qual participam Nehru (Índia) e Nasser (Egito), que durante algum tempo parece reunir o chamado Terceiro Mundo. As dissensões internas nos países desse grupo, a morte de Nehru e, depois, a de Nasser, acabam deixando Tito só e voltado exclusivamente à Iugoslávia.

Foi graças à sua política de não-alinhamento durante a Guerra Fria e de divisão dos poderes entre as repúblicas que formavam a Iugoslávia (Sérvia, Croácia, Eslovênia, Bósnia-Herzegovina, Montenegro e Macedônia) que Tito conseguiu manter a paz nos Bálcãs.

Ainda que ele seja acusado de executar, no início de seu governo, croatas e bósnios anticomunistas, também é verdade que, instituindo um sistema federalista - no qual diminuiu a influência de sérvios e croatas e deu maior representatividade aos outros grupos -, ele inaugurou um período de paz para a região.

Com a morte de Tito, em 1980, o cargo de presidente da Iugoslávia passou a ser rotativo entre as repúblicas. Contudo, por volta de 1989 o sistema começou a expor suas fragilidades - e os velhos ódios, entre as diferentes etnias e religiões, renasceram. Além disso, a profunda crise econômica gerada pelo desmoronamento do Leste Europeu e o surgimento de partidos ultranacionalistas contribuíram para, primeiro, jogar o país no caos, e, depois, desintegrar a Iugoslávia.
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MensagemAssunto: Re: OS MAIORES DITADORES - TOP TEN   OS MAIORES DITADORES - TOP TEN EmptyQui Abr 08, 2010 5:20 pm

Augusto Pinochet - Militar e político chileno

25/11/1915, Valparaíso, Chile
10/12/2006, Santiago, Chile

Filho de Augusto Pinochet Vera e Avelina Ugarte Martinez, Augusto José Ramón Pinochet Ugarte ingressou na carreira militar aos 17 anos. Depois de uma carreira de destaque na Infantaria, atingiu o posto de general de brigada. Durante o governo socialista de Salvador Allende (1970-1973), em meio à polarização política que dividia o país, no bojo da Guerra Fria, Pinochet foi nomeado comandante-em-chefe do Exército chileno.

Nesse cargo, foi um dos últimos líderes militares a aderir à conspiração que tomou o poder por meio do golpe de Estado de 11 de setembro de 1973, derrubando assim o presidente eleito. Já durante o golpe, revelou uma posição dura e autoritária, ordenando o bombardeio e o cerco ao Palácio de La Moneda, tomado depois de três horas de combate - ao fim do qual Allende se sucidou.

Como presidente da Junta Militar de Governo, Pinochet assumiu o poder. Imediatamente, dissolveu o Congresso, proscreveu os partidos políticos, restringiu os direitos civis e declarou ilegal a Unidade Popular, frente que apoiava Allende, prendendo seus principais líderes. A 17 de junho de 1974, tornou-se presidente da República.

Seu governo, ditatorial, foi marcado pela continuidade da violência e da repressão política, responsável pela morte de cerca de 3 mil opositores do regime e tortura de quase 30 mil. Centenas de milhares de chilenos foram obrigados a exilar-se. Paralelamente, o general promoveu reformas econômicas, cujo sucesso inicial levou a se falar num "milagre econômico chileno".

Pinochet introduziu o modelo neoliberal (em contraposição ao modelo socializante de Allende) e conseguiu debelar a hiperinflação. Contudo, a economia rapidamente desandou, gerando desemprego, pobreza e várias crises, até 1985, quando o plano econômico do ministro da Fazenda Hernán Büchi conseguiu reverter o quadro. Em dez anos, o país veria seu PIB duplicar, chegando ao século 21 numa posição confortável e destacada, em comparação ao restante do continente sul-americano.

Em 18 de fevereiro de 1988, porém, Pinochet foi derrotado no plebiscito que podia referendar o prolongamento da sua presidência. No ano seguinte foram realizadas eleições e o general entregou a presidência ao democrata cristão Patricio Aylwin, em 11 de março de 1990. Mas a transição ao regime democrático foi cercada de cuidados para não haver retaliação aos líderes militares.

O próprio Pinochet continuou no comando do Exército até 1998, quando passou a exercer a função de senador vitalício no Congresso, à qual renunciou em virtude dos problemas de saúde e das diversas acusações de violações aos direitos humanos. Em julho de 2001, apresentou um atestado de debilidade mental que o salvou de uma possível condenação.

Em 2004, Pinochet foi acusado de manter contas secretas no exterior, a partir de investigações realizadas pelo Senado dos EUA no Banco Riggs. Embora tenha deixado de responder a processos por violações a direitos humanos em virtude de sua frágil saúde, continuou sendo responsabilizado por organizações de defesa das vítimas, que lhe imputavam os crimes cometidos pelo regime militar de que era o chefe supremo.

Em julho de 2006, a partir dos depoimentos do general reformado Manuel Contreras, ex-chefe da Dina - a Polícia Secreta do regime militar -, vieram à tona evidências de que Pinochet havia acumulado fortunas, em diversos bancos do mundo, a partir da fabricação de cocaína em instalações do exército chileno.

Pinochet passou os últimos anos morando em Santiago e enfrentando acusações de abusos aos direitos humanos e fraudes cometidos durante os 17 anos em que esteve no poder. Pouco antes de morrer, assumiu a responsabilidade pessoal por tudo o que ocorreu no Chile durante seu governo, declarando assim ter agido por patriotismo.

No dia 3 de dezembro de 2006, aos 91 anos, o general sofreu um ataque cardíaco e foi internado às pressas no hospital militar de Santiago. Faleceu no dia 10, ironicamente o dia internacional dos direitos humanos, e foi velado na Escola Militar, sem honras de Estado.
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MensagemAssunto: Re: OS MAIORES DITADORES - TOP TEN   OS MAIORES DITADORES - TOP TEN EmptySeg Abr 12, 2010 6:49 pm

Mobutu - Ditador do Zaire (República Democrática do Congo)

14 de outubro de 1930, Lisala (Congo belga, hoje República Democrática do Congo)
7 de setembro de 1997, Rabat (Marrocos)

Mobutu nasceu no antigo Congo belga, hoje República Democrática do Congo, em uma família da etnia Ngbandi. O pai de Mobutu, cozinheiro de um juiz belga, morreu antes que seu filho nascesse. Sua mãe faleceu quando ele tinha oito anos. Graças à esposa do juiz, Mobutu aprendeu a falar, ler e escrever em francês.

Rebelde desde a infância, inicialmente estudou em um internato católico, mas logo foi transferido pelos padres para o Exército, como um castigo por sua rebeldia incontrolável. Contudo, anos depois, o próprio Mobutu diria que os anos passados no Exército foram os melhores de sua vida, pois ali descobriu a importância da disciplina e encontrou um substituto da figura paterna na pessoa do sargento Joseph Bobozo.

Com o passar dos anos, tornou-se um leitor atento de Charles de Gaulle, Winston Churchill e Maquiavel. Também estudou contabilidade e, ainda no Exército, começou a trabalhar como jornalista, dedicando-se, principalmente, à política. Em 1956, optou por deixar as forças armadas e dedicar-se ao jornalismo em tempo integral.

Movimento anticolonialista

Durante uma viagem à Bélgica, para cobrir a Expo Mundo de 1958, passou a manter contato com alguns jovens intelectuais congolenses que se opunham ao colonialismo (naquela época, o Congo ainda era uma colônia belga). Dentre eles, Patrice Lumumba, líder do movimento anticolonialista. Torna-se, então, secretário pessoal de Lumumba.

Quando a independência do Congo foi outorgada pela Bélgica, depois de vários anos de pressões internacionais e de seguidas manifestações - algumas violentas - de movimentos sociais do próprio Congo, formou-se um governo de coalizão, unindo os dois partidos nacionalistas: o Movimento Congolês Nacional (MCN) e o ABAKO. Representando o MCN, no papel de primeiro-ministro, estava Lumumba. Como presidente, foi escolhido Joseph Kasavubu, do ABAKO.

Diante de uma inesperada rebelião do Exército, Lumumba, que era socialista, nomeou Mobutu comandante-em-chefe. Ao mesmo tempo, solicitava ajuda à União Soviética, para desespero dos empresários belgas, que pretendiam manter seus negócios no país, apesar da independência. Kasavubu, no entanto, mantinha-se pró-EUA. As duas principais potências da época, vivendo em plena Guerra Fria, disputavam assim a região central da África.

Tomada do poder

Em meio à crise, Lumumba ordenou que Mobutu prendesse Kasavubu - mas não sabia que o presidente havia ordenado a Mobutu que fizesse o mesmo com Lumumba. Sofrendo pressões de todos os lados, tentando controlar as resistências do Exército, Mobutu toma o poder em 14 de setembro de 1960, coloca Lumumba sob prisão domiciliar e mantém Kasavubu na presidência.

Esquecendo-se de seus ideais socialistas, Mobutu não só depôs seu protetor, mas também o entregou aos rebeldes separatistas da província de Katanga, que o assassinaram. Mobutu estava a um passo de se transformar no ditador de idéias conservadoras e alinhado politicamente aos EUA. Para tanto, primeiro expulsou do Congo os conselheiros militares soviéticos que lá estavam a convite de Lumumba. Mais tarde, em 1965, aproveitando-se de uma crise entre Kasavubu e seu primeiro-ministro, Moise Tshombe, depôs ambos e nomeou a si mesmo presidente, centralizando em suas mãos todo o poder.

Em 1971, o Congo passou a se chamar Zaire. E no ano seguinte, Mobutu, cujo nome completo era Joseph-Désiré Mobutu, adotou o nome de Mobutu Sese Seko Nkuku Wa Za Banga, ou, segundo uma das possíveis traduções: "O guerreiro todo-poderoso que, devido à sua resistência e vontade inflexível, caminha de conquista em conquista, deixando atrás de si um rastro de fogo".

Cleptocracia

Mobutu criou um tipo raro de governo, uma cleptocracia, ou seja, um regime político-social em que práticas corruptas, especialmente com o dinheiro público, são implicitamente admitidas ou mesmo consagradas. Financiado pelos EUA e pela França - que compravam sua fidelidade por temerem que a União Soviética passasse a controlar o centro da África -, Mobutu amealhou uma fortuna incalculável. Seu longo governo se restringiu a sufocar rebeliões, manter o país em permanente crise econômica, dar emprego a parentes e aumentar sua fortuna pessoal - que, no ano de 1984, protegida em bancos suíços, chegava ao valor da dívida externa do Congo/Zaire.

Enfrentando inesgotáveis problemas econômicos e sociais, Mobutu mostrava-se cada vez mais incapaz de administrar as crises. A entrada no Zaire de uma imensa leva de refugiados da etnia tutsi - vítimas de um genocídio ocorrido em Ruanda (nesse país vizinho do Zaire, membros da etnia hutu assassinaram milhares de tutsis) e da guerra contra o Burundi - levou a instabilidade política ao seu ponto máximo.

Além disso, com o fim da Guerra Fria, o Congo/Zaire já não tinha qualquer importância geopolítica para as potências ocidentais e Mobutu foi abandonado à própria sorte. Em 1997, os rebeldes tutsis e vários outros grupos de oposição tomaram o poder. Mobuto fugiu para o exílio, no Marrocos, onde viria a falecer em setembro do mesmo ano.
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